A Era dos Mortos – Parte 1 é do autor brasileiro Rodrigo de Oliveira. O livro dá continuidade a série “As Crônicas dos Mortos” e é lançamento de 2018 da Faro Editorial.

Sobre o livro

No ano de 2087 d. Z. (depois dos zumbis), a humanidade ainda sofre com os terríveis monstros que andam sobre a terra. Com uma fome avassaladora e uma fúria descomunal, os mortos-vivos vagueiam atrás dos parcos humanos que ainda resistem. Os sobreviventes de Ilhabela sofrem ainda mais. Apesar da segurança que a ilha isolada garante, agora os humanos são praticamente escravos após um golpe dado por um ditador sem escrúpulos logo após a morte do líder Ivan, um dos fundadores dessa comunidade.

Concomitantemente a esses acontecimentos, outras comunidades de resistentes começam a surgir. E é em duas delas que temos as figuras de duas crianças muito especiais. Com apenas dez anos Fernando e Sarah despontam dos demais e tem o respeito da figura de Isabel, a mulher com poderes paranormais e que representa uma grande ameaça aos zumbis e humanos, caso ela venha a falecer pelas mãos dos zumbis. Todos temem uma segunda Senhora dos Mortos e por isso, a cabeça de Isabel está em jogo.

“Fernando era um garoto magro, porém muito forte para sua idade. Mas, acima de tudo, carregava no coração um ímpeto para lutar que poucos homens adultos conheciam. Uma disposição incrível para a guerra muito mais antiga que aqueles seres que perseguiam Sarah.”

As crianças acabam passando por diversas provações desde jovens. E não demora para que elas passem por um árduo treinamento que possa torná-los máquinas de matar zumbis. Elas demonstram grande aptidão para isso e tornam-se assassinos natos. Mas os desafios dessas crianças apenas começaram. As guerras entre os humanos tomaram novos rumos e o perigo está rondando todos. Com um novo tirano no poder, zumbis ainda mais evoluídos e um cenário de dor e desolação, a esperança pode estar depositada em duas crianças que guardam um grande segredo que nem elas mesmas tem ciência. Qual é esse segredo? O que espera os sobreviventes do apocalipse zumbi? Seria possível deter esse ditador e recuperar Ilhabela?


Minha opinião

Finalmente tenho em mãos a continuação da série que me fez amar ainda mais os zumbis. Quem acompanha as resenhas desde o começo, sabe que no livro anterior A Ilha dos Mortos, eu não fiquei muito satisfeita com o desfecho. Muitas lacunas ficaram em branco e alguns pontos não foram arrematados. Faltava muito para que a história ficasse redondinha e do jeito que eu queria. O livro terminou de maneira muito triste, por isso eu já sabia que aqui eu ficaria mais feliz, ledo engano, acabei esse volume ainda mais infeliz, porém com as esperanças renovadas.

Depois de tantos anos essa praga ainda assolar a humanidade é muito desesperançoso. Fiquei desconcertada ao saber que após tanto tempo os zumbis ainda dominam o mundo e estão cada vez mais evoluídos, perigosos e famintos. Mas, o que mais me deixou estarrecida, foi o ser humano. Ele consegue ser pior que os zumbis que são monstros irracionais. Ele é capaz de diversas atrocidades. Fiquei pensativa e questionando as decisões humanas e as maldades que realmente existem por aí e que, muitas vezes, fechamos os olhos ou viramos a cara.

“E após o calor, veio o inferno. Por razões que nunca foram plenamente esclarecidas, duas em cada três pessoas tombaram inertes, acometidas por algum estranho tipo de mal súbito. A quantidade de vítimas daquele fenômeno foi incalculável. A cena se repetiu em todos os países, e bilhões de desafortunados perderam suas consciências. E quando eles acordaram, toda a sua racionalidade e humanidade tinham deixado de existir.”

Nesta narrativa temos um golpe, onde um ditador destrói tudo aquilo que foi construído com o esforço de muitos. A sociedade está no meio do caos, as pessoas não tem mais esperanças, as mentiras fazem parte das suas vidas, o poder subiu a cabeça de muitos e o dinheiro continua sendo uma questão importante, mesmo em meio aos seres mais terríveis e hediondos. Certas coisas não mudam e qualquer semelhança com a nossa realidade é mera coincidência. Será?

O que me chamou a atenção, e muito foram as crianças. No começo foi difícil para mim saber que dois pequenos, de dez anos, estavam matando zumbis. Qualquer um de nós, com dez anos, estava assistindo desenhos. E mesmo suspeitando sobre a bagagem que essas crianças podem carregar, eu duvidava da possibilidade desses fatos. Mas, pensei, os tempos são outros. Aqui as pessoas já nascem em meio a desgraça, a tristeza e veem a morte e a perda com mais frequência. Eles já nascem com uma “casca grossa” para enfrentar todas essas adversidade. Então, uma criança que é colocada nesse mundo desolado e esquecido por Deus, só precisa aprender a sobreviver.

Fernando e Sarah são duas crianças iguais, mas totalmente diferentes. Deu pra entender? Iguais na ânsia por matar, por destruir essa raça de seres abomináveis e buscar a justiça e a salvação. Mas diferentes em suas motivações. Enquanto um busca a vingança, outro quer o reconhecimento, mas, não se engane, fatos terríveis poderão vir para mudar isso. E creio que na continuação os dois caminharão para o mesmo lado. E todo aquele ódio que um sentia pelo outro, finamente irá se dissipar completamente. Os dois estão cada vez mais unidos no seu intento e próximos de descobrir sua verdade.

“Fernando era muito parecido ao seu pai. Não só fisicamente, mas especialmente no temperamento explosivo, impaciente, determinado ao extremo, mas também carinhoso e caloroso com aqueles que lhe davam a chance de se abrir.”

O autor fez, neste volume, uma rápida retomada sobre os eventos passados, desde o surgimento dessa praga, que me ajudou bastante a lembrar de alguns detalhes que ficaram esquecidos. Reencontramos aqui alguns personagens quase esquecidos de antigas narrativas e teremos algumas revelações sobre o que aconteceu com outros tantos personagens queridos e que marcaram a nossa jornada até aqui.

Prepare-se para encontrar várias novidades. Vilões ainda piores do que os que você já viu, zumbis sofrendo ainda mais mutações, crianças assassinas, perdas irreparáveis e segredos escondidos e mantidos para serem revelados. Repito: é um livro de muitas tristezas, terminados com mais raiva ainda. Até as últimas páginas, eu já não tinha esperanças de mais nada e como o autor não nos dá o final que queremos, mas sim o final verdadeiro, eu já estava pensando no pior, mas tive uma fagulha de esperança acesa e mal posso esperar pela continuação, onde espero, que tudo finalmente seja resolvido. Não deixe de conferir essa história eletrizante e cheia dos seres mais abomináveis, ahh, e também temos os zumbis!

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A ERA DOS MORTOS – PARTE 1

Autores: Rodrigo de Oliveira

Editora: Faro Editorial

Ano de publicação: 2018

Vários anos se passaram desde que Uriel, agindo como um tirano, assumiu o controle da maior colônia de sobreviventes do apocalipse zumbi na Terra. Ivan, Estela e quase todos os seus aliados estão mortos. Do grupo original, apenas Isabel, Mariana e alguns poucos conseguiram escapar de Ilhabela. E a cada dia, a fome de poder de Uriel e de seu filho, Otávio, aumenta, tornando a vida dos sobreviventes ainda mais penosa. O trabalho escravo se torna a regra. A cobrança de mais e mais tributos e a imprevisibilidade do poder central mantêm todos em constante alerta. Otávio, que passou anos realizando pesquisas médicas, finalmente consegue um meio de controlar os bersekers, os zumbis monstruosos, transformando-os em cães de caça. É a sua forma de assegurar a permanência no comando da comunidade, mas também de destruir, pelo medo, qualquer intenção de resistência. Então, ele produz algo ainda pior, uma criatura feroz e diabólica com o poder de destruição em massa. Há muito em jogo. O governo central ainda considera Isabel uma grande ameaça, seja viva, ou morta-viva, o que poderia transformá-la numa nova Senhora dos Mortos. Mas, duas crianças chamam a atenção de Isabel que decide prepará-las para batalhas ainda mais sangrentas. Serão elas a esperança para o fim daquela era de medo e destruição? A derradeira batalha está para começar, mas os inimigos, humanos e zumbis, também têm suas surpresas. Sejam bem-vindos a uma nova era de horror e violência. Esta é… a Era dos Mortos.

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