A Última Travessia é do autor Mats Strandberg e foi lançado em 2018 pela editora Morro Branco.

Sobre o livro

O Baltie Charisma está pronto para mais uma viagem. Desbravando o gelado mar Báltico e levando mais 1.200 passageiros. Esse imponente navio pode realizar todos os seus sonhos. Lá dentro as pessoas podem ser o que elas quiserem, podem inventar uma nova vida e viverem as maiores aventuras. Um lugar cheio de bebidas, sexo e a possibilidade de fugirem das suas vidas monótonas.
“O navio está cheio de pessoas que não seriam ninguém em terra firme, mas que aqui agem como se fossem os reis do mundo.”
Diversos serão os personagens que você conhecerá. Marianne, uma senhora que está realizando a viagem sozinha por puro impulso, Albin, um jovem órfão que agora faz parte de uma família meio problemática, Calle, um rapaz que possui um passado com o navio e agora deseja pedir seu namorado em casamento nesse lugar e diversas outras figuras que lhe conduzirão durante cada virada de página. Entretanto, em meio a todo esse luxo e diversão, fatos misteriosos passam a acontecer e o mal toma conta desse lugar. O contato com a terra firme é cortado e o pânico toma conta das pessoas. Mas o que pode ser tão terrível a ponto de causar todo esse alvoroço? O que está acontecendo com essas pessoas?

Minha opinião

Quando vi esse livro fiquei completamente apaixonada. Muitos foram os elementos que me levaram a desejá-lo. O primeiro de todos foi esse mal que ronda os corredores do navio, segundo se passar no mar – quem me conhece sabe o quanto amo histórias assim! – e por último, mas não menos importante, a comparação feita com Stephen King. Ah, esses tipos de comentários sempre me deixam dividida. Já mergulho de cabeça cheia de expectativas, esperando encontrar um novo mestre do terror, mas isso nem sempre funciona. Acredito, inclusive, que esse tipo de comparação me faz esperar demais do livro e eu não tiro proveito dele como tiraria se fosse de “mente aberta”. Para começar a narrativa é muito boa, a história é intrigante, os personagens são interessantes, mas faltou muito para ser o King. A história é dividida pela visão de cada um dos personagens e isso foi um ponto que me agradou. Assim, somos apresentados a um personagem, mas logo já inserimos outro seguindo a mesma cena e linha de raciocínio do anterior, só que por essa nova visão. Acompanhamos suas histórias isoladas, até o momento que elas se interligam. Outro ponto que aprovei e me interessou muito, foi a inserção de um mapa do navio logo no início do livro. Ele me ajudou a me guiar durante os momentos de caos, em que os personagens ficavam trocando de lugar a todo o momento. Esse é outro detalhe interessante: existe um grande fluxo de personagens, mas não pense que isso será um problema. Eles são tão bem desenvolvidos e possuem um apelo tão grande, que são quase reais. Com problemas, vícios e dilemas que qualquer um pode ter. É fácil rolar aquela identificação com pelo menos um deles. E não se engane com o tamanho do livro, mesmo possuindo mais de 500 páginas, os capítulos são curtos e a narrativa é super fluida. Não vai demorar pra você chegar ao final.
“Há algo estranho no rosto dela. Há algo errado. Ele não é como deveria ser.”
Um fato que achei incrível foi a transformação que o autor fez do navio em personagem. Ele é quase um observador dos fatos que desenrolam. Temos capítulos que contam a história de alguém, com visões limitadas do que ele está vendo, e outros que são expressados pelo navio e mostram aquilo que “ele está vendo” e que os outros nem imaginam. Creio que esse tipo de recurso serve para dar maior tensão a história. O fato é que nas primeiras 100 páginas já possível entender o que está acontecendo, por isso, não serei eu a estragar o segredo contando o que teremos aqui. E não pense que revelar esse mal será algum problema, é a partir dessa revelação que teremos o desenrolar dos fatos e daremos início a ação. Vários grupos diferentes encontrarão o mesmo destino. Mesmo sabendo qual é o problema, não sabemos de fato qual é a sua essência. Isso você vai descobrindo aos poucos. Amo essa sensação de enclausuramento. Imagine você preso em um navio, fugindo de algo e sem ter pra onde correr, pois pra todo o lugar que você olha é só uma imensidão de mar – com temperaturas que beiram o negativo! Esse pânico me deixa totalmente ligada e fixada no que está acontecendo e quase não consigo segurar a vontade de pular para o final, mas sempre seguro. É difícil pra mim escolher apenas um ou dois personagens para apresentar. Eles são muitos e cada um possui uma característica particular. Gostei bastante dessa diversidade apresentada pelo autor. Mas assim como aviso nos livros do King: cuidado com esse apego aos personagens! Alguns deles serão levados de vocês. Nesse ponto, notei grande semelhança entre os dois. O total desapego em “se livrar” de personagens.
“A boca da mulher é como um imenso buraco vermelho. Sua mandíbula inferior está solta, repousando contra o peito. A língua se move ali, por alguns segundos, antes de ficar parada.”
E vale lembrar que essa história incrível vai virar filme. Não achei nenhuma notícia com data de lançamento, mas já quero pra ontem. Mal posso esperar para ver todos esses personagens e segredos tomando conta das telas. Minhas únicas ressalvas são: faltou um pouquinho de originalidade no tema central e o final poderia ser diferente e melhor explorado. Mas, ignorando tudo isso, o desenvolvimento é incrível e o cenário criado é desesperador. Uma bela pedida pro mês do pesadelo!
 
45estrelasB

A ÚLTIMA TRAVESSIA

Autor: Mats Strandberg

Editora: Morro Branco

Ano de publicação: 2018

Bem-vindo a bordo do Baltic Charisma! Hoje, mais de 1.200 pessoas embarcarão em uma travessia pelas frias águas do Mar Báltico, com destino à Finlândia. Por 24 horas, elas deixarão de lado seu dia a dia sem graça e poderão ser quem quiserem. A viagem promete satisfazer seus mais diversos desejos, com bebidas, festas e cassinos. Mas o mal espreita os corredores e, no meio da noite, não há escapatória possível. Especialmente quando todo o contato com a terra firme é misteriosamente interrompido.Se algumas pessoas se comportam como heróis ao enfrentar crises, essa noite sombria trará à tona o que há de pior nos outros, e quando desaparecimentos inexplicáveis começam a acontecer, é imprescindível que o navio não chegue ao seu destino final.

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