Amor Letal é o terceiro e último livro da trilogia O Clã das Freiras Assassinas, da autora Robin LaFevers. O lançamento é de 2016 pela Plataforma 21.

*Está resenha contém spoilers dos livros anteriores

Sobre o Livro

Em Perdão Mortal conhecemos Ismae. Em Divina Vingança caminhamos ao lados dos temores de Sybella. E em Amor Letal é hora de descobrirmos porque a jovem Annith nunca foi enviada em uma missão, mesmo ela sendo a mais capaz e bem treinada entre as servas de Mortain.

Annith está no convento cuidado das garotas mais novas enquanto suas duas irmãs estão cumprindo suas missões. Sempre muito atenta e devota, ela nunca compreendeu o porquê de nunca ser escolhida pelo Deus da Morte para ir em uma missão. E enquanto observava e ficava alerta para descobrir informações sobre o que acontecia do lado de fora, descobriu que a Abadessa pretendia fazer dela a nova vidente, prendendo-a para sempre entre os muros daquele lugar.

“Assim girava a roda da vida: a cada fim, um novo começo.”

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Depois de aguardar por um tempo, agora ela está decidida a descobrir a verdade e seguir seu próprio caminho. Seja ele ao lado de Mortain ou não. Para tal ela precisa sair do convento e descobrir o máximo possível sobre seu passado, e a melhor forma disso é se aventurar em direção as duas aliadas que ela sabe ter do lado de fora: Ismae e Sybella. Porém enquanto ela trava seus próprios conflitos, a guerra se aproxima da duquesa e suas opções estão cada vez mais escassas.


Minha Opinião

Eu comecei essa série em 2016 pela curiosidade com o nome e acabei me apegando bastante à história. Em cada um dos livros temos uma narradora diferente, e elas tem muitas peculiaridades que as diferenciam. Ismae foi marcada desde o nascimento e foi sempre destratada. Sybella tem um passado sombrio que a atormentava. E Annith sempre havia sido um mistério.

Eu não botava muita fé nela como protagonista pois parecia a mais sem sal das três. Enquanto as outras haviam sido marcadas por algo, essa terceira havia chegado ao convento ainda bebê e sempre pareceu dócil e obediente. Mas é aí que estava a pegadinha. Annith era dedicada, focada e determinada. Isso fazia com que ela andasse na linha, entretanto não significa que ela não vá fazer o que for necessário pra alcançar seu destino.

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A primeira coisa que fica claro pra gente quando o livro começa é que ela não é a pessoa que achávamos a princípio. Ela não entende porque não é enviada para em uma missão e está determinada a mudar isso, mesmo que isso cause a ela um rompimento com esse Deus. Aliás, a relação dela com Mortain é ainda mais complexa do que a de Ismae e Sybella. Ela viu ele quando criança, diferente delas que tiveram seu encontro depois de já estarem em suas missões. Porém, essa “bênção” não lhe trouxe coisas positivas.

O que marca o passado de Annith é algo bem mais pessoal e que ela guarda a sete chaves. Foi algo que marcou sua infância e sua vida dentro do convento. Lugar esse que vamos conhecer um pouco mais, bem como das pessoas que lá habitam e comandam. Esse é o livro final e a hora de descobrir todos os segredos.

Confesso que antes da metade do livro eu já tinha sacado uma questão sobre o passado da garota. E quando isso se concretizou, vindo acompanhado de uma outra revelação, achei um pouco “demais” o segundo item. Não me parecer necessário ter tudo tão amarrado. Não fazia realmente diferença e acaba soando como muita coincidência.

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“Havia algo selvagem ali – todos eles eram uma coleção de limites violentamente rompidos e espinhos pontudos e afiados.”

O que mais me surpreendeu aqui além da personalidade real de Annith, foram os Hellequins. O grupo de homens que entregam suas almas ao Deus da Morte para conduzir a dos outros ao seu destino. E Balthazaar, o líder desse bando, teve seu destaque bem trabalhado.

Quando eu iniciei a leitura pensei: ok, tivemos par romântico para as outras duas, teremos para Annith também. E, como ela é mais “santa” o drama talvez seja maior. Pois bem, tapa na minha cara, eu estava bem enganada. Se vocês acompanham as resenhas aqui, sabem que eu reclamo muito dos romances inseridos nas histórias, principalmente quando eles se sobrepõem à trama central. Nessa trilogia isso não acontecia, porém ele sempre estava lá, e parecia haver uma fórmula. Qual não foi a minha surpresa quando eu me peguei torcendo tanto pelo shipp que não estava acontecendo, que eu tinha esquecido completamente que isso era algo que desejava que não acontecesse. Eu me envolvi tanto com a história e gostei tanto dos personagens que foi inevitável torcer.

E, a revelação que vem perto do final me deixou no chão. Eu costumo ser a chata que saca os finais. Mas aquilo nem passou pela minha cabeça. Em nenhum momento. Sobre o final da trama histórica da Duquesa, confesso que achei a solução bastante “lúdica” e controversa, mas ok. Cumpriu o papel de resolver algo que era importante, porém não central. Conhecer a história dessas servas e desbravar seus segredos era a trama principal. Adorar esse Deus, conhecer seus desígnios. E isso, Robin LaFevers fez muito bem.

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E, chegando o fim, algo que é bem interessante é a forma como cada uma se relaciona com esse Deus. Dependendo da suas histórias, da forma como a morte tem peso em suas vidas, suas devoções são motivadas por coisas diferentes e, consequentemente, o jeito como a relação e apelo a Mortain funciona também é. Já o background histórico, que é algo que eu adoro, brinca com fatos reais, adaptando coisas que realmente aconteceram mas modificando alguns detalhes para comportar a história. Sempre fico encantada com esse tipo de construção.

Essa é uma trilogia de fantasia que se passa nos anos 1400, na Bretanha. Todos os três livros já foram publicados e isso certamente é algo positivo. Se você gosta de fantasia com personagens femininas fortes e curte um contexto histórico, até para se aproximar mais em termos de “veracidade” com a trama, eis aqui uma boa opção. Eu certamente marquei como um belo acerto ter começado a fazer essa leitura, e super recomendo.

AMOR LETAL

Autor: Robin LaFevers

Editora: Plataforma 21

Ano de publicação: 2016

Annith passou sua vida no convento de Saint Mortain aguardando ser enviada em missão, para lutar em nome do Deus da Morte. Por medo de ser punida ou rejeitada, durante seus anos de reclusão ela tentou ser sempre bondosa e obediente. Cobrava-se para ser a melhor, porém, em seu coração pairava a incerteza sobre seus dons e seu real valor como serva da Morte.
Suas habilidades com arco e flecha e como lutadora sempre superaram a de todas as outras. Então, por que nunca a escolheram? Eis que Annith chega à conclusão de que existe algo errado no convento: a abadessa.
Ao perceber isso, Annith decide ser dona de seu próprio destino e, num momento de extrema rebeldia, resolve fugir – ainda que isso signifique desafiar Mortain. Incerta e com medo sobre qual caminho seguir, ela aceita a ajuda de Baltazaar, uma das almas condenadas pelas irmãs do convento. Mesmo assim, Annith decide seguir seu caminho ao lado dele. No entanto, essa escolha pode ameaçar sua vida e seu grande amor.

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