Anna Vestida de Sangue é da autora Kendare Blake e foi publicado no Brasil pela Verus Editora em 2016. O livro vai ganhar adaptação cinematográfica com o roteiro de Stephenie Meyer, de Crepúsculo.

Sobre o livro

Cas Lowood herdou do pai o poder de matar os mortos, ou seja, apesar de não gostar de ser chamado assim, é um caça-fantasmas. Ele mora com a mãe, um “bruxa branca” e eles estão sempre viajando atrás de novos casos de fantasmas ou aparições que estariam assustando ou matando pessoas.

O pai de Cas morreu quando ele tinha 7 anos e sua morte se manteve um mistério, mas ele herdou o dom e o punhal que também contem poder. Assim, as 14 anos começou sua jornada. Mesmo ainda novo e com toda a preocupação da mãe, que apesar de saber e até apoiar, ainda assim se preocupa com ele.

“Não sou nenhum super-herói. No máximo sou o Rorschach de Watchmen. Sou Grendel. Sou o sobrevivente de Silent Hill.”

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Agora, ele pôs na cabeça que precisa acabar com Anna Vestida de Sangue, uma lendária fantasma que aterroriza uma cidade há décadas e que pode ser responsável pelo desaparecimento de dezenas de pessoas. Porém, em seu primeiro confronto com a garota-fantasma ele vê que ela é muito mais forte do que ele imaginou e que suas técnicas usuais não funcionam com ela, além do fato de que Anna poupa sua vida e permite que ele deixe o casarão que ela habita sem sofrer maiores consequências.

Isso intriga muito o garoto e faz de Anna algo muito mais fascinante que um fantasma normal. Em meio a isso algumas pistas sobre a morte do pai, quem o matou e as consequências disso começam a aparecer e convergir com o momento atual.

Minha opinião

Eu tinha sido alertada por todos os lados que esse não era um livro assustador e que a história tinha uma guinada no meio que deixava o romance se sobressair, o que no meu caso, não é algo que eu goste. Então, peguei Anna Vestida de Sangue sem nenhuma pretensão e com o intuito unicamente de me divertir com uma história que todos elogiavam ser bacana, e foi isso o que aconteceu.

Ano passado eu li A Mediadora da Meg Cabot e posso dizer pra vocês que além das semelhanças em termos de cenário, o sentimento que tive ao terminar esse livro foi praticamente o mesmo. A escrita de Kendare é super leve e fluída e eu me apaixonei pelo Cas logo no começo do livro. Sei que leria mais cinco livros com esse personagem da mesma forma que devorei os livros da outra série.

“Penso nela outra vez. Anna. Anna Vestida de Sangue. Que truques ela vai tentar? Imagino se ela será inteligente. Será que vai flutuar? Vai rir ou gritar? Como ela vai tentar me matar?”

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O personagem consegue ver e interagir com fantasmas e tem uma arma que os mata, além da linhagem de sangue que lhe proporciona isso. Sua vida, desde os 14 anos foi viajar de um lugar para o outro em busca dos fantasmas que estão atormentando os vivos, seguindo o legado do pai. A mãe de Cas sabe exatamente o que ele faz, e contra toda a sua expectativa quando ele resolveu ter essa vida, ela o apoiou e o ajuda no que pode. Ela é uma “bruxa branca”, sabendo um pouco sobre poções e rituais, o que por vezes se mostra útil pra ele. E eu achei essa parte bem coerente, pois normalmente os adolescentes fazem e acontecem bem em baixo do nariz dos pais, como se fosse realmente possível que ninguém notasse que você nunca está em casa, não tem muitas desculpas ou arranja machucados sem explicação. Aqui, por ir contra a maré numa coisa tão simples e que parece óbvia, o livro ganhou mais uns pontinhos.

Fora isso, acho que ele é um personagem muito íntegro e comprometido com o que resolveu tomar como vida. Por mais que ele precise ocultar algumas verdades das pessoas em vários momentos, ele nunca é mau ou tenta passar a perna em ninguém. E isso acaba se tornando diferente do usual, que flutua do underdog ao cara bonitão que arrasa por onde passa. Cas tem sim seu charme e usa quando necessário, mas é correto em suas posturas, mostrando que tem um coração bom, mesmo em meio a todo caos que sua vida flutua.

Já a Anna é outra história. Conforme a trama caminha vemos que há mais na história dela do que a superfície mostra. O fato de que Cas não consegue matá-la de forma normal já indica que existe mais a ser revelado e, aos poucos, vamos descobrindo mais detalhes sobre como era a vida dessa garota e o que realmente aconteceu com ela para que ela ficasse presa no mundo e com tanto ódio. A personalidade dela flutua bastante, de extrema raiva toda vez que algum estranho entra na casa, partindo logo para o ataque. e uma certa serenidade que ela mantém na presença de Cas.

“Não posso imaginar o que é estar morto; é uma ideia estranha pra mim, mesmo tendo conhecido tantos fantasmas. Ainda é um mistério. Não entendo por que algumas pessoas ficam e outras não. Fico pensando para onde foram aqueles que não ficaram por aqui. Imagino se os que eu mato vão para esse mesmo lugar.”

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Com a adaptação cinematográfica já dando os primeiros passos com a escolha dos atores, é possível que tenhamos notícias mais concretas em breve sobre o assunto. Não sei bem como me sinto por o projeto estar na mão de Stephenie Meyer, mas como o livro é jovem e bem humorado é possível que ela faça um bom trabalho, desde que não o transforme em um clichê sem sentido sobrenatural como vemos acontecer com frequência.

E, o fatídico “romance” que me foi alertado várias vezes sempre que eu falava no livro não teve o impacto ou o incômodo que eu esperava. Vi mais como um fascínio e curiosidade durante grande parte do livro do que qualquer outra coisa. Ela não era o que ele esperava e nem ele era o que ela sempre confrontava, não era simples o matar, havia algo ali. Porém, o ponto onde a história termina e o plot que se forma para uma possível continuação pode sim trazer um problema. Mas, nada extraordinário. Meg Cabot cantou a pedra a muitos anos quando escreveu A Mediadora que pra tudo nessa vida há solução, inclusive para o amor e a morte.

Recomendo Anna Vestida de Sangue se você gosta de livros com temática sobrenatural e adolescente e se está procurando por um livro leve, fácil de ler e que pode te render algumas risadas ao longo da jornada, ou até alguns arrepios caso você seja de um time mais sensível com histórias que trazem fantasmas ou entidades!

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Cas Lowood herdou uma vocação incomum: ele caça e mata os mortos. Seu pai fazia o mesmo antes dele, até ser barbaramente assassinado por um dos fantasmas que perseguia. Agora, armado com o misterioso punhal de seu pai, Cas viaja pelo país com sua mãe bruxa e seu gato farejador de espíritos. Juntos eles vão atrás de lendas e folclores locais, tentando rastrear os sanguinários fantasmas e afastar distrações, como amigos e o futuro.
Quando eles chegam a uma nova cidade em busca do fantasma que os habitantes locais chamam de Anna Vestida de Sangue, Cas espera o de sempre: perseguir, caçar, matar. Mas o que ele encontra é uma garota envolta em maldições e fúria, um espírito fascinante, como ele nunca viu. Ela ainda usa o vestido com que estava no dia em que foi brutalmente assassinada, em 1958: branco, manchado de vermelho e pingando sangue. Desde então, Anna matou todas as pessoas que ousaram entrar na casa vitoriana que ela habita. Mas, por alguma razão, ela poupou a vida de Cas.
Agora ele precisa desvendar diversos mistérios, entre eles: Por que Anna é tão diferente de todos os outros fantasmas que Cas já perseguiu? E o que o faz arriscar a própria vida para tentar falar com ela novamente?

 

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