As Primeiras Quinze Vidas de Harry August foi escrito por Catherine Webb sob o pseudônimo de Claire North e recebeu o prêmio de melhor romance de ficção científica pelo John W. Campbell Memorial Award em 2015. A publicação é da editora Bertrand Brasil em 2017.

SOBRE O LIVRO

Harry August está morrendo, mais uma vez… A vida é uma jornada não muito diferente entre cada ser humano. É claro que a forma como ela transcorre varia de acordo com as atitudes e escolhas de cada um, e a única certeza que temos é a de que quando a morte chega, não retornaremos mais a esse mundo, a menos é claro que sejamos diferentes, assim como Harry August.

Não importa o que ele faça ou que decisões tome: toda vez que Harry morre ele volta para onde tudo começou, nascendo mais uma vez naquele banheiro da estação de trem de Edimburgo no ano de 1919 para ser uma criança comum, exceto é claro pelo fato de que ele tem o conhecimento de mais de uma vida, e ele se lembra de tudo.

“É a mente que faz a jornada através do tempo enquanto a carne se decompõe.”

Apesar de ter mudado o rumo de sua vida em alguns curtos períodos, adquirindo conhecimentos distintos, seguindo diferentes carreiras, ele sempre nasce da mesma forma e morre da mesma forma, até agora… Em seu leito de morte, pela décima primeira vez, uma garotinha se aproxima da cama, e quando sua décima segunda vida se inicia ele parte em busca de respostas e atrás do responsável pelo fim do mundo, mas é claro que ele não contava com as peculiaridades de seu inimigo e dos perigos que essa jornada representaria.


MINHA OPINIÃO

Este é o meu segundo romance de ficção científica, e é claro que mais uma vez os aspectos mais interessantes de obras desse gênero são as discussões que nos são propostas sobre diversos temas, como por exemplo, nesta obra: Deus, o tempo, a mente, a alma, a vida e a morte. É claro que é praticamente impossível dizer quais as reflexões propostas, uma vez que a interpretação varia de pessoa para pessoa, mas de uma forma geral, o livro conversa com o leitor quanto ao significado das coisas mais simples da vida, o medo que aparentemente temos da morte, o quão catastrófico seria entregar um mundo de conhecimentos a seres despreparados como nós e assim por diante.

É interessante observar à partir de algumas datas relatadas no livro, como o desenvolvimento de armas nucleares, a morte do presidente Kennedy nos Estados Unidos, o período entre guerras e como as atitudes do homem influenciaram em cada acontecimento e como a ganância pelo poder pode afetar a história. É claro que tudo isso é relatado em parte fictícia, já que é desencadeada pelos próprios personagens da obra, mas seria possível que fosse verdade? O que teria acontecido? Onde estaríamos?

“Quase perdi você, doutor August. Eu preciso enviar uma mensagem de volta no tempo. O mundo está acabando, como sempre. Mas o fim está chegando cada vez mais rápido. Então agora é com você.”

A leitura pode até ser considerada densa pelo fato de não ser uma narrativa linear, onde o tempo presente retorna ao passado e vai até o futuro não necessariamente com uma divisão explícita, o que exige do leitor uma atenção dobrada, além do fato de que muitas informações são dispostas ao mesmo tempo. Mas apesar dessas características a autora tem uma escrita fluída e com uma linguagem simples e direta, o que facilita o entendimento do leitor que é carregado através do tempo pelas páginas.

Inicialmente, algumas informações podem parecer desconexas e irrelevantes, mas cada uma delas se torna fundamental ao longo da leitura. Cada lugar e personagem possuem uma história própria que se liga com a dos demais personagens através do tempo e de acontecimentos determinantes. A relação entre Harry e seu rival Vincent Rankis é a mais complexa do livro, onde a amizade e o ódio caminham lado a lado a todo tempo.

“Escrevo para você, meu inimigo. Meu amigo. Você sabe, já deve saber. Você perdeu.”

Dispostos como personalidades diferentes, vivendo vidas diferentes mas ao mesmo tempo com destinos iguais eu diria que cada acontecimento é em si um personagem, um personagem que pode ou não se modificar com a passagem de uma vida a outra. É sem dúvida uma história única que vale a pena ser conhecida em uma só vida, é claro, já que não somos Harry August.

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AS PRIMEIRAS QUINZE VIDAS DE HARRY AUGUST

Autor: Claire North

Editora: Bertrand Brasil

Ano de publicação: 2017

Certas histórias não podem ser contadas em uma única vida. Harry está no leito de morte. Outra vez. Não importa o que faça ou que decisões tome: toda vez que ele morre, volta para onde começou; uma criança com a memória de todo o conhecimento de uma vida vivida diversas vezes. Nada nunca muda… até agora. Ele está perto da décima primeira morte quando uma garotinha de 7 anos se aproxima da cama: “Quase perdi você, doutor August. Eu preciso enviar uma mensagem de volta no tempo. O mundo está acabando, como sempre. Mas o fim está chegando cada vez mais rápido. Então, agora é com você.” Este livro conta a história do que Harry faz em seguida, do que fez antes, e do que faz para tentar salvar um passado inalterável e mudar um futuro inaceitável.

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