Dama da Meia-Noite é o primeiro volume da série Artifícios das Trevas, nova aposta da autora Cassandra Clare. O livro se passa no mesmo universo Shadowhunter de As Peças Infernais e dos Instrumentos Mortais, e a história acontece 5 anos após o fim que foi apresentado em Cidade do Fogo Celestial, 6º volume dos Instrumentos Mortais. Dama da Meia-Noite é um lançamento da Galera Record.

Preciso ler os outros livros da Cassandra Clare para ler Dama da Meia-Noite?

Não, mas esteja avisado que você vai receber uma chuva de spoilers. Essa história se passa 5 anos depois e a trama desenvolvida aqui é uma consequência da guerra que foi travada e do Acordo de Paz Fria que foi selado após o final da batalha.

Eu ainda não terminei Os Instrumentos Mortais e sim, recebi vários spoiler sobre o fim da série, mas não me importo muito com isso, pois vi que a trama vai se encaminhar mais ou menos pra onde eu já vinha prevendo. Mas, se você se importa com spoilers e tem interesse de ler as outras séries da autora também, sugiro que você siga a timeline correta pra não pegar nenhuma informação que não deva antes da hora.

Sobre o livro

Emma perdeu os pais durante a guerra que aconteceu 5 anos antes e que envolveu os shadowhunters Clary e Jace, em Os Instrumentos Mortais. Porém, a forma como eles morreram não é condizente com o padrão das mortes que aconteceu na época. Ambos foram retirados do mar com inscrições no corpo que nunca foram decifradas e Emma pôs na cabeça que o verdadeiro assassino de seus pais ainda está a solta e vem investigando com o pouco que sabe desde então.

Agora, em Los Angeles, vários assassinatos ocorreram envolvendo fadas, seres que acabaram sendo retirados dos tratados e do Acordo de Paz Fria devido a sua participação na guerra. Porém, o interessante é que parece que as mesmas marcas que surgiram em seus pais também está aparecendo nos corpos que são deixados para trás.

“Algumas vezes são os heróis que perdem. Mas continuam lutando, continuam voltando. Não desistem. É isso que faz deles heróis.”

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Emma mora no Instituto da cidade que é dirigido pela família Blackthorn, porém uma grande tristeza também os assola. Julian, seu parabatai, é quem cuida da família e dos irmãos mais novos, apesar de ser o seu tio quem comanda a sede. Os pais de Julian estão mortos e os irmãos mais velhos, por serem meio-fadas foram banidos para outros lugares, deixando ele com a responsabilidade de cuidar de seus irmãos e irmãs mais novas.

Agora, com as pistas e a ajuda do amigo e de Cristina, uma garota que está fazendo intercâmbio em Los Angeles, Emma vê a oportunidade de descobrir o verdadeiro assassino de seus pais. Porém, para que isso aconteça talvez algumas regras precisem ser quebradas, e o seu coração poderá conduzi-la por caminhos inesperados.

Minha opinião

Acredito que para os fãs da autora e dos livros anteriores da mesma, Dama da Meia-Noite tenha vindo como uma alegria imensa. Pra mim, que comecei a conhecer Cassandra Clare esse ano, o que senti foi a curiosidade de dar um passo a frente e descobrir o quanto ela poderia ser criativa dentro de um universo que ela obviamente domina bem, mas que exploraria uma história completamente diferente.

A primeira coisa que digo é que dá pra ver claramente uma evolução na escrita da autora de seus primeiro livro pra esse, tanto em construção de história quanto na elaboração dos personagens. Emma e Julian possuem muita personalidade e são bem diferentes de Clary e Jace, protagonistas dos Instrumentos Mortais. Emma é inteligente, determinada e segura, ela sabe o que quer e vai correr atrás de seus objetivos, mas ao mesmo tempo não é mimada, chata ou prepotente. Mesmo sendo focada, ela tem muito carisma. Já Julian é um personagem apaixonante. Ele tem tantas coisas acontecendo ao seu redor e sempre consegue lidar com todas as situações com muita calma e achar uma solução para os problemas de todos, sendo sempre um elemento de balanço, quando entra em cena.

Por ele e Emma serem parabatai e possuírem um vínculo muito forte, o contraste entre eles é bem notável e mesmo eles sendo diferentes há um alinhamento muito interessante entre os dois. Alinhamento esse que vai gerar uma das problemáticas trabalhadas no livro. Os parabatais não podem se relacionar romanticamente, segundo as leis que os regulam, mas há algo a mais pairando no ar entre Emma e Julian, e o conflito que isso vai gerar em ambos, cria toda uma atmosfera paralela à história principal, sem sair do foco central da trama.

“Amor é feito para deixar as pessoas felizes, não é? Não é pra machucar?”

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Duas coisas me incomodaram nesse livro e a primeira delas é o fato de que, de tempos em tempos, a autora sente a necessidade de conjurar Clary e Jace. Sim, sabemos logo no começo do livro que eles se tornaram importantes e se você já leu ou, assim como eu, está lendo agora a outra série, deve imaginar que com todas as peculiaridades que eles apresentam não iriam simplesmente alugar uma casinha no subúrbio e desaparecer. Porém, mesmo que uma ou outra chamada sirva pra contextualizar e informar ao leitor que os eventos de conectam e que os protagonistas de ambos os livros se conhecem, algumas inserções soaram bastante forçadas, não sendo verdadeiramente relevantes pra trama. Parece que estavam ali somente para lembrar ao leitor que os primeiros e icônicos personagens que a autora criou merecem atenção e isso realmente não é necessário, levando em consideração que temos protagonistas bem mais interessantes aqui, como já mencionei.

A segunda coisa foi o final. A história central sobre os assassinatos transcorre bem, temos reviravoltas, traições, coisas inesperadas e o livro não fica chato em nenhum momento, mesmo tendo mais de 500 páginas. Mas, o arco do romance e que envolve Emma e Julian mais profundamente tem um desfecho que não poderia ser mais clichê. Mais até do que isso, foi que acredito que a atitude que um deles toma ao fim da história não é condizente com a postura ou a personalidade desenvolvida ao longo do livro. É de pegar a criatura e grudar na parede pra ver se entende a burrice que está fazendo. É querer bancar a inteligente fazendo bobagem, tentando solucionar um problema criando outro. Enfim, não passou no teste.

Mas, relevando essas coisas e considerando somente o desenrolar principal da trama, gostei bastante do livro e já digo que Emma e Julian me convenceram bem mais enquanto leitora em um livro, do que a Clary e Jace estão fazendo no terceiro volume que estou lendo. Então, se você é fã da autora e quer começar essa nova história, tenho certeza de que vai adorar e, se você quer conhecer Cassandra Clare por Dama da Meia-Noite, tenha em mente que você vai receber alguns spoiler dos outros livros, mas também será conduzido pelo mundo dela recebendo as explicações que precisa para se aventurar plenamente, logo de primeira, sem precisar de conhecimento prévio ;)

4estrelas

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Emma Carstairs é uma Caçadora de Sombras, uma em uma longa linhagem de Caçadores de Sombras encarregados de protegerem o mundo de demônios. Com seu parabatai Julian Blackthorn, ela patrulha as ruas de uma Los Angeles escondida onde os vampiros fazem festa na Sunset Strip, e fadas estão à beira de uma guerra aberta com os Caçadores de Sombras. Quando corpos de seres humanos e fadas começam a aparecer mortos da mesma forma que os pais de Emma foram assassinados anos atrás, uma aliança é formada. Esta é a chance de Emma de vingança e a possibilidade de Julian ter de volta seu meio-irmão fada, Mark, que foi sequestrado há cinco anos. Tudo que Emma, Mark e Julian tem a fazer é resolver os assassinatos dentro de duas semanas antes que o assassino coloque eles na mira.

Suas buscas levam Emma de cavernas no mar cheias de magia para uma loteria sombria onde a morte é dispensada. Enquanto ela vai descobrindo seu passado, ela começa a confrontar os segredos do presente: O que Julian vem escondendo dela todos esses anos? Por que a Lei Shadowhunter proíbe parabatais de se apaixonarem? Quem realmente matou seus pais e ela pode suportar saber a verdade?

 

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