Eragon é o primeiro livro do Ciclo da Herança, do autor Christopher Paolini. O livro foi lançado no Brasil em 2005 pela editora Rocco.

Sobre o Livro

Eragon é um garoto de 15 anos que mora com o tio e o primo. Sua mãe o deixou quando ainda era muito pequeno e ela não sabem nada sobre ela. Um dia, enquanto caçava na cadeia de montanhas, tentando encontrar o alimento que os manteria vivos durante o inverno, o garoto se depara com uma grande e polida pedra azul escura com finas veias brancas. Pensando se tratar de algo valioso, o jovem leva consigo.

“A verdadeira coragem é viver e sofrer por aquilo em que você acredite.”

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Porém, ao tentar vender a peça vê a relutância das pessoas e ninguém realmente se interessa. É então que algo incrível acontece. A pedra não era verdadeiramente isso, e sim um ovo. Assim, quando menos espera, Eragon se vê cara a cara com um bebê dragão. Nesse mundo, os dragões já foram muito importantes, sendo parte de uma guarda de elite, mas há muito tempo eles desapareceram, e os que poderiam existir, são caçados pelo Rei Galbatorix.

Sabendo que tem algo especial em seu poder, Eragon também prevê muita confusão à sua frente e vai atrás de informações com Brom, que parece saber muito sobre o assunto. Porém, os problemas surgem muito antes do esperado e o garoto se vê obrigado a cair na estrada e fugir daqueles que o perseguem, em busca do já não tão pequeno dragão azul e do que seu nascimento pode representar para as lendas desse mundo.


Minha Opinião

O Ciclo da Herança estourou numa época em que eu não estava lendo muito e, portanto, perdi a fase. Porém, como boa obra que marca, sua reputação dura mais que somente o seu lançamento. Em 2016 eu adquiri o box com os quatro livros e deixei eles na estante, até que essa no surgiu um projeto de leitura no qual eu resolvi me aventurar.

Eragon traz a típica jornada do herói. O garoto underdog que descobre algo magnífico e que acaba por sair em uma jornada em direção à alguma coisa magnífica. Existe uma penca de livros assim, então porque Eragon é especial? Primeiro de tudo é pela mitologia criada. O mundo é super vasto e há certamente muita coisa para se desenvolver aqui. E, a segunda, e talvez a mais importante, é que o autor tinha apenas 15 anos quando escreveu a história, e mesmo assim apresentou esse universo pro leitor.

É claro que a idade tem também seus pontos negativos. Há vários aspectos na história que parecem falhos em alguns momentos. Eragon, por exemplo, tem uma volatilidade grande de personalidade e hora está temeroso, hora está impondo regras. Outra coisa é que há sempre alguém mais velho e com mais conhecimento passando as informações pra ele, quase como um tutor. Se algo acontece, a pessoa é substituída por outro, ele nunca está fazendo as descobertas sozinhas e a tudo é passado através da boca de alguém.

“Uma única palavra ressoou em sua cabeça, de modo intenso e claro. Eragon.”

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Todos os personagens são muito cheios de segredos e as revelações vem vindo ao longo da narrativa. Algumas são importantes e outras só servem como artifício de expectativa. Confesso que em certo momento, assim como a passagem de informações, me incomodou um pouco. Pra quem já leu diversos livros de fantasia e está acostumado com jornadas do herói, Eragon não vai ser uma surpresa. Entretanto, a escrita é muito boa e, mesmo com a pouca idade, Paolini soube desenvolver a sua trama muito bem, criando um mundo vasto que retém muitos segredos.

Eu não sabia quase nada sobre a história e minha primeira surpresa foi o fato de que Eragon era o garoto e não o dragão. Saphira, uma dragão fêmea, é na verdade quem ilustra a capa com todo o seu charme. E, pelas capas, já é possível prever que teremos mais desses seres em breve. Ela é sem dúvida mais estrela que o próprio garoto. Os diálogos dos dois ou dela falando através de pensamentos com Eragon são hilários e Saphira certamente tem um senso de humor muito bom. Há um leve alívio cômico vindo da parte dela e eu gosto bastante disso.

Brom foi um dos personagens que mais gostei. Ele me lembrou inclusive um personagem de mesmo nome da Saga do Assassino e achei interessante conhecer a sua história. As lendas envolvendo os Cavaleiros de Dragões, o próprio Rei, o nome de Eragon e a espada Zar’roc dão um “q” a mais na história e dão um tom mais pesado e concreto à narrativa. É um mundo encorpado e é através de todos esses acréscimos e lendas que vemos a dimensão disso.

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Tive meus momentos de amor e ódio com Eragon. Ela é um garoto esperto que se faz de bobo, basicamente. Quando ele quer, ele saca muito bem tudo ao seu redor, mas também não perde a oportunidade de tomar algumas posições questionáveis. E, além desse ponto inicial e jornada, há um grande conflito político aqui. Há rebeliões, grupos querendo atacar e o laço do reino é muito tênue, fazendo com que tudo se interligue.

Não achei o final surpreendente, mas certamente fiquei curiosa para seguir em frente com a leitura. A proposta do projeto #QueroTerUmDragão era de ler um livro por trimestre e por enquanto consegui me controlar pra seguir isso. Em abril pretendo dar continuidade com Eldest, o segundo livro, e certamente vou contar pra vocês o que eu achar. Todo mundo que me recomendou a série disse que a cada livro o crescimento é visível, pois o autor também envelheceu e ficou mais maduro escrevendo a trama. E eu estou ansiosa pra descobrir se isso realmente vai acontecer.

O Ciclo da Herança foi concebido originalmente como uma trilogia, mas muito tempo depois ganhou um capítulo final, o que não agradou a todos os fãs. Enquanto metade repudia o quarto livro, outro o veneram e quero muito descobrir em que lado eu vou me encaixar.

ERAGON

Autor: Christopher Paolini

Editora: Rocco

Ano de publicação: 2005

Eragon é o romance de estréia de Christopher Paolini, uma história repleta de ação, locais fantásticos e perigosos vilões. Com dragões e elfos, cavaleiros, lutas de espadas, inesperadas revelações e, claro, uma linda donzela que é muito bem capaz de cuidar de si própria. O protagonista, de quinze anos, é um pacato rapaz do campo, que ao encontrar na floresta uma pedra azul polida, se vê da noite para o dia no meio de uma disputa pelo poder do Império, na qual ele é peça principal.

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