Fuck Love é um romance da autora Tarryn Fisher, lançado no Brasil em 2017 pela Faro Editorial.

Sobre o Livro

Helena Conway se apaixonou pelo namorado de sua melhor amiga e isso não é nada bom. Além disso ele é o exato oposto dela, super espontâneo e desencanado, enquanto em sua cabeça tudo é metodicamente pensado e remexido. Aliás, ela é aquela garota que anda na linha.

“Na vida existem limites claros e sólidos, que jamais deveriam ser transpostos. Fantasiar um relacionamento com o namorado da melhor amiga é um desses limites.”

Essa paixão não vai ir embora e, mesmo namorado, Kit não sai da sua cabeça e isso começa a bagunçar totalmente a sua vida. O que é certo fazer em uma situação dessas? Nenhuma opção parece totalmente certa e talvez ela mesma não esteja afim de abrir mão de algo tão vívido no seu mar de bege.


Minha Opinião

Esse é o meu terceiro contato com Tarryn Fisher, depois de já ter lido sua parceria com Colleen Hoover em Nunca Jamais e o livro solo de sua outra trilogia, A Oportunista. E ao chegar ao fim dessa leitura tive um sentimento muito parecido com o de anteriormente, déjà vu. Mesmo depois de um tempo eu ainda não consigo assimilar qual das duas opções a seguir é a que mais se encaixa: 1) as histórias são semelhantes a outras e isso faz com que eu sinta que já li aquilo em outro lugar pelo menos um ou duas vezes, o que não conta como algo bom; ou 2) é tão próximo da realidade que parece algo real e que aconteceu, quando na verdade eu não tive realmente um contato e o sentimento vem basicamente disso. Esse segundo é algo positivo, pois sinaliza que a autora traz a história tão perto de nós que é difícil desvincular. De qualquer forma, gostei mais de F*ck Love do que de A Oportunista, mas tendo algumas ressalvas quanto ao final.

“Essa é a parte mais patética do ser humano: as emoções indesejáveis grudam em você, porque não ligam a mínima se você as considera indesejáveis.”

Helena é a típica boa menina que está tentando trilhar o seu caminho. Ela se formou e está em busca de algo que lhe faça se sentir bem, tem um namoro água com açúcar, mas que lhe serve, uma melhor amiga possessiva e um guarda roupas que usa e abusa das paletas bege, não a colocando muito na moda, por assim dizer. Tudo ao redor dela, mesmo que em marasmo, parece estar indo bem. Porém, algo muito estranho acontece e ela se vê obcecada pelo namorado da melhor amiga. Sua cabeça então começa a fantasiar coisas que ela não se imaginaria capaz e sua vida começa a virar uma bagunça.

Kit é charmoso, boa pinta e com um pitada de mistério. E, mesmo que de leve em alguns momentos, ele dá corda, fazendo com que Helena questione seus princípios. O seu namoro que já não ia bem, piora e o ciclo viciante de encantamento ao redor do jovem a sufoca. Tendo isso em vista, é fácil dizer que essa é uma história sobre um amor obsessivo e isso raramente acaba bem. Pelo menos alguém nessa história vai sofrer imensamente e, provavelmente, não vai ser quem merece.

Helena se mostra apática há várias coisas, enquanto um turbilhão de coisas acontece em sua cabeça. Ela tem atos e posturas questionáveis que claramente marcam o fato de essa paixão estar virando sua cabeça. De Kit eu basicamente senti muito ódio grande parte do livro. A única coisa que vou dizer sobre ele além do já mencionado é que ele é um covarde e eu não suporto esse tipo de coisa. Já Della, a melhor amiga, gera um típico caso de amizade abusiva. Helena tem que estar disponível pra ela o tempo todo, mas do jeito que ela desejar. Qualquer coisa diferente desperta desconfiança e algum ataque aleatório.

Claramente, todo mundo nesse livro é perturbado de alguma forma e é importante que você tenha isso em mente para crer na história, afinal, pra mim que sou uma cética do amor, pegar um livro como esse é duvidar dele o tempo todo, tamanho o absurdo de alguns atos, mas fui lá, vesti minha capa de “entendo que existem pessoas assim” e acabei tendo uma boa experiência. Por boa experiência entenda que gostei do livro, mas não deixei de sentir ódio e de querer sacudir personagens ou atirá-los contra a parede para perceberem o quão estúpidas eram suas atitudes. A cobertura da minha capa tem lá seus limites.

“Porque não tenho coragem suficiente para mudar com todos me observando. Quero fazer isso sozinha. Tem que ser uma coisa genuína.”

Para quem adora um romance com essa pegada mais dark nas relações, Fuck Love é um prato cheio. E o nome faz bastante jus a todas as relações. Aqui, o amor realmente se transformou em algo bem “fudido”, com o perdão da palavra. E é ai que está o problema né? Quando nos relacionamos com alguém é porto seguro que deveríamos encontrar, cumplicidade e carinho. Mas quando pra ter tudo isso parece necessário passar por um turbilhão de sofrimento, tristeza, traição e, principalmente ter em si esse sentimento de obsessão que corroí tudo ao redor, me parece que há algo errado. Pra algumas pessoas uma amor avassalador assim é o que se deseja. Eu, particularmente, prefiro algo intenso, mas que minha vida não precise ser destruída no processo.

Há algo, no entanto, que me incomodou um pouco no final com relação há estrutura da história.Isso já havia acontecido em A Oportunista e surgiu novamente aqui: sabe o personagem que aparece do nada, apenas pra que uma terceira ou quarta peça seja inserida na trama? Pois é. Porém aqui esse personagem em questão tem várias situações também ao seu redor, o que deixa suas motivações e própria história confusa. Não sei se era necessário e realmente não me agradou.

Algo que acho importante ressaltar é que esse não é um livro erótico, sendo o nome relativo a confusão das relações e nada mais do que isso. É claro que há uma cena ou duas um pouco mais inclinadas, mas é só. Acho essa capa muito bonita e a deixa da contra capa também.

F*ck Love é um livro intenso pra mexer com seus sentimentos, independente de como você se sente em relação ao gênero ou ao que acontece na história. É impossível passar por esse livro ileso sem sentir nada, e é ai que fica o seu crédito. Pois certamente não é um livro pra passar despercebido.

FUCK LOVE

Autor: Tarryn Fisher

Editora: Faro Editorial

Ano de publicação: 2017

Helena Conway se apaixonou. Contra sua vontade. Perdidamente. Mas não sem motivo.Kit Isley é o oposto dela desencanado, espontâneo, alguém diferente de todos os homens que conheceu. Ele parece o seu complemento. Poderia ser tão perfeito… se Kit não fosse o namorado da sua melhor amiga. Helena deve desafiar seu coração, fazer a coisa certa e pensar nos outros. Mas ela não o faz… Tentar se afastar da pessoa amada é como tentar se afogar. Você decide fugir da vida, pulando na água, mas vai contra a natureza não buscar o ar. Seu corpo clama por oxigênio sua mente insiste que você precisa de ar. Então você acaba subindo à superfície, arfando, incapaz de negar a si mesma essa necessidade básica de ar. De amor. De desejo ardente. Você pode pensar que já viu histórias parecidas, mas nunca tão genuínas como essa.

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