Glow: Gorgeous Ladies of Wrestling chegou ao Netflix em 23 de junho e já está dando o que falar. A série é um revival da produção de mesmo nome que foi exibida na década de 80 e que chegou ao Brasil com o nome de Luta Livre de Mulheres. A primeira temporada conta com 10 episódios de pouco mais de meia hora e já está disponível na plataforma de streaming.

Na trama, produzida pela mesma equipe de Orange is the new black, acompanhamos Ruth Wilder, uma atriz que está passando dificuldades por não conseguir um papel. Sua personalidade sempre a impede de pegar os papeis simples que são tradicionalmente dado as mulheres, pois ela quer algo diferente do que ser a secretária com duas falas. Depois de confrontar a pessoa que agenda seus testes e desacreditada de que um dia conseguirá algo, ela recebe uma nova ligação e o convite para uma audição diferente.

Sem muitas informações ela se vê em um local, frente a um ringue e com mulheres de todos os tipos. Comandando o teste está Sam Sylvia, um diretor que não conseguiu emplacar muita coisa, mas que está colocando todas as fichas em sua nova aposta: um programa de tv de luta livre entre mulheres. Isso não é exatamente o que Ruth tinha em mente, mas parece ser sua única opção.

Por mais que luta livre remeta a violência, essa não é a questão aqui. O esporte é na verdade todo coreografado, interpretado e com uma história de backgroung. Os golpes são ensaiados e tudo é cronometrado para que não haja real atrito ou machucado entre as participantes. A lista de mulheres selecionadas varia de treinadas atrizes a donas de casa sem experiência e adolescentes. Todas elas vão ter que aprender a se movimentar nesse novo mundo, inclusive Ruth, que num primeiro momento enxerga apenas a luta e, com sua influência, vai tentando convencer a todos da importância do storytelling.

O bacana sobre essa série é que tudo começa como uma disputa. Mulheres em busca de uma vaga, mulheres lutando e, uma desavença de amigas que pode destruir vidas e relações. Mas ao longo da narrativa tudo muda de perspectiva, pois como ninguém ali sabe exatamente o que está fazendo, é preciso que a relação se transforme em cooperação, companheirismo e sororidade. E essa parece ser a grande mensagem de Glow: mesmo em meio à luta e as dificuldades é preciso se manter unidas.

Há uma cena peculiarmente absurda e até ofensiva no segundo ou terceiro episódio protagonizada pelo diretor Sam, que tenho certeza que vai incomodar muitos por seu teor, mas esse também é um personagem de redenção. Ele só quer fazer um show de sucesso, fodam-se essas mulheres, mas a coisa muda no decorrer do envolvimento dele com cada uma delas e de aos poucos também irmos conhecendo como cada uma se encaixa ali. Existe diversidade entre as participantes, todas são diferentes. E mesmo que o foco fique em Ruth e depois também em Debbie, há espaço para que a história de cada uma delas ganhe um pouco de vida e possa se explorada no futuro.

Pra quem assistiu Smash da NBC e gostou daquela proposta, apenas substitua música por movimentos coreografados de luta e você tem a mesma fórmula aqui (ou, como smash veio depois do primeiro Glow, eles é que aplicaram primeiro). Certamente você vai curtir essa proposta e se apegar muito fácil as personagens.

A produção é com a cara dos anos 80 e o figurino está muito bem feito. Há cenas ótimas e bem escritas, assim como cenários interessantes e bem ambientados. A trilha sonora também é empolgante com composições típicas da época e também do contexto. Minha única ressalva é com o ponto exato onde a temporada termina. Enquanto fiquei extremamente agoniada por mais alguns minutos, também me peguei surpresa pelo corte não ter sido um pouco antes ou com algum problema depois.

De qualquer forma é uma ótima série que merece ser maratonada, o que não é um trabalho árduo já que a produção é envolvente, divertida, comovente, e conta com apenas 10 episódios de 30-35 minutos cada. Vale super a pena, vai por mim!

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