Honey é o primeiro livro da série homônima da autora Kristen Ashley. O lançamento é de 2017 pela Universo dos Livros.

Sobre o Livro

O Bee’s Honey é um clube pensado para pessoas que estão em busca de envolvimento. Em suas salas equipadas com todos os aparatos sexuais possíveis, disponíveis para infligir infinitas sensações que viajam da dor para o prazer em uma velocidade surpreendente, homens e mulheres se relacionam com o objetivo de conhecer melhor o outro, o próprio corpo e limites que mostram uma tendência a ser quebrados.

As paredes aveludadas, a decoração elegante nas salas comuns e as particularidades dos espaços reservados proporcionam aos seus frequentadores uma ideia de luxo que tem muito a ver com o padrão elitizado do clube. As pessoas vão ali não somente à procura de sexo não casual, mas, quem sabe, com o objetivo de conhecer alguém que compartilhe dos mesmos gostos e que possa se transformar naquela pessoa com quem também é possível viver o lado mais ‘careta da vida’, por assim dizer.

“Não encontramos isso toda hora. Não encontramos essa conexão. Muitas de nós não estamos procurando por isso. Estamos buscando um tipo diferente de conexão que é importante, mas não é isso. Tudo isso. Tudo o que vi que você tem com ele.”

Amelie é uma dessas pessoas, sem dúvidas. Uma mulher poderosa, rica, bela; uma dominatrix exigente e que sabe dosar com perfeição a força que coloca no chicote que usa para submeter seus escravos sexuais. Ela está muito confortável com o estilo de vida que adota, que faz parte de quem ela é, mas no fundo está cansada de ficar sozinha – ou de se envolver com caras que não entendem seus gostos mais peculiares. É por isso que ela se encanta quando percebe Olivier encostado na parede, deixando exalar uma agressividade de macho alfa ao mesmo tempo em que se mostra submisso. Ela o escolhe, entre tantos. Ela o transforma em seu mais novo brinquedinho, e não vê a hora de que a relação entre eles ultrapasse as paredes do clube. Claro que isso não é algo fácil, porque fora da segurança e privacidade que o Bee’s Honey proporciona, existe uma resistência em aceitar o diferente, existe o preconceito com quem escolhe viver foda dos padrões impostos pela sociedade. E existe o medo, de entregar o coração e vê-lo se quebrar em mil pedaços.


Minha Opinião

Este é um livro para adultos, é importante que isso fique claro desde o início. É importante também que o leitor saiba que precisa estar aberto a ler sobre práticas de BDSM, cenas de sexo complexas e extremas e que recheiam boa parte deste romance erótico forte e fora dos padrões comumente encontrados neste tipo de literatura. Honey não é um livro que indico para qualquer pessoa, mas uma obra que merece ser conhecida por quem não tem resistência ao estilo ou pelos leitores que gostam de hot, mas que cansaram daquela fórmula batida composta pela mocinha virginal, o dominador macho alfa rico e gostosão que gosta de colocar as mulheres de joelhos ou de bater em suas bundas. Não se enganem, aqui tudo isso acontece. Mas os papeis? Ah, estes estão assertivamente invertidos.

Amei conhecer Amelie. Adorei saber que ela é uma mulher rica, dona de si, muito bonita e considerada uma espécie de abelha rainha no clube de sexo que frequenta há anos. Foi melhor ainda saber que neste lugar ela reina e que o que não falta é submisso querendo estar sob seu domínio. Gostei tanto disso tudo porque geralmente essas particularidades são atribuídas aos homens, mas não aqui.  A leitura ficou ainda melhor depois que descobri que não foi à toa que ela conquistou essa reputação, o respeito e a admiração de todos; e sim após mostrar que o jogo dela não envolvia uma subserviência desmedida e sim uma relação de cuidado, carinho, afeto, confiança mútua e preocupação com o prazer e bem estar do outro.

A protagonista se mostrou uma mulher empoderada e sensível ao mesmo tempo, provando que uma característica não exclui a outra.  E é justamente por saber que vai se doar inteiramente para a pessoa com quem decidir se relacionar no clube, que Amelie não escolhe qualquer homem para levar às salas de jogos. Ela espera, pacientemente tomando seu drink, que surja um cara que a faça tremer. Que prove para ela que é digno de sua atenção e de seu tempo. Ah, como foi divertido perceber que neste jogo de poder, quem mandava era uma mulher.

“-Permaneça forte, Olivier – ela ordenou baixinho. Ela viu a beleza dele mostrando os dentes em um rosnado de frustração que o controlou antes de ele se posicionar e fazer como ela disse.”

Eis que a gente conhece Olivier. Um gigante corpulento com olhar voraz e uma atitude que é a junção paradoxal entre submissão e comportamento de macho alfa. Ao olhar para ele Amelie sabe: precisa tê-lo de quatro, lambendo seus pés… E todas as outras partes divertidas.  Fiquei curiosa para saber como aconteceria a conexão entre os dois, e foi necessário que eles jogassem apenas uma vez para perceberem que a química entre os dois era palpável, e que a força bruta do chavelier misturada a confusão de emoções reveladas por seus olhos só poderiam ser combatidas e domadas por ela.

Os encontros passam a acontecer com cada vez mais frequência, e a relação entre eles vai se aprofundando a medida que sentimentos vão surgindo, e enquanto o leitor acompanha a história de uma mulher que transforma um cara imenso em massa de modelar, permitindo assim que ele se liberte de maneiras que nem imaginava querer, a gente percebe que entre incansáveis cenas de sexo uma discussão é levantada: o que é considerado ‘normal’, ou ‘aceitável’ entre quatro paredes? O que importa para as pessoas de fora o que duas (ou três, ou quatro) pessoas fazem nos seus momentos de intimidade?

A autora propõe essa reflexão ao mesmo tempo em que convida o leitor para passear por uma realidade que ou acontece muito pouco, ou é fortemente escondida. Através de Olivier ela fala da necessidade que os homens têm de se mostrarem sempre representantes da masculinidade, mas aquela masculinidade ligada ao poder, a necessidade de estar por cima em diversos aspectos. De não se curvar diante de ninguém, de ser sempre o provedor e o dominador nos diversos âmbitos de uma relação; e do quanto este papel pode ser desumano se tudo o que a pessoa quer é justamente o contrário.

E através de Amelie ela mostra que mulheres em posição de poder financeiro e emocional não necessariamente estão dizendo que são autossuficientes e por isso abrem mão de uma relação mais tradicional, por assim dizer. Ou será que o fato de uma mulher colocar um plug anal em seu companheiro ou penetrá-lo com um brinquedinho significa que ela deva deixar de lado o sonho de se casar de branco e constituir família? Honey fala disso. Mostra o lado bom e o lado complicado de se escolher viver de acordo com os próprios padrões, e não com o que a sociedade considera ‘certo’.

Se o que você busca é uma história capaz de mexer com você, em diversos sentidos, Honey pode ser uma boa opção. Mas, como eu disse lá no começo, venha de mente aberta… Se permita envolver com as dores e delícias de se entregar completamente a alguém.

HONEY

Autor: Kristen Ashley

Editora: Universo dos Livros

Ano de publicação: 2017

Emocionante e sedutor, Honey é o primeiro livro de uma nova série sensacional da autora best-seller Kristen Ashley.
Entre em um mundo decadente e sensual no qual machos alfa maravilhosos são escravos de prazer comprometidos a realizar os desejos de uma mulher. No clube de elite Bee’s Honey, nenhum limite é deixado de testar, e os desejos mais sombrios de alguém se tornam uma realidade sensual.
Olivier não tem certeza de onde se meteu quando se associa ao clube Honey, só que uma parte obscura dele deseja o estilo de vida oferecido por esse clube exclusivo e secreto.
Quando Amélie convida Olivier a se render, ela o incentiva a explorar seus desejos mais profundos como um submisso. Conforme eles se tornam mais íntimos e se veem se apaixonando mais do que imaginaram, a verdade sobre o passado de Olivier pode ameaçar o relacionamento que ambos desejam.

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