A Hora do Lobisomem é do autor Stephen King e foi relançado em uma versão capa dura pela editora Suma em 2017.

Sobra a história

Na pequena cidade de Tarker’s Mills, no Maine, o mês de janeiro começou com neve. Arnie Westrum, sinaleiro da ferrovia, acabou de ouvir um barulho estranho. Um arranhar nas portas e um choro. Ele está sozinho e com todo aquele frio pensa se tratar de um cachorro da rua. Acontece que o medo toma conta dele a cada lamento da coisa que se encontra do lado de fora. Houveram presságios de coisas ruins na região. E o pobre homem está apavorado.

O que é Stella Randolph uma mulher sonhadora e apaixonada, Brady Kincaid uma criança de 11 anos e Alfie Knopfler dono do único café da cidade tem em comum? É isso que vamos descobrir conforme avançamos nessa história. Muitas coisa estranhas estão começando a acontecer. Pessoas estão aparecendo mortas e ninguém sabe quem é o responsável. As vítimas não param de aumentar de maneira violenta e brutal. 

“O andarilho estava coberto de gelo, com a cabeça virada para trás em um grito silencioso, um casaco maltrapilho e a camisa embaixo rasgada a dentadas. O andarilho estava deitado em uma poço congelada do próprio sangue, olhando para os fios caídos, as mãos eternizadas em um gesto de proteção, com gelo acumulado entre os dedos. E, ao redor dele, há marcas de pegadas. Pegadas de lobo.”

Uma criatura perigosa chegou a cidade. O ciclo do lobisomem começou. Alguns acreditam, outros são céticos. A cidade guarda seus segredos. Marty Coslaw, um garoto de 10 anos que anda de cadeira de rodas foi o único a sobreviver para contar a história, mas quase ninguém acredita nele. As pessoas não acreditam no que ele diz que o atacou. O pânico já está instaurado na maioria dos habitantes. Todos passam a ouvir uivos e o medo de ser a próxima vítima é crescente. Assim como, de saber quem está por trás dessa máscara (ou seria algo real?). Ah, mas é claro que lobisomens não existem, não é?


Minha opinião

“A besta anda entre nós.” O que falar de um livro que entrega toda a trama no seu próprio título? Ah, então não temos nada de novo para ver aqui. É aí que você se engana. Essa história passa muito rapidamente, quando nos damos conta já estamos chegando ao seu fim e desvendando o mistério. E já digo de antemão que as minhas suspeitas estavam erradas. Não acertei quem era o culpado.

Comecemos falando sobre o livro que me deixou encantada. As ilustrações estão simplesmente impecáveis. A edição está toda maravilhosa. Em capa dura, com muito capricho e cuidado. A cada mês temos uma ilustração que remete a alguma peculiaridade do capítulo a ser tratado. Eu que amo livros com ilustrações, fiquei completamente apaixonada por esse.

“A Besta, ele diz, está em toda a parte. O Grande Satanás, ele diz, pode estar em qualquer lugar. […] Cuidado com a Besta pois ela pode sorrir e dizer que é sua vizinha, mas, ah, irmãos, os dentes são afiados, e é possível perceber a inquietação no movimento dos olhos dela. Ela é a Besta e está aqui, agora, em Tarker’s Mills. Ela…”

Os capítulos são super curtos e geralmente trazem uma notícia trágica. Rapidamente vemos o ano passar nessa pequena cidade e as nossas suspeitas, sobre quem é o lobisomem (ou assassino da Lua Cheia, como ele também é chamado), recaem sobre diversas figuras apresentadas durante a narrativa. De forma rápida e eletrizante vemos pessoas sendo trucidadas na nossa frente e sem chances de defesa.

O personagem mais significativo dessa trama, que é muito curta e com poucos personagens mais explorados, é o jovem Marty. Uma criança que tem limitações, mas vê a felicidade nas pequenas coisas da vida. Rodeado de uma família que tem pouca ou quase nenhuma empatia por ele, vemos o pequeno encontrar refúgio nas conversas com o seu tio Al, a única pessoa que realmente o entende. É visível a simplicidade do garoto e também a sua força de vontade. Apesar de tudo que o aflige, ele não perde as esperanças e nem sua vontade de lutar.

O incrível dessa história é que King deixa aberto possíveis responsáveis. Ele apresenta pistas, nos conduz e mostra que as pessoas conhecem o responsável, mas nem imaginam quem ele é. A Besta começa a mexer com a cidade e com os seus moradores. As pessoas não percebem as pistas que nós temos e quando sabemos que elas estão frente a frente com a Besta, ficamos apenas na curiosidade para revelar sua verdadeira identidade.

No final temos quatro lindas ilustrações, de quatro ilustradores brasileiros, representando a cena preferida de cada um deles dessa história. Para cada uma das ilustrações temos uma técnica diferente e vemos, com os olhos deles, determinadas cenas sob outras perspectivas. O ilustrador do livro é o já falecido Bernie Wrightson, que é muito famoso pelos seus trabalhos com quadrinhos. Suas ilustrações conseguiram captar a essência dessa história. E ele já trabalhou com outras obras do King. Junto das ilustrações feitas neste livro, temos também o ano que Bernie as fez.

Uma história rápida e com um final surpreendente. Uma trama curta, mas carregada de elementos para uma boa história. Personagens e fatos que passam rapidamente na nossa frente e que deixam a cargo do leitor usar da sua imaginação para complementar o que está faltando. Se você quer descobrir se lobisomens realmente existem, esse é o seu livro.

 

4estrelasB

A HORA DO LOBISOMEM

Autor: Stephen King

Editora: Suma de Letras

Ano de publicação: 2017

UMA CRIATURA CHEGOU A TARKER’S MILLS. AHORA DELAÉAGORA, OLUGARDELAÉAQUI
O primeiro grito veio de um trabalhador da ferrovia isolado pela neve, enquanto as presas do monstro dilaceravam sua garganta. No mês seguinte, um grito de êxtase e agonia vem de uma mulher atacada no próprio quarto. Agora,a cada vez que a lua cheia brilha sobre a cidade de Tarker’sMill, surgem novas cenas de terror inimaginável. Quem será o próximo? Quando a lua cresce no céu,um terror paralisante toma os moradores da cidade. Uivos quase humanos ecoam no vento. E por todo lado as pegadas de um monstro cuja fome nunca é saciada. Um clássico de Stephen King,com as ilustrações originais de Bernie Wrightson.

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