Independence Day: O Ressurgimento é a novelização do filme homônimo, e foi escrito pelo autor de fantasia e ficção científica, Alex Irvine, que também já escreveu outros livros de franquias, como Supernatural, Transformers e Dungeons & Dragons. É um lançamento de 2016 da editora Nemo.

SOBRE O LIVRO

Em 1996, a Terra foi invadida por seres alienígenas, com suas imensas naves, e a humanidade quase foi extinta. Porém, graças a um grupo de bravos soldados americanos, entre eles, o capitão Steven Hiller, a nave mãe foi derrotada no dia 4 de julho, e com ela, os invasores. Após vencer a primeira batalha, as nações assinaram um tratado de paz universal e desde então, nos últimos 20 anos, não houveram mais guerras. Com todas as nações unidas, iniciou-se o maior programa de defesa espacial da Terra, o DET, que através de engenharia reserva, desvendou parte da tecnologia alienígena e integrou-a nos armamentos humanos.

Com isso, a Área 51 foi amplamente desenvolvida e outros países também construíram suas bases militares de pesquisas alienígenas. Graças ao DET, o mundo possuía agora bases militares na Lua, em Marte e também estava construindo uma em Reia, lua de Saturno. A humanidade sabia que um dia eles voltariam. E desta vez estaríamos preparados para vencê-los novamente.

“Como é que não vimos isso? disse o General Adams. Então pegou o telefone e deu ordens para o Esquadrão Legacy decolar. As defesas orbitais da Terra tinham que ser acionadas.”

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A situação começa a ficar estranha quando a Área 51 perde comunicação de forma misteriosa com a base militar em Reia. Quando receberam parte dos dados enviados pela base, descobrem que uma imensa anomalia gravitacional havia se formado próximo a Saturno e destruído parte de seus anéis. Algumas horas depois, a comunicação com a base de Marte também foi perdida.

Enquanto isso, na Terra, o cientista David Levinson, um dos responsáveis pela vitória da guerra de 1996, está na África, onde uma nova república havia se formado sob que restou de uma nave derrubada na primeira invasão. Quando chegou ao local, fica incrédulo com o que vê: todas as luzes da nave estão ligadas. Mas, ao saber que a nave tinha se ligado sozinha, há dois dias, só teve uma certeza: o inimigo estava vindo, e uma nova batalha iria começar.

Minha opinião

Independence Day foi um marco cinematográfico em 1996, conquistando milhares de fãs no mundo todo e redefinindo o gênero catástrofe. Agora, 20 anos depois, voltou às telas para agraciar os fãs de cinema e de ficção científica. Em paralelo com isso foi lançado o livro que conta a história do novo filme. Eu já tinha lido outras obras do autor Alex Irvine, como por exemplo, o Diário de John Winchester, do seriado Supernatural. Irvine traz neste livro toda a história que foi contada no cinema, porém com mais detalhes sobre os personagens, alienígenas e a trama em si. Mas é a primeira vez que eu leio um livro que foi baseado em um filme, e não o contrário.

O livro foi dividido em quatro partes, e em cada parte acompanhamos a trajetória dos personagens por cada dia antes da grande batalha que a humanidade irá enfrentar novamente. A última parte correspondente ao quarto dia, o que consequentemente é o desfecho da história.

“Algumas coisas mudaram muito em vinte anos. Algumas não mudaram nada. Outras tinham ao mesmo tempo mudado e permanecido iguais.”

A narrativa nos mostra como a Terra evoluiu nos últimos 20 anos. Após vencer a guerra de 1996, os países assinaram um tratado de paz e passaram a trabalhar em conjunto para desvendar e conhecer a tecnologia alienígena. Graças aos estudos e descobertas, foram aprimorando as tecnologias humanas e melhorando outras, como por exemplo, a viagem espacial, que agora acontece de forma muito mais rápida. Assim, é possível ir até a Lua em questão de poucas horas, ou até Marte, em poucos dias.

A história tem diversas tramas sendo apresentadas e resolvidas. Algumas chegam a ser relevantes ao enredo; outras, nem precisariam estar no livro, pois não passam de enrolação. Por consequência, parece que o livro fica perdido e sem saber ao certo onde quer chegar. Mas, a partir da metade, a história foca na trama principal e então, é emoção atrás de emoção. Mas é o final que vem para coroar a narrativa e salvar todo o livro. Deixando ainda uma ideia suspensa para uma possível continuação.

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Os personagens são bem construídos, e, mesmo os secundários, tem algo de interessante a acrescentar na história. Por exemplo, Dylan Hiller, enteado do capitão Steven Hiller (personagem de Will Smith, um dos protagonistas no primeiro filme) não se destaca tanto aqui, ficando em segundo plano. Sua participação se torna mais presente apenas no final do livro.

Não há apenas um personagem principal, mas é notável que há alguns que se destacam mais durante a trama. Exemplo disso é o diretor e cientista David Levinson. Além de contribuir de forma significativa para o enredo, com suas conclusões e afirmações, ainda diverte o leitor com suas piadas e reações inesperadas mediante as perguntas ou ações de outros personagens. Ele também tem grande destaque aqui pois foi este personagem que descobriu como os alienígenas se comunicavam no primeiro filme, e como a humanidade poderia vencer a guerra; novamente nesta história, ele ajudará a derrotar o inimigo.

“Ele olhou para a filha, completamente consciente e decidido. ‘É o único jeito de termos alguma chance'”, ele disse.

O ponto forte da história fica com o cenário descrito: aqui tudo é exageradamente maior e mais poderoso. A nave dos invasores é tão grande que possui gravidade própria, o que acaba destruindo tudo o que está perto dela em alguns poucos segundos. Além disso, os armamentos humanos também estão mais poderosos e as bases militares, maiores.

O interessante desta história toda é como, diante de um problema grave, as pessoas tem a capacidade de esquecer suas diferenças e se unir em busca de um bem comum. Isso mostra que, entre a vida e a morte, nada é mais importante do que a luta pela sobrevivência, independente do que tenha que ser feito. Claro que o livro (e o filme) focam no patriotismo americano. Mesmo a história falando que o mundo todo está unido, o foco fica no que os Estados Unidos e seu exército fazem para salvar a Terra.

O livro tem uma edição bem feita, simples e bonita. A capa já nos dá uma ideia do que vem a frente na história. A fonte, o espaçamento e os capítulos estão bem organizados e distribuídos. E o melhor de tudo, as últimas páginas do livro nos trazem uma linha do tempo dos principais eventos que aconteceram, desde a invasão de 1996 até o dia da nova batalha.

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O que torna o livro um pouco desconfortável é a forma como as conversas estão representadas. Diferentemente dos outros livros, aqui as falas dos personagens estão entre aspas, e não tem o sinal de travessão (-) na frente, o que pode gerar um pouco de confusão de começo. Também notei que o nome de alguns personagens aparece errado as vezes. Há vários lugares onde o nome do personagem Okun aparecia como Okin. Ainda, há momentos em que os personagens falam de símbolos e glifos, mas não há nenhuma representação ou descrição que ajude o leitor a compreender como eles são. Seria interessante se tivesse os desenhos ao longo da narrativa (ou uma lista dos símbolos no final).

Esse é um livro de ficção científica que, apesar de bom, poderia ser melhor. Se a história tivesse focado mais na ideia principal e não tivesse tantos personagens e tramas secundárias, faria mais sentido. A tecnologia alienígena poderia ter sido mais explorada também, revelando outros detalhes. Mesmo assim, para quem gosta de filmes e livros de destruição, alienígenas, tecnologia e, principalmente, para quem é fã do primeiro Independence Day, este livro é uma ótima forma de se aventurar por esse universo.

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INDEPENDENCE DAY: O RESSURGIMENTO

Autor: Alex Irvine

Editora: Nemo

Ano de publicação: 2016

Vinte anos se passaram desde a primeira invasão alienígena. Vinte anos de paz, reconstrução e avanços tecnológicos – incluindo uma base na lua e aviões que utilizam tecnologia inimiga. Mas o período de trégua está chegando ao fim: os aliens retornam para o acerto de contas, com naves ainda maiores e armas mais perigosas, causando milhões de mortes e destruição em massa. As poucas esperanças da Terra estão depositadas no grupo que inclui o cientista David Levinson, um senhor da guerra no coração da África e uma piloto de caça, filha do ex-presidente Tom Whitmore. Unindo a ação e os personagens carismáticos que fizeram do primeiro filme um estrondoso sucesso de bilheteria, Independence Day – O Ressurgimento promete arrebatar os fãs de cinema e de ficção científica.

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