Legião é do autor William Peter Blatty e é considerado a continuação de O Exorcista. Ele foi lançado em 2017 pela DarkSide Books.

Sobre o livro

O detetive William F. Kinderman tem uma árdua missão pela frente. Desvendar estranhos e cruéis assassinatos que estão ocorrendo na cidade. E ao que tudo indica temos um serial killer atuando nas ruas da cidade, entretanto todos os indícios apontam para um homem que já é conhecido. Acontece que esse principal suspeito já está morto há anos.
“O menino tinha sido crucificado, pregado pelos punhos e pés às partes planas de remos para caiaques arrumados para formar uma cruz; e os mesmos grossos pregos de carpinteiro de menos de oito centímetros foram martelados ao redor do topo do crânio em um círculo, penetrando a dura-máter e finalmente o cérebro.”
O corpo de um garoto de 12 anos é encontrado. Na cena do crime, uma estranha idosa parece ser a única testemunha. Caberá ao detetive encontrar a ligação entre os casos e descobrir se temos um seguidor desse antigo assassino ou se de alguma forma ele não morreu. Para isso ele contará com o auxílio de seu companheiro Atkins e do seu amigo padre Joseph Dyer. Acontece que antigos segredos estão escondidos nessa narrativa eletrizante e cheia de mistérios. E o detetive pode encontrar muito mais do que pode imaginar. Antigos demônios podem ter voltado para assombrar todos aqueles que atravessarem os seus caminhos.

Minha Opinião

Quando tinha uns 10 anos estava passando pela sala quando a minha família estava assistindo a um filme onde víamos uma garotinha com o rosto totalmente deformado, vomitar verde, girar a cabeça e gritar blasfêmias. Como sempre fui amante de tudo que envolvia terror, parei e fiquei assistindo ao show de horrores que era apresentado na tv. Não deu outra, fiquei totalmente traumatizada. Mesmo agora, depois de velha, ainda tenho muito medo do filme e daquela voz grossa em um corpo tão pequenino. Há uns 4 anos li o livro que deu origem ao filme e minha perspectiva mudou completamente. Devo admitir que até simpatizei com o tal demônio e achei ele bem espirituoso. O medo foi acalmado e passei a – quase – não me assustar mais com os gifs saltitantes da pequena Regan MacNeil. Por isso, quando vi esse livro, que é considerado a continuação da história, não pude deixar de embarcar nessa narrativa. Aviso aos fãs de terror: se você está esperando uma história demoníaca e cheia de possessões, você veio ao lugar errado. Mas isso não quer dizer que a história seja menos apavorante.
“Que coincidência doentia, pensou, que uma morte como a de Kintry acontecesse neste dia, no décimo segundo aniversário de uma morte igualmente chocante, violenta e misteriosa.”
Assim como em O Exorcista, a escrita é mais lenta e segue o seu próprio ritmo. Porém, a história de ambos os livros são muito boas, talvez a escrita do escritor que não combine tanto com o que os leitores mais dinâmicos estão acostumados. Ela demorou a realmente engrenar e apenas mais para o final as peças começam a se juntar e sentimos que a história “anda”. Vi muita gente reclamando sobre essa história, mas não senti que faltou um terror. Muito pelo contrário, acredito que temos o terror na dosagem certa aqui. Demorei a notar as ligações existentes com antigos personagens que deram início a essa trama, por fazer muito tempo desde que li o primeiro livro. Mas quando notei as conexões, achei que foram geniais e fui completamente surpreendida com o plot da história, que foi do tipo que eu não esperava e que achei de muito bom tom. Porém, recomendo fortemente que você leia ou assista ao filme do Exorcista antes de se aventurar nessas páginas. Tudo fará muito mais sentido depois que você se situar.
“Durante a missa das 6h30 na Santíssima Trindade, um padre católico fora assassinado. Ele fora decapitado no confessionário enquanto ouvia a confissão de alguém.”
O que me deixou um pouco incomodada foram as diversas passagens bíblicas que foram citadas. Gostei das reflexões feitas pelo detetive e seu amigo padre Dyer, mas creio que elas ocuparam muito espaço. Foi muito difícil criar laços com Kinderman, ele é um personagem complicado. Não consegui sentir empatia por ele. Creio que faltou explorar melhor a sua relevância na história – que é grande! Fica difícil acrescentar muitos detalhes a esta resenha, justamente por conter vários segredos na narrativa e que podem ser revelados com poucas palavras. Por isso, deixo pra você conhecer os mistérios dessa trama! Vi várias pessoas decepcionadas alegando se tratar de uma história mais investigativa. Acho que não lemos o mesmo livro. Aqui os demônios e assombrações estão nos detalhes. Naquilo que não foi dito, nas vozes que não foram ouvidas e nas presenças que são sentidas, mas não vistas. A construção desse ambiente aterrorizante funcionou muito bem pra mim. Para esse mês de horror, nada melhor que a continuação de um clássico.
 
4estrelasB

LEGIÃO

Autor: William Peter Blatty

Editora: DarkSide Books

Tradutor: Eduardo Alves

Ano de publicação: 2017

Legião é a verdadeira continuação de O Exorcista. Personagens e acontecimentos importantes do primeiro livro encarnam novamente nas páginas deste romance que Blatty publicou em 1983 e que finalmente sai no Brasil com seu título original. Alguns segredos da história de 1971 são revelados aqui, então é aconselhável ler O Exorcista antes de encarar Legião. A história começa dez anos depois do exorcismo de Regan MacNeil, a jovem menina endiabrada que Linda Blair incorporou no cinema. Só que agora o sobrenatural ganha também uma pegada de romance policial. O detetive (e cinéfilo nas horas vagas) William F. Kinderman volta à cena, investigando uma série de assassinatos brutais — entre eles, a crucificação de um garoto de apenas doze anos. O modus operandi dos crimes parece indicar a assinatura mórbida do assassino em série Geminiano. Mas como solucionar um caso em que o principal suspeito está morto há mais de uma década? Pegue água benta, um crucifixo, faça o sinal da cruz e vá ler. Legião espera por você.

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