Apesar do Batman ser um dos meus super-heróis favoritos de todos os tempos, na era atual das adaptações e construções diferenciadas de cada personagem, se você me pedir pra escolher um lado, eu seria Marvel sem hesitar. Infelizmente, ao longo dos recentes filmes, a DC manteve uma inconstância e uma bagunça dentro de seu universo que colocou as expectativas dos fãs lá em baixo. Fui assistir Liga da Justiça com isso em mente, mas se você olhasse para as minhas mãos, me veria de dedos cruzados torcendo imensamente pra ser surpreendida.

Felizmente aconteceu. E foi um alívio. Liga da Justiça teve sua cota de drama, não é mesmo? Com toda a questão dos diretores, tendo Zack Snyder creditado, mas a noção de que Joss Whedon (Vingadores) também meteu o seu dedo na obra final. Toda a tensão em volta do futuro de Ben Afleck, e a curiosidade pra ver o desenvolvimento de Jason Mamoa, Ezra Miller e Ray Fisher.

Mas lembra a fórmula básica do primeiro Vingadores? Então, essa é a base aqui. Temos um grupo de pessoas com habilidades (e o Batman, que é só um cara rico rs), que tem seus próprios problemas e fantasmas e, em função de um bem maior, precisam se unir para vencer a escuridão que trouxe com ela um novo – ou velho – inimigo. Escuridão essa que assombra o mundo depois da morte do Homem de Aço. Clark Kent não está mais emanando sua luz de esperança. Aqui, caso você não tenha entendido nada, é porque você não assistiu Batman vs Superman, o que é extremamente recomendado antes de ir ver Liga da Justiça.

Não há nada de especial em nosso vilão. Ao mesmo tempo em que o Lobo de Estepe deveria ser alguém poderosíssimo é aquele típico caso onde não há construção suficiente em volta dele para que temêssemos por algo. Ele também lembra muito os grandes “chefões” dos vídeo games, assim como a estrutura de montagem do filme é algo que reflete muito a nova “fórmula” do cinema.

Corte. Corte. Corte. A picotagem é livre, e enquanto para alguns torna o filme dinâmico, para outros estraga o ritmo. Eu me posiciono ao meio termo. Gostaria de transições mais suaves ou que tivéssemos mais alguns segundos de cada cena antes do açougue da edição. E com estilos de cena como essa de cima, às vezes parece que os efeitos especiais estão meio off, o que é sempre um problema.

O único personagem fora do tom pra mim foi o Flash. Uma situação completamente do roteiro e não de Ezra Miller, pra deixar claro. Há um excesso de “Homem-Aranha” nele. O estilo é o mesmo. Garoto é convocado, tudo é novo, divertido, surpreendente, e muitas piadas de garotão. Não é algo massante, mas em um ou dois pontos seria melhor ter ficado sem. Gal Gadot mantém o tom da Mulher Maravilha que já curtimos, Jason Mamoa parece confortável em seu personagem e o Batman de Ben Afleck sofre os efeitos de não ter tido um filme solo pra marcar sua personalidade. Mas ele aqui já deixa seus sinais que de provavelmente não irá muito longe. “Estou velho”, “a última missão”. Coisas assim dão a entender que logo logo, como rumores apontam, teremos algumas mudanças com relação ao personagem. Ou veremos um Batman mais velho e sofrendo as consequências, ou alguém novo vai entrar pra carregar o bastão.

De qualquer forma, acho que foi um bom filme e serviu para curar algumas feridas. Ainda não superou Mulher Maravilha pra mim, mas curti a jornada e até aprovaria se ele fosse um pouco mais longo. E, falando em tempo, tire o seu para conferir as cenas prós créditos. Há duas e a segunda é aquela que já dá o gostinho para o que virá em seguida.

Liga da Justiça é um filme que vale a pena conferir no cinema e aproveitar a evolução do estúdio até aqui. Agora aguardamos que se mantenha o nível e que a DC finalmente tenha encontrado o jeito de fazer as coisas darem certo.

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LIGA DA JUSTIÇA

Diretor: Zack Snyder

Elenco: Ben Affleck, Henry Cavill, Gal Gadot e mais

Ano de lançamento: 2017

Impulsionado pela restauração de sua fé na humanidade e inspirado pelo ato altruísta do Superman (Henry Cavill), Bruce Wayne (Ben Affleck) convoca sua nova aliada Diana Prince (Gal Gadot) para o combate contra um inimigo ainda maior, recém-despertado. Juntos, Batman e Mulher-Maravilha buscam e recrutam com agilidade um time de meta-humanos, mas mesmo com a formação da liga de heróis sem precedentes – Batman, Mulher-Maraviha, Aquaman (Jason Momoa), Cyborg (Ray Fisher) e Flash (Ezra Miller) -, poderá ser tarde demais para salvar o planeta de um catastrófico ataque.

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