A Longa e Sombria Hora do Chá da Alma é o segundo livro da série Dirk Gently do famoso autor Douglas Adams e foi lançado pela editora Arqueiro em 2016.

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Sobre o livro

Kate Shechter está na área de check-in do terminal 2 do aeroporto de Heathrow em Londres, tentando embarcar para a Noruega, apesar de todas as indicações de que esse não seria um bom dia, pois tudo parece estar conspirando para que ela não faça essa viagem e para completar encontra um homem grande, loiro e irritado atrapalhando o seu embarque. A atendente não está conseguindo acalmá-lo e ele está disposto a ir até o fim para entrar no mesmo voo que Kate, custe o que custar. Eis que uma explosão leva tudo pelos ares e Kate lembra apenas de desmaiar e logo após acordar em um hospital.

Após acordar em um hospital nada convencional ela esbarra no mesmo homem e tudo está muito difícil de entender, alguns atribuem a explosão a um ato divino, outros a um atentado e outros ainda preferem acreditar que não existe uma explicação. Não bastasse a estranha presença do gigante loiro, ele vem acompanhado de uma máquina de Coca Cola e um martelo no seu quarto, coisa que as outras pessoas parecem não ligar. Para completar, uma águia realiza diversas tentativas de entrar no quarto do misterioso homem.

Do outro lado da história temos o detetive particular Dirk Gently. Uma pessoa um tanto peculiar que está sem dinheiro e fazendo bicos lendo mãos numa tenda em um pub. Ele esquece completamente de um novo cliente que havia marcado um horário com ele e pediu para que não se atrasasse, Geoffrey Anstey afirma estar sendo perseguido por uma criatura gigante, peluda, de olhos verdes e com chifres que promete matá-lo e busca em Gently proteção. O que acontece é que além de atrapalhado o nosso detetive é meio esquecido e nem um pouco pontual.

“No geral, ele parecia confortável e relaxado, com as pernas cruzadas e uma caneca de café deixada pela metade na mesinha ao seu lado. O detalhe perturbador, no entanto, era que sua cabeça estava pousada bem no meio do dico que girava na vitrola, o braço da agulha batendo contra o pescoço e sendo forçado a voltar o tempo todo para a mesma faixa.”

Ao chegar ao local ele descobre que está muito atrasado e que o seu cliente já está morto e, apesar de tudo apontar para homicídio, os policiais afirmam que foi suicídio. Tomado por um sentimento de culpa por não cumprir o horário exigido pelo seu ex-cliente, Gently decide decifrar esse mistério que vai muito além do imaginado. Criaturas estranhas, outros mundos, um pacto, deuses e detalhes esquisitos que parecem não se encaixar na história são a fórmula dessa segunda aventura desse excêntrico detetive particular.


Minha Opinião

Confesso que fiquei bem dividida com esse livro e só dei as quatro estrelas por se tratar do Douglas Adams (que é um dos meus queridinhos), pois acredito que a história deixou a desejar em muitos aspectos. Eu não li o primeiro livro da série, Agência de investigações holísticas Dirk Gently, mas tirando o detetive nada se repete nesse segundo, por isso é possível acompanhar as histórias separadamente. Logo de cara o título e a capa chamaram a minha atenção e pensei que seria um livro fácil de ler, mas o autor acaba viajando muito nas suas explicações e a leitura acaba se tornando muito lenta.

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A história deixa muitas incógnitas e creio que mistura demais todas as culturas que são apresentadas. Pensamos, até determinado momento, que o livro se trata de uma coisa, mas no final somos apresentados a outras e a mistura deixa tudo bem confuso. Não é fácil achar uma conexão entre os eventos e nem uma explicação para o título tão peculiar. O autor jogou alguns dados no meio do texto, que pensamos ter alguma ligação com os eventos que serão descritos, mas eles apenas servem de enfeite e outros nem possuem uma explicação. Demorei para engrenar a história e os fatos demoraram a desenrolar, por isso fiquei com uma certa preguiça.

“- Por que você não olha por onde anda? – gritou Kate. Tratava-se de um homem um tanto acima do peso, que dirigia vestido com um sobretudo de couro longo e um chapéu vermelho muito feio, apesar do desconforto que isso obviamente acarretava. Kate simpatizou com ele por isso. – Por que você não olha por onde eu ando? – retrucou ele, indignado. – Por acaso não olha pelo retrovisor?”

O que salva a história é o encontro entre Kate e Dirk, ela uma mulher na casa dos 30 anos que perdeu o marido e está tentando reconstruir sua vida, cansada de tantas coisas estranhas acontecendo desde que foi surpreendida pela misteriosa explosão. Dirk é uma pessoa excêntrica que leva todos na conversa e possui uma maneira peculiar de levar a vida e enfrentar os problemas que chegam até ele.

Apesar da narrativa não ser tão dinâmica, a diagramação facilita a leitura e mesmo não ficando tão empolgada com a história foi possível terminar ele em um bom tempo, mas não posso dizer que foi um livro que me prendeu. Geralmente, fico ansiosa para desvendar um mistério, mas esse começou a ficar tão enrolado e misturou tantas coisas sem sentido que acabei perdendo a vontade e apenas esperei um final tão louco quanto tudo o que eu já havia lido até ali.

Esse livro é bem diferente da saga do mochileiro, que eu já li e amei e que também é do Douglas Adams. Não sei se ele se perdeu com o que queria passar e acabou inventando demais nessa história, mas em determinados momentos tudo parece não ter pé nem cabeça e ficamos esperando uma resposta que não vem e isso é meio frustrante. Talvez eu não tenha entendido a essência do livro, mas se você ler também é provável que achará estranho o final e as respostas para o que aconteceu com o seu cliente.

Para os fãs do Douglas vale a pena ler por ser dele, mas acredito que os leitores podem se sentir confusos e muito perdidos com essa história. Entretanto, se você gosta de viajar muito e misturar diversas culturas em uma só trama, essa pode ser uma excelente dica.

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A LONGA E SOMBRIA HORA DO CHÁ

Autor: Douglas Adams

Editora: Arqueiro

Ano de publicação: 2016

Kate Schechter devia ter prestado atenção aos avisos que o universo tentava lhe dar. No aeroporto de Heathrow, prestes a embarcar para a Noruega, a americana pensa em todos os sinais que lhe diziam para não fazer aquela viagem. Ainda assim, ela não está nem um pouco preparada para a explosão do balcão de check-in, que destrói parte do terminal.
Enquanto isso, no norte de Londres, o detetive Dirk Gently está no fundo do poço: sem dinheiro, vive de bicos como quiromante numa tendinha. Refletindo sobre seu fracasso, ele lembra de repente que, na verdade, tem um cliente e está absurdamente atrasado para o encontro aquela manhã.
Porém, o investigador chega tarde demais. Sentindo-se culpado pela sina do homem, ele resolve mais uma vez fazer uso da interconexão de todas as coisas e vê uma ligação do seu caso com os estranhos eventos no aeroporto.
Abrindo caminho em meio aos elementos mais absurdos, Dirk se depara com uma máquina de refrigerante que aparece nos lugares mais improváveis, uma águia hostil que insiste em atacá-lo, um hospital sinistro para casos exóticos, horóscopos insultuosos e uma calculadora de I Ching.

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