Minha Lady Jane é uma colaboração das autoras Cynthia Hand, Brodi Ashton e Jodi Meadows, lançado em 2017 pela editora Gutemberg.

Sobre o Livro

Século XVI, dinastia Tudors, Inglatera. O príncipe herdeiro Eduardo está acometido de uma enfermidade e corre o risco de deixar a coroa sem sucessores. Sua prima Jane é cotada para ser nomeada, mas precisa se casar primeiro. Apontado a ela está Gifford Dudley, um homem que já possui certa reputação.

Mas isso é o de menos, levando em consideração que o que ninguém conta à jovem é que ele se transforma em cavalo sempre que o dia está claro. Sim, cavalo. Os edianos, capazes de assumir a forma de algum animal, dividem espaço com as pessoas normais e são vistos pela sociedade de forma bem diferente de lugar para lugar.

Com isso, Jane se vê com uma coroa no colo e um desconhecido muito estranho ao seu lado, em uma situação que nunca passou pela sua cabeça.


Minha Opinião

Tudo o que eu esperava desse livro é que ele entregasse uma história divertida e instigante e foi exatamente isso que encontrei. Não vou fazer rodeios e dizer pra vocês que o livro é surpreendente, não, seu ponto forte está na forma bem humorada como conduz a narrativa e apresenta suas reviravoltas.

O que as autoras se propuseram com essa série de livros (sim, tem mais vindo ai, cada um voltado para uma Jane diferente), foi inserir algo fantástico dentro de uma história real e recontar a vida de uma mulher que ficou marcada na história. Jane Grey, portanto, é uma personalidade real dentro da era Tudor e que sentou no trono por nove dias até ser decapitada. Porém, não ache que as regras vão ser seguidas a risca aqui, porque o final de Jane nessa história pode ser bem diferente do real.

Inserir os “edianos” foi, sem dúvida, uma das partes mais legais do livro. Pessoas que conseguem se transformar em animais e que tem suas limitações ou dificuldades, nos proporcionando um cenário divertido e imprevisível, começando pelo antigo Rei, que era um leão e devorava todo mundo que lhe tirava do sério até o pretendente de Jane que se transforma em um cavalo.

“Ela era rainha. A governante. A monarca. A soberana. A líder. A chefe de Estado. A cabeça da coisa toda. Aquela que usava as calças, como diz a expressão. A pessoa no comando. A patroa. A. Rainha. Da. Inglaterra.”

A dinâmica que se forma na história é super bacana e é possível dar várias gargalhadas com algumas cenas e diálogos, tornando a experiência de leitura bem gostosa. Por isso, também, é uma leitura rápida e que entretem o leitor de forma satisfatória.

Os personagens dão um show a parte, já que Jane não tem muitos papas na língua, é uma garota muito inteligente e leva vida um pouco na brincadeira. Até, claro, a coroa vir sentar no seu colo. Quando mais um noivado é lhe proposto sua reação é a mais conformada possível, afinal ela ja havia tido outros pretendentes que nunca se concretizaram. E ela tem uma característica física muito criticada na época e que de certa forma a rebaixava também: Jane era ruiva. Pode parecer absurdo, mas durante muito tempo essa cor de cabelo era considerada feia e um defeito.

Gifford também é ótimo e é muito interessante conhecer seus pensamentos e anseios. Além dele e de Jane acompanhamos também o ponto de vista de Eduardo e circulamos então entre esses três personagens enquanto caminhamos pela história. História essa que é muitas vezes interrompida para que nossas adoráveis autoras possam vir comentar sobre o que está prestas a acontecer e defender suas escolhas. Eu, particularmente, gosto muito desse tipo de intervenção e isso ajudou ainda mais a separar o que era o background e até onde foi as modificações que elas fizeram na trama.

“Os olhos dela eram da cor de carvalho envernizado, com laivos de mogno profundo- olhos perceptivos que pareciam sorver tudo a sua volta. Sua pele era leitosa e sem marcas. Sua silhueta tinha todas as partes esperadas em suas devidas proporções. Mas era o biquinho que ela formava com os lábios – e ela tinha feito muitos bicos durante a cerimonia – que poderia inspirar poesia.”

Essa proposta de usar algo real e ir moldando em outra coisa sempre me agrada se feita com esperteza, e quando descobri a ideia das autora já fiquei logo encantada e curiosa, mesmo esse estilo de livro saindo da minha zona de conforto.

Quero ressaltar também o quanto acho essa capa bonita e de como a edição está também super bonitinha e bem dividida entre os capítulos. Há até um pequeno easter egg escondido na edição sobre algo bem relevante na trama que passa despercebido, até que você saiba exatamente do que se trata.

Além de uma história muito divertida e engraçada, Minha Lady Jane é também um livro com tramoias políticas, afinal, estamos falando do trono da Inglaterra em uma época pouco estável. E, acredito que você sendo fã ou não do “estilo romance de época”, é capaz de encontrar aqui algo que vai fazer seu tempo ser bem aproveitado e render ainda umas boas risadas.

MINHA LADY JANE

Autor: Cynthia Hand, Brodi Ashton e Jodi Meadows

Editora: Gutemberg

Ano de publicação: 2017

Toda história tem sempre duas versões… Inglaterra, século XVI, dinastia Tudor. O jovem Rei Eduardo VI está à beira da morte e o destino do país é incerto. Para evitar que o poder caia em mãos erradas (leia-se: nas mãos de Maria Sangrenta), Eduardo é persuadido por seu conselheiro a nomear Lady Jane Grey, sua prima e melhor amiga, como a legítima sucessora. Aos 16 anos, Jane está em um relacionamento muito sério com seus livros até ser surpreendida pela trágica notícia de que terá de se casar com um completo estranho que (ninguém lembrou de contar para ela) tem um talento muito especial: a habilidade de se transformar em cavalo. E, pior ainda, descobre que está prestes a se tornar a nova Rainha da Inglaterra! Arrastada para o centro de um conflito político, Jane suspeita de que sua coroação na verdade esconde um grande plano conspiratório para usurpar o trono. Agora, ela precisa definitivamente manter a cabeça no lugar se… bem, se não quiser literalmente perder a cabeça. Um rei relutante, uma rainha-relâmpago ainda mais relutante e um nobre (e) garanhão puro-sangue que não se conformam com o destino que lhes foi reservado; uma história apaixonante, envolvente, cativante, sedutora… e mais uma porção de sinônimos que só Lady Jane seria capaz de listar. Tudo com uma leve semelhança com os fatos históricos…afinal, às vezes a História precisa de uma mãozinha.

Relacionados

Destaques

Insta
gram

[jr_instagram id='3']

Parceiros