O Sol Também Se Levanta é um romance de Ernest Hemingway publicado pela primeira vez em 1926. A edição lida é da Abril de 1981 e hoje o título é editado pela Bertrand Brasil.

SOBRE O LIVRO

Jake Barnes é um americano morando em Paris. Jornalista, na casa dos 30 anos, Jake é um sobrevivente da Primeira Guerra Mundial. A época é 1920, a guerra tinha recém acabado. É nesse cenário que conhecemos mais sobre ele e seus amigos. O primeiro deles é Robert Cohn, um escritor que está naquela fase de bloqueio criativo. Cohn teve um período de sucesso mas está enfrentando dificuldades pra engatar um segundo livro. Depois temos a Brett, uma inglesa que está no meio de um divórcio, noiva de outro cara mas ainda apaixonada pelo Jake. Ah, ele também é apaixonado por ela, mas conhece o jeitinho da Brett de fazer os homens de bobos. Os três são o verdadeiro significado da boemia. A vida se resume a rodar pelos bares e cafés de Paris, aproveitar a vida noturna e beber como se não houvesse amanhã.

Eles, então, resolvem passar uns dias em Pamplona, na Espanha. Lá vai acontecer a Fiesta de San Fermín, uma festa tradicional católica que também é uma tourada. Já falei como eles são aficionados por touros? Nessa viagem, além de Jake, Brett e Cohn, vão também o noivo falido de Brett, Mike, e Bill Gordon, um amigo de Jake que também é escritor.

“Desconfio de todas as pessoas francas e simples, principalmente quando suas histórias são coerentes…”

Cinco pessoas partem pra fazer o que mais sabem: beber desde o café da manhã até a noite. Prepare-se para as brigas amorosas, as escapadas e a instabilidade emocional de Brett e, sim, mais um apaixonado por ela. Você vai ler uma espécie de diário, um relato do que acontece na vida de Jake durante aqueles dias. Ele é um homem fechado, do tipo caladão, daqueles que não reage muito, que vai deixando a vida levar. Um bom amigo, acima de tudo. É no momento das touradas que ele parece se encontrar, e é quando ele se torna mais descritivo com a própria história.


MINHA OPINIÃO

Essa foi minha primeira experiência com Hemingway. Fazia bastante tempo que queria ler algo do autor e pensei em começar por “Por quem os sinos dobram”, um dos livros mais conhecidos dele, mas esse caiu no meu colo em uma das garimpadas semanais pelo sebo. Gostei muito do jeito como Ernest Hemingway escreve. Direto, objetivo, econômico, não se alonga muito contando uma determinada coisa. Os diálogos são tão curtos e objetivos que tem que acompanhar com atenção pra não se perder.

Por outro lado, penso que pode ser também apenas um autor retratando da melhor forma possível o estado emocional de seus personagens. Um grupo de amigos recém saídos de uma guerra, o medo presente, o trauma criando corpo, o emocional fragilizado. Seria por isso, então, personagens com vontade mais de calar que falar, o desinteresse pela vida, o escape na boemia? Talvez seja por isso que essa não é uma leitura de grandes emoções, apesar de o texto fluir bem.

“Tanto faz um país como outro. Tenho experiência disso. Não podemos sair de dentro de nós mesmos. Não adianta”.

É um relato. E aí a gente para pra pensar que é um relato da vida real. Existe ainda aquele peso do passado recente, da guerra dando as costas, uma esperança de dias melhores, instabilidade financeira. O próprio autor, o Ernest Hemingway, lutou na primeira guerra e vivia essa vida que a gente vê no livro. Dizem, inclusive, que ele chegou a ser toureiro!

É um livro de grande valor histórico. Retrata um período importante da história mundial. Tem importância cultural, falando de Paris, da Espanha, de uma festa tão tradicional até hoje como a Fiesta de San Martín. É também um relato muito próximo da vida dos artistas da época. Woody Allen em Meia-noite em Paris nos dá uma ideia de como eram os dias e, principalmente, as noites dos artistas daqueles dias. Os amigos mais próximos de Ernest Hemingway eram o casal Fitzgerald, Salvador Dalí, Pablo Picasso, Gertrude Stein, a lista é grande. Em O sol também se levanta, Hemingway apenas trocou rostos e nomes famosos por gente comum e tirou o glamour da vida artística.

Ah! Se ainda não assistiu, assista ‘Meia-noite em Paris’, preste atenção na trilha sonora e se deleite.

O SOL TAMBÉM SE LEVANTA

Autor: Ernest Hemingway

Editora: Abril

Ano de publicação: 1981

O Sol Também se Levanta, vigoroso romance de Ernest Hemingway, retrata, em estilo direto e despojado, os conflitos e frustração dos norte-americanos e ingleses que vivem em Paris após a Primeira Guerra Mundial.
Para o Sol também se levanta Hemingway criou tipos humanos complexos, representando assim uma geração contaminada pela ironia e pelo vazio diante da vida, com seus valores morais destruídos pela guerra e irremediavelmente perdidos. Temas como a solidão e a morte, os preferidos do escritor, são explorados de forma brilhante.

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