Depois de muitos meses seguindo com o projeto de leitura de Harry Potter, finalmente eu concluí a saga e devo dizer que houve uma melhora significativa. Foi uma longa jornada, com vários personagens memoráveis e uma história muito boa, porém, também cheia de “probleminhas” e partes que me deixaram entediado. Entretanto, no macro foi uma boa caminhada.

No post anterior eu havia comentado os problemas e dificuldades que encontrei. De fato, alguns deles se mantiveram, como por exemplo, a questão da fonte pequena atrapalhar um pouco meu engajamento com a leitura. Por outro lado, algo que melhorou bastante foi a dinâmica e abrangência dos temas abordados em cada um dos livros. Eu senti que a cada trama a autora se tornava mais consciente e mais madura também, deixando de lado coisas supérfluas que haviam sido incluídos nos primeiros livros, como diálogos redundantes e desnecessários.

Eu dei continuidade com a leitura do livro o Cálice de Fogo. É um livro longo e que demorei um pouco mais do planejado para ler. A história é densa e trata de assuntos bem interessantes, como a inveja, a popularidade, a confiança nos amigos e também, sobre perdas. Por exemplo, a morte de Cedrico sem dúvida é algo que impactou bastante a trama e também a personalidade de Harry no decorrer dos outros livros. Mesmo que esse personagem não tenha sido tão comum na série, ele acaba influenciando a forma como Harry lida com o presente e também com as pessoas ao seu redor. E por vezes, eu como leitor também sentia aquele sentimento de desprezo e antipatia que Harry recebia dos colegas de escola.

Entretanto, lá pela metade do livro, a leitura ficou um pouco entediante e resolvi seguir com audiobook. Foi a minha salvação. A absorção da trama se tornou mais efetiva e assim consegui terminar o livro com um bom ânimo. Não foi o melhor livro da saga, mas foi um dos mais bem desenvolvidos e amarrados, se comparado aos três primeiros.

O mesmo já não posso dizer do quinto livro, A Ordem da Fênix. De longe foi o que eu mais detestei ler. Além de ser desnecessariamente grade em quantidade de páginas, a trama é monótona, chata e cheia de vai e vem. Uma história imensamente grande para algo que poderia ter sido melhor filtrado e abordado em 350 ou 400 páginas, no máximo. Ao meu ver, a autora perdeu a mão nesse altura da saga, e eu fiquei um pouco temeroso em não gostar mais dos livros seguintes. Só consegui terminar esse livro, depois de dois meses, novamente graças ao audiobook. Senão, iria ficar rolando mais um mês ou dois na cabeceira da cama.

Entretanto, a salvação veio com O Enigma do Príncipe. Gente, que livro mais incrível. A trama é enxuta, cheia de suspense e muito, mas muito bem fechadinha. Todos os detalhes se encaixam, as pistas, os segredos, toda a evolução dos personagens se mostra mais eficiente. Draco Malfoy está melhor do que nunca nesse livro, com mais destaque e também evidenciando maior o seu dilema interno: ser ou não ser alguém bom. Nesse livro notei uma J.K. Rowling mais centrada e mais criativa. Terminei esse livro eufórico, pois queria logo partir para a trama final. Engraçado que, após ler o livro, notei o quanto  o filme foi fraco na adaptação. Muitos detalhes importantes foram deixados de fora e, em resumo, o filme ficou mais cômico do que obscuro, como deveria ser.

Por fim, terminei a saga com As Relíquias da Morte. Aqui toda a energia obscura da série se encontra para um final digno de premiação. Ainda que algumas partes eu ache que foram melhor exploradas no filme, como a Batalha de Hogwarts, não nego que o livro é muito bom, com uma carga emocional densa e de causar grande ansiedade ao acompanhar os heróis em busca da liquidação de Voldemort. Este, inclusive, achei muito coração mole em grande parte do livro, enquanto no filme me pareceu mais frio e sanguinário. Foi uma leitura leve, se comparada aos demais, e confesso que adiei um pouco o fim da série, pois quando vi já estava nas páginas finais, e não queria terminar tão rápido. Mas como dizem, “tudo que é bom um dia tem um fim“. E assim terminou foi.

Apesar da longa jornada, me senti satisfeito em enfim ter lido Harry Potter e ter conhecido ainda mais desse universo incrível. O meu carinho pelo personagem Severo Snape só aumentou, apesar de tudo o que ele possa ter feito de “errado” ou de mal gosto, no final, nos capítulos onde Harry tem acesso às lembranças dele, qualquer desprezo que poderia haver sobre ele se desfaz e um sentimento de compaixão nos invade. Snape foi um personagem incrível, merecedor de admiração e deve ser lembrado sempre como símbolo de coragem, amor e lealdade.

J. K. Rowling não entrou para a minha lista de autores preferidos, já que de começo não me identifiquei muito com a escrita dela. Entretanto, ela tem minha total admiração por ter construído uma trama tão criativa, brilhante e que pode ser explorada de infinitas formas. Além disso, sua série sem dúvida daqui alguns anos estará lembrada entre clássicos de fantasia, pois querendo ou não, Harry Potter já existe há pelo menos 20 anos, e a trama ainda se mantém atual, agradável e que todos os anos conquista legiões de fãs pelo mundo afora.

E aí, você já leu também toda a série? Gostou? Conte pra mim aqui em baixo ;)

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