Psicose é do autor Robert Bloch e foi lançado pela editora Darkside em 2013.

Sobre o livro

Norman Bates tem 30 anos e ainda mora com a sua mãe. Ele dirige o Motel Bates, onde também reside, e que está localizado em um lugar isolado e esquecido desde a construção de uma nova estrada. A mãe, completamente controladora, vive atormentando o filho e fazendo jogos para que ele se sinta culpado por algo. É fato que ela exerce grande influência na conduta e nas decisões do filho, que é totalmente conivente com tudo que ela faz. Eles têm discussões constantes onde a mãe sempre leva a melhor. Ela tem o dom de fazer com que ele perca a cabeça.

“Quis gritar que ela estava errada; mas não pôde. As coisas que ela dizia eram as mesmas que ele dissera a si mesmo, muitas e muitas vezes, ao longo dos anos. Era verdade. Ela sempre lhe ditara as leis, mas isso não queria dizer que ele sempre precisasse obedecê-las.”

Já Mary Crane é uma jovem que acaba de tomar uma decisão arriscada que irá mudar a sua vida. Ela não vê a hora de contar para o noivo, Sam Loomis, sobre essa novidade. É assim que ela sai de sua cidade em direção a casa do noivo e ao se perder no meio de tempestade acaba parando no Motel Bates. Lá, como única hóspede, ela conhece Norman e fica intrigada com essa figura peculiar. Ela percebe desde o início que ele passa por diversos problemas e tem uma mãe que dificulta a sua vida.

Norman acaba por abrir o seu coração para essa estranha e conta sobre os problemas enfrentados com a mãe e no quanto ela é doente. Mary entra em um terreno perigoso ao tentar ajudá-lo e isso pode ser de grande risco para ela. A mulher acaba despertando uma fúria ao tecer certos comentários e fica abalada ao ver o quanto as pessoas podem esconder seus sentimentos. Não demora para que ela passe a correr perigo. Quanto mais adentramos nessa história, menos sabemos o que é real.


Minha opinião

Que história! Valeu a pena esperar por tantos anos, desviando de tantos spoilers, para ler essa obra totalmente livre e com a mente aberta para o que viria. Todo o grande jogo psicológico presente no livro é genial. Não é de admirar que Hitchcook tenha visto desde o início que tinha algo valioso em suas mãos. A todo o momento somos levados a acreditar em algo e, quando somos pegos de surpresa com uma verdade aterradora, ficamos abismados com a genialidade do autor ao conduzir e costurar toda a trama.

Norman é um personagem muito peculiar. Desde o começo senti muita raiva da mãe e do quanto ela exercia influência sobre a sua vida. Ela sentia prazer em atormentá-lo e fazer com que ele se sentisse culpado. Creio que o sentimento de culpa aliado a solidão que levam Norman a agir de determinada maneira. Ele tem diálogos e pensamentos que são intrigantes e nos deixam apreensivos. Nos questionamos até onde vai a loucura do ser humano e até que ponto o que estamos lendo é real ou apenas da cabeça dele.

A “mãe” é outra peça-chave dessa história. Ela esconde algum segredo que ficamos ávidos por desvendar. Queremos entender o motivo que levou ela a ser uma mulher tão amargurada e má com o filho. O seu instinto de proteção beira o exagero. E ela é responsável pelos maiores acessos de fúria do Norman (e nossos também!). Essa figura enigmática esconde muitos segredos e pensamentos obscuros.

“Você odeia as pessoas. Porque, na verdade, você te medo delas, não é? Sempre teve medo, desde pequeno. Melhor se enroscar numa cadeira debaixo de um abajur e ler um livro. Você fazia isso há trinta anos e continua fazendo agora: se esconder entre as páginas de livros.”

O livro é muito envolvente e de rápida leitura. Não levei mais que uma noite para adentrar nesse mundo psicótico, onde a realidade pode ser mais apavorante do que se imagina. Estarmos dentro da cabeça de Norman, sabermos seus pensamentos e o seu ódio descabido para com as mulheres, são os elementos essenciais para que essa trama consiga prender a atenção do leitor. Mal percebemos a rapidez com que chegamos ao final da trama e de seu final revelador e inusitado.

O filme original, de 1960, ainda em preto em branco, não deixa nada a desejar pela época. Poucas partes não seguem a risca o que é passado no livro. A interpretação dos personagens, os elementos usados e as surpresas que constam no final são muito importantes e servem para dar o clima de suspense. Em 2013, foi lançada a série, Bates Motel, que conta a história de Norman e sua mãe. Ainda não tive a oportunidade de começar a assistir, mas já entrou na minha lista.

Essa é daquelas história curtas que nos levam a querer saber mais e mais sobre os personagens e sobre o universo que gira em torno deles. Queremos entender suas motivações, seus pensamentos mais sombrios e o que os leva a tomar determinadas atitudes. Esse é com certeza um dos meus livros preferidos e uma das minhas maiores recomendações para os fãs do terror. Mesmo estando batido e com muitas pessoas sabendo o final, vale muito a pena ler pela construção da história até chegar ao seu desfecho. Se você não aguentou e já foi procurar spoilers sobre o que acontece no final, saiba que a história vai muito além disso.

 

4estrelasB

PSICOSE

Autor: Robert Bloch

Editora: Darkside

Ano de publicação: 2013

Livro que deu origem ao mais famoso filme de suspense de todos os tempos. Psicose conta a história de Marion Crane, que foge após roubar o dinheiro que foi confiado a ela depositar num banco. Ela então vai parar no Bates Motel, cujo proprietário é Norman Bates, um homem atormentado por sua mãe controladora. Belo suspense, de tirar o fôlego!

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