Ponte em Chamas é o segundo livro da série Rangers – Ordem dos Arqueiros, do autor John Flanagan. Ele foi lançado originalmente em 2011 pela editora Fundamento. O primeiro livro, Ruínas de Gorlan também já foi resenhado por aqui.

Sobre o Livro

*Esta resenha contém spoiler do livro anterior

Will segue o seu treinamento como arqueiro sob os olhos atentos de Halt, porém, como eles bem sabem, uma guerra se aproxima e a forma como o garoto recebe suas lições é agora no meio de uma missão para interceptar os planos de Morgarath. Ele e seu mestre estão seguindo quatro Wargals para descobrir o que eles estão aprontando em Arualen ou como atravessaram as fronteiras vigiadas.

Com um conhecimento não esperado em mãos é preciso que eles comecem os verdadeiros preparativos de defesa e, além de avisar o Rei Duncan, também é necessário alertar os vizinhos do sul, pois Céltica faz fronteira com as terras do Senhor da Chuva e da Noite e também será prejudicada caso ele avance, sendo a opção de aliança a mais natural.

Para essa missão Will vai se separar de Halt e partir com Gilan e Horace, aprendendo dessa jornada um novo tipo de lições. Ele recentemente passou por um momento estranho e está duvidando um pouco de si, assim seu mestre junto a Gilan, percebem que um tempo com o jovem Horace e agora seu novo amigo, faria bem a ele.

“Insegurança é uma doença. E se ela foge ao controle toma conta de você. Aprenda com o que aconteceu com aqueles Wargals. Use a experiência para ficar mais forte.”

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Os arqueiros descem em direção a Céltica, mas quando chegam lá não são recebidos da forma como esperavam, percebendo logo que há algo de errado acontecendo. Dispostos a investigar e adentrar mais a fundo no reino vizinho eles encontrarão algumas respostas mas também muitas perguntas. Estaria Morgarath sempre um passo a frente?


Minha Opinião

Acho que uma das coisas mais legais sobre ler livros é ser surpreendida por algo que você não viu chegando. Quando eu comecei a ler a série, imaginei que o plot central estabelecido no primeiro livro iria se estender por grande parte dos livros, se não em todos eles, porém não é isso que acontece. Pelo que pude notar, o autor escreverá pequenos plots que vão se encerrando entre os livros e criando espaço para novas histórias.

Isso é muito legal pois além de surpreender o leitor que, em uma série de mais de dez livros, não imaginaria ver certas coisas ocorrendo no segundo, também dá um gás para que a história sobreviva por tanto tempo sem cair na mesmice. Eu já havia sido avisada que algo diferente aconteceria no fim desse livro, então fiquei aguardando ansiosa a surpresa que viria.

Seguir acompanhando Will é um prazer. Ele é um daqueles personagens que cativa a gente ao primeiro olhar. Apesar de ter se saído bem no final do primeiro livro e em sua primeira verdadeira situação de risco, algo acontece com ele que faz com que ele passe a duvidar de si. Enquanto essa fato poderia se tornar algo chato, o que temos é a oportunidade de assistir o personagem amadurecer ainda mais.

“Do outro lado da fogueira do acampamento, Gilan observou Will com olhos semicerrados.Ele sabia que não era fácil ser aprendiz de Halt. O arqueiro era uma figura quase lendária que colocava uma carga pesada em todos os seus alunos.”

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Estar se saindo sempre bem poderia conferir um ar arrogante ao personagem, porém é exatamente o oposto disso que vemos. Enquanto no primeiro livro Will se questiona sobre querer ser um arqueiro, aqui ele já aceitou sua vocação, mas entende que tem muito a aprender. E esses pequeno deslize faz com que uma pequena dúvida surja. É para ajudar com isso que a presença de Horace e Gilan fazem bastante sentido nesse livro.

Halt é deixado de lado e vamos dar mais atenção a esses outros dois. Gilan sabe o quanto ser aprendiz de Halt pode ser difícil e também tem várias coisas a ensinar ao garoto. Enquanto Horace tem uma cabeça bem diferente, mas já provou ter um coração bom. Como agora são amigos, ele e Will vão aprender um com o outro a se fortalecer e a admirar os pontos fortes que cada um tem sem o olhar de inveja.

No começo é engraçado porque eles querem sempre se provar melhor, mas logo percebem que cada um tem o seu dom e que devem aceitar as habilidades diferentes que tem, aproveitando para aprender o máximo possível com o outro. O papel de Horace, por mais que pareça coadjuvante ao lado de Will, quando ele está sozinho em cena ganha completamente o destaque e, mais uma vez, termos ele como peça central de um acontecimento importante ao final da história.

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Teremos a inserção de uma nova personagem aqui, na segunda metade do livro, que dará um ar diferente a história e possibilitará também a entrada do novo arco e da importância dele. Ela tem uma personalidade forte e demonstra ser bem inteligente, apesar de ter seus momentos de fraqueza e medo. Vamos ter que aguardar os próximos livros para descobrirmos mais sobre ela.

O fim vem com naturalidade. Você acha que sabe onde a história está indo e de repente tudo muda. Eu tinha achado o nome do livro um ponto forte de Spoiler, mas com os desdobramentos parece mais uma artimanha para enganar o leitor que espera o óbvio.

A escrita do autor segue leve e fluida e a história mantém sua construção simples, porém acrescenta mais detalhes a trama que não haviamos ouvido falar ainda, o que ajuda a aumentar a gama de opções para os próximos livros. A capa unida ao título acabam por contar bastante, como mencionei, e a edição está com detalhes em colorido por dentro, dando enfoque ao laranja que está presente na capa. Não sei se gosto ou não disso, mas acabou não atrapalhando em nada o andamento da leitura.

Posso dizer com certeza que acompanhar Will está ficando cada vez mais divertido, mesmo com ele se metendo em algumas encrencas e elevando a tensão da trama. Imagino que no terceiro livro iremos a Picta, o único reino que ainda não visitamos e descobriremos o que ele tem a oferecer junto com o povo escandinavo. Ponte em Chamas se mostrou melhor que As Ruínas de Gorlan e deixou várias perguntas no ar sobre o que acontecerá no futuro, fazendo o cliff hanger perfeito para que o leitor queira continuar acompanhando a série.

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RANGERS #2 – PONTE EM CHAMAS

Autor: John Flanagan

Editora: Fundamento

Ano de publicação: 2011

Nos últimos quinze anos, o temível Morgarath conseguiu reunir um enorme exército de criaturas implacáveis, os Wargals. Eles não temem nenhum inimigo e são controlados mentalmente pelo próprio Morgarath, o Senhor da Chuva e da Noite.
Pego de surpresa, o Reino de Araluen se vê diante de uma guerra. Enviado em uma perigosa missão para impedir o confronto, o jovem arqueiro Will parte acompanhado do grande amigo e espadachim Horace e do habilidoso Gillan. Os três guerreiros contarão também com a inusitada ajuda da misteriosa e bela criada Evanlyn Wheeler. Nessa jornada, Will colocará à prova todos os ensinamentos de coragem e aptidão transmitidos pelo seu mestre, o famoso arqueiro Halt.
Mas o que o jovem não imagina é que ficará frente a frente com o tenebroso Morgarath e que poderá ser o responsável por mudar o rumo da eminente batalha. Será mais um teste de coragem e determinação, em que Will terá de provar seu valor.

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