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“O que o romance na verdade nos diz, com seus amenos empréstimos de Swift e Voltaire, é que aqueles que renunciam à liberdade em troca de promessas de segurança, acabarão sem uma nem outra. Essa é a lição que transcende o momento em que foi inscrita.”

A Revolução dos Bichos foi escrita em 1945 pelo autor George Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, jornalista, crítico e romancista. A história, escrita em forma de fábula, faz uma analogia com a política da época, comandada por Stalin e muito criticada pelo autor. Pra conferir a resenha em vídeo é só dar play ou seguir lendo (:

A fabula traz a história da Granja do Solar, onde o Major, um porco de competição que está morrendo, reúne todos os animais para contar sobre um sonho, onde ele acredita em uma revolução que proporcionará aos animais poderem trabalhar e prosperar sem a presença de humanos. Após a morte de Major e os cuidados cada vez mais escassos dos donos da granja, os animais acabam por se revoltar e expulsam todos os humanos, renomeando o local para Granja dos Bichos.

Os animais desenvolvem um sistema de pensamento chamado Animalismo e estabelecendo 7 mandamentos a ser seguidos, que basicamente presam que todos são iguais e que os animais são bons e amigos, e os humanos são maus e inimigos. A partir dai, cada um recebe uma tarefa e todos os resultados são repartidos igualmente entre eles.

Tudo corre bem, até que os porcos, que tomaram o comando das ações na granja começam a se considerar mais inteligentes. Por acreditarem que pensar pelos outros é um trabalho ainda maior do que os trabalhos manuais, exigem regalias e benefícios para si.  Os suínos corrompem os mandamentos ao seu favor, modificando pequenos detalhes, que passam despercebidos dos demais animais, que são manipulados e facilmente esquecem das coisas.

Os porcos se aproximam cada vez mais dos humanos, usando suas roupas, vivendo em sua casa e até andando sobre duas patas, algo que antes era rejeitado por todos eles. Isso acaba criando um novo sistema de “escravidão”, agora incitada pelos próprios semelhantes. No fim do livro temos a seguinte citação, que ilustra om clareza o sentimento de confusão vivido pelos demais animais.

“As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já era impossível distinguir quem era homem  quem era porco.”

A mensagem que esse livro trás é sobre a ganância e a arrogância. É sobre a forma como nos esquecemos das coisas e nos sujeitamos as normas impostas pelos outros sem questionar. Mas ele também é um forma de compreender sobre política e comunismo. Apesar de ter sido escrito em 1945, tentando retratar um estilo de governo que não é mais existente, ajuda a explicar muito sobre várias situações e sistemas, não só políticos que existem hoje e, apesar de mutáveis, ainda possuem a mesma essência, que é a de tirar vantagem por estar no poder.

A Revolução dos Bichos teve muita dificuldade de ser aceito e até hoje, apesar da  grande disseminação, ainda é proibida na China, Coreia do Sul e no mundo Islâmico, por contrariar o que lá é pregado lá. Há até um desenho animado que foi elaborado para trazer sua mensagem de forma mais simples para os jovens. A questão é que não importa a idade, o livro e o que ele trás terá uma visão e um aproveitamento diferenciado e útil para cada um que o ler.

É bem curtinho e tem apenas 112 páginas, então a leitura é bem leve. Também é apresentado junto o posfácio original escrito pelo autor e um posfácio atualizado, repensando par os dias atuais as mensagens contidas no livro.

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A REVOLUÇÃO DOS BICHOS

Autor: George Orwell

Editora: Companhia das Letras

Ano de publicação: 2007

Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século 20, “A Revolução dos Bichos” é uma fábula sobre o poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos. Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista. De fato, são claras as referências: o despótico Napoleão seria Stálin, o banido Bola-de-Neve seria Trotsky, e os eventos políticos – expurgos, instituição de um estado policial, deturpação tendenciosa da História – mimetizam os que estavam em curso na União Soviética. Com o acirramento da Guerra Fria, as mesmas razões que causaram constrangimento na época de sua publicação levaram A revolução dos bichos a ser amplamente usada pelo Ocidente nas décadas seguintes como arma ideológica contra o comunismo. O próprio Orwell, adepto do socialismo e inimigo de qualquer forma de manipulação política, sentiu-se incomodado com a utilização de sua fábula como panfleto.

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