The Kiss of Deception é o primeiro livro das Crônicas de Amor e Ódio da autora Mary E. Pearson. Ele é lançamento 2016 da Darkside Books e lá fora já temos até o terceiro livro lançado.

Sobre o Livro

Lia é uma Primeira Filha e em decorrência disso, um soldado de seu reino. Morrighan e Dalbreck estão tentando se unir para resistir contra o terceiro e bárbaro reino e Lia foi prometida ao príncipe do reino vizinho. Porém, Lia não quer casar com alguém que ela não conhece e não aprovou. Mesmo sendo uma princesa e Primeira Filha, ela nunca manifestou o dom que teoricamente faria desse casamento ainda mais poderoso. Agora, há minutos do seu casamento, com o Kavah do brasão de seu futuro marido gravado em suas costas, Arabella Celestine Idris Jezelia decide fugir.

Com a ajuda de sua melhor amiga Pauline, elas escapam de Cívica em direção a Terravin, uma cidade pacata onde Pauline tem conhecidos e que poderá abrigar elas até que a poeira baixe e possam começar uma nova vida.

“Pode-se levar anos para moldar um sonho, mas é preciso apenas uma fração de segundo para despedaçá-lo.”

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Porém, é claro que nem o Rei ou o noivo abandonado vão ficar satisfeitos. O pai de Lia coloca a guarda e seus irmãos na sua caça, enquanto o príncipe de Dalbreck parte também à sua procura. Ele está intrigado com a coragem da jovem, que fez aquilo que ele não conseguiu, recuar de um casamento forçado. Porém, não são somente eles que irão atrás de Lia. O terceiro reino bárbaro contrata um assassino para que dê cabo da jovem e termine com qualquer possibilidade entre uma aliança entre os reinos.

Mas a incógnita persegue o leitor, que acompanhará o ponto de vista de Lia, do assassino e do príncipe, sem saber quem é quem quando eles se encontrarem. E agora, quem vai chegar a ela primeiro e onde essa história vai ir?

Minha opinião

Mergulhar em um mundo novo sempre demanda paciência e atenção do leitor, principalmente se estivermos falando de fantasia, onde tudo precisa ser explicado. Aqui as informações vem aos poucos, sendo inseridas na trama conforme a necessidade se apresenta, sem paradas desnecessárias ou descrições massantes. Você vai descobrindo esse mundo conforme vai se apaixonando por ele. E é sim, rico em mitos e lendas, muito mais do que parece num primeiro olhar.

Em cada início de capítulo temos um trecho de uma lenda ou fácula local, e por mais que possa não fazer sentido com a história logo de cara, fará quando você chegar ao fim do livro. E, até lá, algumas dúvidas se empilharão na sua cabeça sobre para onde realmente a história está caminhando.

“Talvez houvesse tantos tons de amor quanto existem tons de azul no céu.”

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O artifício de não revelar quem é quem entre o príncipe e o assassino até quase dois terços do livro foi muito interessante. Mudei de opinião e defendi posturas que nem sempre se provaram a coisa certa e tomei alguns tapas na cara. Sabe quando um livro faz você de trouxa e é maravilhoso? Pois é, The Kiss of Deception faz isso. E aproveita para construir ao redor do mistério, uma teia que dá suporte para que outros plots importantes possam ser trabalhados e desenvolvidos também.

E ó, Girl Power! Lia e Paulina são uma ótima dupla. A princesa se questiona do porque ela precisa se sacrificar, porque todas as Primeiras Filhas precisaram e é assim que resolve tomar as rédeas da sua própria vida. Mais importante do que ser uma princesa e viver no luxo, Lia quer ter a opção de escolher como conduzir sua vida. Já Pauline é uma ótima amiga que dá o suporte necessário junto com os puxões de orelha que  às vezes ela merece. Ela tem sua própria história e não vira a sombra da protagonista durante o livro.

Lia passa por várias fases em KoD, começando o livro indecisa, tomando coragem, mas sempre muito divertida e feliz. Ela realmente acredita que vai ter uma vida melhor na simplicidade e dentro das suas regras. Porém, conforme a trama se desenvolve e as coisas acontecem, ela também percebe que jamais deixará de ser Arabella e que mesmo tendo deixado muitas responsabilidades pra trás, novas surgirão e é preciso que ela aceite quem é, ao invés de tentar ser outra pessoa.

“Um sussurro gélido. A mão fria com garras no meu pescoço. Eu não tinha entendido o que isso queria dizer, mas eu sabia.”

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A Lia que caminha até a última página desse primeiro livro é uma garota mais consciente do mundo ao seu redor. Ela não perde seu espírito maroto, mas se tornou mais calejada e esperta em vários aspectos. Ela aceitou muito sobre si, como também descobriu e abraçou coisas que antes lhe eram estranhas. Houve uma evolução na personagem, assim como houve na história. E toda essa mudança coroou Lia pra mim como uma das minhas personagens femininas de fantasia favoritas, levando em consideração somente esse primeiro livro.

A trama tem três momentos bem definidos e não ficamos durante as 400 páginas tentando adivinhar quem é o assassino e quem é o príncipe. Kaden e Rafe, nomes que eles recebem no livro antes de descobrirmos suas verdadeiras identidades, tem personalidades muito diferentes e vão dar um nó na cabeça de qualquer leitor. Confesso que gosto dos dois por motivos diferentes, mas tive meu preferido durante a leitura e estou ansiosa para saber como a coisa vai transcorrer daqui pra frente.

O bacana ao chegar fim do livro foi ver um pouco do castelo de cartas desmoronar em cima dos personagens. Nenhum deles detém toda a verdade ou sabe realmente o que está acontecendo. Quem consegue ver o tamanho da encrenca que está se formando é o leitor e a apreensão dá o tom de tensão no final, deixando a história aberta para que praticamente tudo possa acontecer. Reli várias vezes as últimas páginas pois achei o desfecho muito bacana e fiquei extremamente satisfeita com a leitura.

Acho que mais do que trazer uma boa história e ter personagens cativantes, há também uma desconstrução sobre o papel da mulher, da princesa e do príncipe dentro das narrativas que estamos acostumados. A menina indefesa que precisa ser salva e o herói inabalável não tem protagonismo aqui. Todos os personagens fraquejam e se levantam nos momentos certos, fazendo da coragem, honra e dever os verdadeiros protagonistas.

E o que falar dessa edição? Como sempre há muito cuidado da Darkside em trazer o melhor possível ao leitor. A edição vem em capa dura, com a fitinha de marcação, um marcador e um poster que, de um lado tem a imagem da capa e do outro o mapa dos reinos.

The Kiss of Deception foi uma bela surpresa e nada decepcionante. Sempre fico receosa quando um livro chega até nós com tanto buzz vindo de fora, mas Mary E Pearson trouxe exatamente a medida certa em todos os elementos. Fantasia, suspense, romance, intriga e política, tudo isso misturado em uma trilogia que tem tudo pra entrar no meu haul de melhores fantasias da vida.

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Morrighan é um reino imerso em tradições, histórias e deveres, e a Primeira Filha da Casa Real, uma garota de 17 anos chamada Lia, decidiu fugir de um casamento arranjado que supostamente selaria a paz entre dois reinos através de uma aliança política. O jovem príncipe escolhido se vê então obrigado a atravessar o continente para encontrá-la a qualquer custo. Mas essa se torna também a missão de um temido assassino. Quem a encontrará primeiro?
Quando se vê refugiada em um pequeno vilarejo distante o lugar perfeito para recomeçar ela procura ser uma pessoa comum, se estabelecendo como garçonete, e escondendo sua vida de realeza. O que Lia não sabe, ao conhecer dois misteriosos rapazes recém-chegados ao vilarejo, é que um deles é o príncipe que fora abandonado e está desesperadamente à sua procura, e o outro, um assassino frio e sedutor enviado para dar um fim à sua breve vida. Lia se encontrará perante traições e segredos que vão desvendar um novo mundo ao seu redor.

 

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