Um Dia em Dezembro é um romance da autora Josie Silver, lançado no Brasil em 2018 pela editora Bertrand Brasil.

SOBRE O LIVRO

É temporada de natal em 2008 em Londres, a cidade está bastante movimentada e os ônibus lotados. E é como uma sardinha enlatada que Laurie segue para casa depois de um dia cheio no trabalho. Um trabalho que ela já não aguenta mais, e só está nele por falta de opção, pois está estudando para ser jornalista e seu sonho é trabalhar em uma grande revista e não como recepcionista de um hotel como agora. Aos 21 anos ela divide um apartamento com Sarah, que é mais que uma amiga, é uma irmã de coração.

“Dez meses é muito tempo para procurar por um completo desconhecido, presumindo que ele esteja solteiro, goste de mim e não seja um psicopata. Sarah vive falando que preciso encontrar outro cara antes que vire freira. Sei que ela tem razão, mas meu coração ainda não está pronto para abrir mão dele. Aquela sensação quando nossos olhos se encontraram – nunca passei por aquilo antes, nunca.”

Enquanto volta para casa, o ônibus faz uma parada e eis que Laurie vê o homem mais lindo de sua vida inteira. Em questão de segundos seus olhos se cruzam e como se estivessem presos um ao outro não conseguem desviar o olhar. Surge um sorriso de cada lado e quando o homem decide entrar no ônibus, ele arranca e Laurie o perde de vista. Durante um ano inteiro ela procura pelas ruas e bares de Londres o cara do ônibus, sem passar um dia sequer que ela não pense nele.

Quando Laurie finalmente compreende que jamais vai encontra-lo novo, o destino lhe prega uma peça!


MINHA OPINIÃO

Infelizmente o livro passou longe de atingir minhas expectativas. Eu imaginava uma linda história de amor. Um romance de arrancar suspiros. Esperava encontrar o blurb da capa do livro, “uma história de amor inesquecível”. Porém, não é isso que acontece. Não há uma história de amor. Nossos protagonistas jamais tiveram um contato, nunca conversaram, nem sequer estavam no mesmo ambiente. Se olharam apenas por milésimos de segundos, e então se apaixonaram. Literalmente foi amor a primeira e única vista. E quando eles se cruzam um ano depois, como Jack sendo o namorado de Sarah, eu não consegui sentir nada do que Laurie sentiu, pois para mim é como se fossem completos estranhos e não um o amor da vida do outro. É uma premissa interessante, mas seria bem mais se tivesse existido pelo menos uma conversa entre os dois e por algum motivo tivessem perdido o contato.

Aos poucos Laurie e Jack vão criando uma grande amizade, e por ironia do destino – e um pouco de clichê também –  eles fingem que não se conhecem e que não se amam. No entanto, não vemos esse laço entre os dois ser construído porque o enredo é narrado por capítulos curtos onde cada um se passa meses depois do anterior. E assim acontece nossa história de quase 10 anos, em capítulos escassos nos quais não há um desenvolvimento dos fatos, eles simplesmente existem como se fosse um diário, por exemplo.

Foi impossível me prender à história ou me conectar com os personagens. Porque tudo é tão corrido que não dá tempo de absorver os episódios de um capítulo antes que meses depois se passem. O lado positivo de capítulos assim, é que a leitura é fácil e fluída. Mas não adianta uma leitura fluida, com uma história rasa.

“- Sou uma idiota – murmuro. – Nem sei por que estou chorando.
Ele suspira, exasperado, gentil.
-Porque você está cansada e preocupada, sentindo-se como se estivesse sempre nadando contra a maré.”

Outro ponto desfavorável para mim foram os personagens extremamente enfadonhos. Mas principalmente Laurie, nossa protagonista. Ela reclama muito de como sua vida está, mas que não faz absolutamente nada para mudar a situação. Seja seu emprego, sua moradia ou vida amorosa. Ela tem sonhos e objetivos, faz metas para cada início de ano. O problema é que ela não luta por essas metas. Já Sarah é do tipo extravagante com tudo o que faz, uma personagem que o contrário de Laurie, vai atrás do que deseja, no entanto, muitas atitudes tomadas em momentos particulares do livro foram desnecessárias. E por fim, nosso personagem masculino desse triângulo é, no início, um cara insosso, que não demonstrou nada de interessante para que alguém se apaixonasse por ele. E seu desenvolvimento só piorou com o passar dos anos, sendo daquele tipo que “pega geral”.

Eu entendo que a autora queria que víssemos como o destino, às vezes, pode ser cruel, e como, não importa o que façamos, ele já está traçado. E talvez o momento da felicidade não seja o agora, e que muitas coisas as vezes precisam acontecer para as coisas darem certo. No entanto, não adianta só esperar as coisas se resolverem sozinhas. Neste livro, em específico, levando em consideração em como ele foi narrado, uma simples conversa teria resumido esses 10 anos por no mínimo a metade. Foi cansativo ver o tempo passar e nada acontecer. Ver a vida de cada personagem acontecendo sem um propósito. E quando tudo parece se resolver, muitos dramas colocado anteriormente na história se resolvem do nada.

Em geral, a ideia da história é muito bacana. Me lembra muito Um Dia e A Luz Que Perdemos, porém ela foi mal trabalhada. Se tivéssemos personagens mais profundos, os capítulos não fossem tão corridos e a relação dos personagens fosse mais desenvolvida, teríamos uma bela história de amor. Mas é possível que isso seja trabalhado nos próximos livros da autora, que com certeza irei conferir, afinal de contas é preciso mais que um livro para que eu possa decidir se gosto ou não da escrita de um autor.

UM DIA EM DEZEMBRO

Autor: Josie Silver

Tradução: Carolina Simmer

Editora: Bertrand Brasil

Ano de publicação: 2018

Uma história de amor inesquecível, comovente e emocionante; para fãs de Jojo Moyes e David Nicholls. Laurie não acredita em amor à primeira vista. Afinal de contas, a vida não é a cena de um filme romântico. Mas, então, em uma manhã de dezembro fria e com neve, o ônibus de dois andares em que voltava para casa para em um ponto. Ao olhar para baixo, ela o vê. Por um segundo transcendental, seus olhos se encontram… e então o ônibus começa a andar. Depois de muitos meses com a esperança de cruzar novamente com ele, Laurie acha que nunca mais verá o garoto do ônibus. No entanto, um ano depois, em uma festa de Natal, sua melhor amiga, Sarah, apresenta o novo namorado, o grande amor de sua vida. Para seu profundo desespero e surpresa, ele é ninguém menos que o garoto do ônibus. Determinada a esquecê-lo, Laurie segue com sua vida. Mas e se o destino tiver outros planos?

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