Um Estudo em Rosa é um mangá de Steven Moffat com Mark Gatiss e arte de Jay. A publicação chegou ao Brasil em 2017 pela Panini Comics.

Para quem acompanhou a série de tv da BBC que chegou ao seu fim com a 4ª temporada, essa série de mangás irá retratar em cada volume um dos episódios exibidos. Em seu primeiro volume temos Um Estudo em Rosa, onde conhecemos o Dr. John Watson, um médico que ao voltar da guerra está mancando e fazendo tratamento psicológico, pois não possui realmente nenhum ferimento físico. Sua dor seria psicológica e resultado das coisas que viu e sofreu no período em que serviu.

Em sua busca por um apartamento mais barato, já que precisa reconstruir sua vida, seu caminho cruza com um velho amigo que lhe apresenta Sherlock, o infame detetive. Com seu jeito despreocupado e afiado, Holmes traça o perfil de Watson com apenas um olhar e o convida para ser seu colega de apartamento, já apresentado todos os detalhes resolvidos. Em sua mente, Sherlock também sabe que o problema de Watson é psicológico e se põe a questionar algumas coisas ao novo “amigo”.

O que intriga nesse volume é a série de suicídios que vem acontecendo, de pessoas sem conexão, mas que tomam sempre um comprimido com a mesma substância. Para tal, Sherlock é solicitado novamente como consultor e leva John para sua primeira investida no mundo do detetive.


Minha Opinião

Apesar de eu não ter lido os livros originais de Arthur Conan Doyle – o que ainda quero muito fazer – sou uma fã incondicional de Sherlock Holmes. Ele sempre foi uma figura literária que despertou o meu interesse por toda a aura estranha que lhe cerca. A forma como ele é objetivo e focado são coisas que, apesar do eu jeito nada sentimental, marcam muito o personagem pra mim.

Eu assisti ao filme de 2009 com o Robert Downey Jr. e apesar de gostar muito do ator e apreciado o filme, quando a série Sherlock estreou pela BBC, não havia outra interpretação que batesse Benedict Cumberbatch. Ele não era um ator que chamasse minha atenção até então, mas a série realmente fez com que ele entrasse para o meu hall de queridinhos.

Com episódios de 1h30 e temporadas de apenas 3 episódios, cada um deles parecia um filme muito bem produzido. Os casos eram instigantes, os personagens cativantes e o espectador ficava ávido por seguir em frente. Junto com cada episódio começou a sair então os mangás e, mesmo que os direitos tenham sido comprados há um tempo, somente em 2017 tivemos finalmente a primeira edição no Brasil.

O traço do mangá está muito bonito e conta de forma rápida e dinâmica o que já vimos no episódio. E não há necessidade alguma de ter visto a série, pois a história se completa sem o background da tela, podendo alcançar um público maior ainda. Os personagens mantém as feições dos atores da série, o que é bacana já que o vínculo realmente existe.

Apesar de colorido nas primeiras páginas ele mantém a essência preto e branco no interior e consegue retratar muito bem os trejeitos, piadas e sacadas de Holmes, bem como todo o anseio e dúvida por parte de Watson. Tendo me despedido da série somente esse ano, foi incrível poder voltar ao primeiro episódio novamente e relembrar passo a passo. Eu não me lembrava de todos os detalhes e pude apreciar na leitura como se não tivesse jamais visto aquele caso se solucionar, mesmo com as familiaridades dos personagens.

Esse é um fato interessante que eu gosto de comentar. Quando as séries tem episódios onde retratam em cada um um caso, meu foco acaba sempre sobre o background da vida pessoal de cada personagem, não me fixando muito nos detalhes sobre o caso, a não ser que as coisas se misturem. E é isso que acontece com Sherlock. Apesar de eu já conhecer a trama do episódio, como faz muito tempo que assisti, muitas coisas foram como novas pra mim.

Acho que não é preciso dizer o quanto a personalidade de Sherlock é única. Em qualquer contato que se tem com ele é possível ver isso. E, ao fundo, que mesmo que superficialmente ele se importa. A relação que se cria a partir desse volume entre ele e Watson é uma bela amizade que vai romper todas as fronteiras de distanciamento do personagem e nos permitir conhecer um novo lado dele.

Acho que o mangá é uma ótima opção caso você nunca tenha tido contato com o personagem, seja fã de mangás ou um fã do personagem. Sei que para os colecionadores e aficionados pela obra de Arthur Conan Doyle, Um Estudo em Rosa é um prato cheio a ser degustado em cada quadro da história. Eu sei que já estou ansiosa pelos próximos volumes.

UM ESTUDO EM ROSA

Autor: Steven Moffat & Mark Gatiss

Editora: Panini Comics

Ano de publicação: 2017

Traumatizado pela guerra, Dr. Watson retorna do serviço militar no Afeganistão e é apresentado por um velho amigo a Sherlock Holmes, um detetive consultor que mora em um apartamento na Baker Street. Juntos, eles investigarão casos na Londres do século XXI. Esta obra é uma adaptação para os mangás do seriado “Sherlock”, produzido pela BBC, e este volume é baseado no episódio 1 da primeira temporada e no primeiro romance publicado por Conan Doyle, “Um estudo em vermelho”.

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