Um Martíni com o Diabo é da autora nacional Cláudia Lemes, e foi lançado em 2016 pela editora Empíreo.

Sobre o Livro

Charlie Walsh completou 18 anos e quando confrontado pela mãe sobre seus novos amigos, membros da máfia irlandesa, acaba por descobrir algo muito importante sobre si. Ela nunca quis falar quem era o pai dele, até que o vê envolvido com algo que revive todas as velhas memórias.

É então que ela conta a ele que Tony Conicci, hoje uma das cabeças da máfia italiana, é seu pai. Junto com a revelação vem também uma história terrível sobre o envolvimento dela com esse homem perigoso e violento, e Charlie não lida nada bem com isso.

“Quando uma pessoa pede só um martini, Charlie, significa que ela não faz a mínima ideia do que quer beber.”

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Com a promessa de vingar o que aconteceu com sua mãe, o garoto parte para Las Vegas atrás desse homem que ele desconhece, mas que carrega o sangue. Porém, se infiltrar na máfia para matar seu chefe não é uma tarefa fácil, assim como resistir a todas as tentações que envolvem dinheiro, mulheres e artigos de luxo que essa vida não convencional pode trazer. Será que Charlie vai conseguir ir até o fim ou o sangue e a cobiça falarão mais alto?


Minha Opinião

Você já assistiu ou leu O Poderoso Chefão? Pois é, esse livro anda de mãos dadas com esse estilo de história. Um Martíni com o Diabo é um livro sobre a máfia e sobre tudo o que acontece ao redor dessa rede criminosa e de seus membros.

Quando esse lançamento foi anunciado eu fiquei bem empolgada, já que o outro livro da autora, Eu Vejo Kate, foi altamente recomendado, mesmo eu ainda não tendo conseguido ler. Porém, logo que abri o livro já me deparei com uma informação que fez minhas expectativas baixarem. A história de Charlie Walsh foi escrita a vários anos e era para ser uma trilogia, com uma trama muito maior, porém, a autora resolveu revisitar a história e enxugá-la em um livro menor. Confesso a vocês que de todas as experiências que eu tive com esse tipo de coisas, nenhuma foi extraordinária.

Faltou uma conexão com a trama, e provavelmente isso tenha a ver com o fato de ser uma novidade pra mim estar lendo algo nesse estilo. Em 2016 eu li bem poucos livros polícias e, acho eu, nunca li um que envolvesse a máfia, seja ela em qualquer instância. Meu maior contato com o tema vem dos filmes e seriados.

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Charlie é um personagem conflituoso. Sabemos desde o início que ele tem um bom coração, mas ao iniciarmos o livro e vendo que ele já está um pouco a frente da história, faz com que duvidemos bastante do que ele vai vir a se tornar. Ele partiu de sua casa cego por vingança, indo atrás de um homem que ele odiou sem conhecer. Porém, esse homem também é seu pai, e os sentimentos que podem surgir daí são completamente imprevisíveis.

Ele também sempre foi um garoto simples, que via a mãe batalhando pelas coisas para que não lhes faltasse nada. Nesse mundo onde ele vai adentrar há muita grana rolando, e com ela várias regalias que podem ser adquiridas que ele desconhecia. Drogas, prostituição e crime.

O mundo da máfia não é uma realidade leve e que pode ser compreendida totalmente em um primeiro olhar. As verdades sobre tudo são sempre mascaradas pelos papeis que cada um está interpretando, e nosso protagonista vai demorar um pouco para entrar no jogo. E, é óbvio que no meio de toda essa situação, ele vai mudar.

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O livro começa com um flash de aproximadamente 15 anos após a descoberta de Charlie sobre o pai, e portanto já sabemos mais ou menos onde a história nos levará e ansiamos por descobrir o que o fim realmente reserva. Vamos acompanhar vários estágios da vida desse protagonista e de tudo que ele teve que fazer e abrir mão para estar próximo de Tony e fazer parte de sua “família” na máfia.

Os relacionamentos do garoto também são desafiadores e suas ações são sempre vigiadas. E, a pergunta que fica sempre pairando sobre a cabeça do leitor é: será que ele realmente vai cumprir o objetivo que fez com que ele saísse de casa, num primeiro momento? E também, tendo visto as páginas passando e onde a história começa, porque ele não fez frente a tantas possibilidades? O que está esperando?

Esse foi o meu primeiro contato com a autora e gostei da forma de escrita, mesmo que o livro tenha sido um pouco lento em alguns momentos, as pouco mais de 300 páginas conseguiram contar uma história complexa e com muitos anos de diferença entre seu começo e o desfecho. Porém, ainda assim, não foi com esse livro que Cláudia Lemes me cativou.

Ao chegar ao fim do história, me peguei perguntando qual o propósito da trama. Parece que andamos uma longa jornada e não saímos do lugar realmente. E, tendo sentido isso nessas poucas páginas, fiquei pensando também sobre como seria ler essa história com centenas de páginas a mais. Talvez algo importante tenha se perdido, ou simplesmente não faça falta.

Acredito que quem curte tramas mais policiais e de drama se entenderá melhor com o livro. Mas, mais do que uma trama sobre a máfia, Um Martíni com o Diabo é um história sobre como as emoções humanas podem ser manipuladas, sobre a importância dos laços de sangue e sobre o peso que as decisões que tomamos tem sobre nossa consciência.

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UM MARTÍNI COM O DIABO

Autor: Cláudia Lemes

Editora: Empíreo

Ano de publicação: 2016

O jovem Charlie Walsh está em Las Vegas. Não para tentar a sorte, e sim para matar seu pai, um chefe da máfia italiana, Tony Conicci.
O plano era infiltrar-se no restrito grupo de confiança da família Conicci e se aproximar do chefão, mas Las Vegas corrompe. E o desejo de vingança de Charlie é posto em prova quando ele se vê seduzido pelas amizades, o poder, drogas e dinheiro que a máfia oferece.
Com o FBI em sua cola, e secretamente apaixonado pela enigmática esposa do pai, ele precisará decidir onde apostar sua lealdade.

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