Uma canção de ninar é um livro da autora Sarah Dessen, originalmente publicado em 2002. No Brasil ele saiu pela editora Seguinte em 2016.

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Sobre o livro

Remy está terminando o ensino médio e em breve vai para faculdade, e tudo o que ela mais quer é curtir os três meses de verão que separam esses dois eventos. Enquanto se prepara para mudar de cidade e começar uma nova jornada, Remy precisa ajudar a sua mãe a organizar o seu quinto casamento. Talvez por ver sua mãe se jogar em tantos amores, estes que sempre terminam de uma forma bruta, a jovem Remy não é a maior fã do amor, nem sequer acredita nele.

Mas certo dia enquanto visitava o trabalho do seu mais novo padrasto, Dexter acaba esbarrando em Remy, e ele é exatamente tudo o que a menina não quer em um namorado: atrapalhado, nerd e músico, que instantaneamente a lembra de seu pai, que era membro de uma banda e nunca fez questão de fazer parte de sua vida. Mas Remy vai aprender que a gente não escolhe os nossos amores e nem quando eles vão nos encontrar.

“Qual seria a sensação, me perguntei, de amar alguém tanto assim? A ponto de não conseguir se controlar quando a pessoa chegava perto, como se pudesse simplesmente se livrar de qualquer coisa que a estivesse segurando e se jogar sobre o outro com força suficiente para tomar conto dos dois?”

Dito isto, iremos acompanhar em Uma canção de ninar o último verão de Remy antes dela ir para a faculdade. Talvez novas surpresas apareçam, e novos amores também. Talvez algumas regras sejam quebradas e com isso alguns corações. Talvez  velhas canções sejam cantadas e outras novas criadas. Remy terá três longos meses para escolher seus rumos, e assim se preparar para sua nova trajetória – com ou sem amor na bagagem.


Minha opinião

Sempre que eu visito blogs e assisto a vídeos, tanto nacionais quanto estrangeiros, eu vejo várias recomendações dos seus livros e o amor que muitos leitores têm por essa autora. Por isso me joguei na leitura sem nem ao menos conhecer muito os detalhes. E o que eu posso dizer é que esse é o primeiro livro que leio da autora e ele não atendeu às minhas expectativas, infelizmente.

Podemos dizer que Remy e Dexter são  o oposto um do outro. Ela é uma garota centrada, organizada, que tem em mente muito claro tudo aquilo que precisa fazer após sua formatura do ensino médio. Além disso, ela conta com um histórico de abandono com relação ao pai, que sumiu após seu nascimento deixando como herança apenas o adeus e uma música que fez para ela. Uma música que se tornou um sucesso, e sempre que toca em algum lugar desperta na protagonista sentimentos agridoce. Aliando isso ao fato de sua mãe ter uma lista considerável de casamentos fracassados – ela já vai para o quinto, como disse – faz com que Remy  seja uma garota avessa a relacionamentos e sem pretensão alguma de se apaixonar. Ela quer apenas curtir o verão sem qualquer tipo de envolvimento mais profundo.

Dexter vai na contramão de tudo isso. Ele é romântico e acredita no amor, é persistente no que quer e não perde as esperanças, tanto que não desiste da atração que sente por Remy desde a primeira vez que a vê. Ele é um garoto magricelo, bagunceiro, desleixado e impulsivo. É vocalista numa banda e com os integrantes desta, que são também seus amigos, ele divide a casa, o carro, o cachorro, a rotina. O jovem é o oposto do que Remy costuma procurar nos carinhas com quem escolher passar um tempo, mas isso não é o que mais a incomoda e a deixa insegura com relação a ele. O grande problema? Dexter faz com que Remy lembre demais do pai. E no fundo, deixa a sensação de que não quer ser abandonada de novo.

 “É isso que nos transforma no que somos. Riscos. Isso é viver, Remy. Ficar com tanto medo a ponto de nem tentar é um desperdício. Posso dizer que cometi muitos erros, mas não me arrependo de nada. Porque pelo menos não passei a vida toda à margem, imaginando como seria viver.”

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Sarah Dessen tem facilidade para escrever sobre temas importantes e ela escreve bem, consegue compor personagens com características interessantes. Neste livro é possível perceber o desenvolvimento de vários, principalmente de Remy, que vai amadurecendo durante a narrativa, vai descobrindo maneiras de lidar com o que passou e de se permitir viver o que vem pela frente, com menos medo e receio.  Seu amadurecimento fica claro principalmente por conta da narrativa acontecer em primeira pessoa, pois é sob a perspectiva da protagonista que o leitor enxerga todos os acontecimentos. É agradável acompanhar os desdobramentos das mudanças que ocorrem na própria Remy – com relação aos seus sentimentos e ideais – e o quanto essas mudanças impactam não só no seu relacionamento com o Dexter, mas na forma que ela enxerga o mundo e na maneira que lida com a própria mãe.

Acontece que saber escrever muito bem sobre temas que são importantes nem sempre é um ponto totalmente positivo, e este livro é um exemplo disso.  Aqui temos muitos assuntos que poderiam ser melhor trabalhados ou levados mais a fundo. Um bom exemplo disso são os irmãos Chris e Remy, que têm bagagem que é complexa, profunda e tocante, mas a autora peca e deixa tudo muito superficial. Aliás ela faz isso na história de maneira geral, não se aprofunda no que precisa e deixa o leitor com uma sensação de que algo muito importante vai acontecer, mas esse algo nunca chega.  Se juntarmos isso ao fato de que essa é uma trama que tem seus clichês, é possível que leitores com expectativas muito altas se sintam um pouco decepcionados.

A capa do livro está bem contextualizada, pois remete a momentos importantes do livro, por isso gostei bastante. Quando a gente lê o livro a referência fica clara. Não encontrei nenhum erro de edição e a diagramação da editora está super confortável, com letras em um tamanho que facilita a leitura.

Uma canção de ninar é um livro que trata sobre as diferentes formas de amar e sobre como o amor não necessariamente significa estar “dependente” de outra pessoa. Apesar de não ter alcançado minhas expectativas, a leitura foi agradável e indico para quem é fã da autora, desse gênero, ou para quem curte uma leitura leve e sem grandes reviravoltas.

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UMA CANÇÃO DE NINAR

Autor: Sarah Dessen

Editora: Seguinte

Ano de publicação: 2016

Remy não acredita no amor. Sempre que um cara com quem está saindo se aproxima demais, ela se afasta, antes que fique sério ou ela se machuque. Tanta desilusão não é para menos: ela cresceu assistindo os fracassos dos relacionamentos de sua mãe, que já vai para o quinto casamento. Então como Dexter consegue fazer a garota quebrar esse padrão, se envolvendo pra valer? Ele é tudo que ela odeia: impulsivo, desajeitado e, o pior de tudo, membro de uma banda, como o pai de Remy — que abandonou a família antes do nascimento da filha, deixando para trás apenas uma música de sucesso sobre ela. Remy queria apenas viver um último namoro de verão antes de partir para a faculdade, mas parece estar começando a entender aquele sentimento irracional de que falam as canções de amor.

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