Única Filha é o primeiro livro da autora Anna Snoekstra e é lançamento da editora Harper Collins no Brasil em 2017. Um suspense policial carregado de perigos e segredos capazes de arrepiar o leitor.

SOBRE O LIVRO

Rebecca Winter está desaparecida há onze anos. Apesar de ter se passado tanto tempo, notas sobre o desaparecimento ainda são lembradas pelos jornais, especialmente pelo fato de a polícia não ter encontrado nenhuma pista sobre o caso.

O ano é 2014, uma mulher assiste ao caso de Rebecca em um noticiário da tarde, e o curioso fato de elas serem fisicamente parecidas lhe chama a atenção, afinal, elas não possuem traços assim tão comuns. No entanto, o mesmo cabelo ruivo que lhe desce pelos ombros pertencia à garota desaparecida, as mesmas sardas que preenchiam o rosto também estavam no rosto dela, e talvez o mais curioso aspecto comum, o olhar.

“O passado sombrio de uma mulher torna-se o futuro ameaçador de outra”

Vivendo uma vida sem rumo após ter saído de casa já há algum tempo, a jovem se vê cercada pela polícia após tentar roubar um supermercado e então uma grande ideia lhe ocorre… Lembrando-se do noticiário ela resolve se passar pela garota desaparecida. É claro que ela não pretendia sustentar a situação por muito tempo e o plano era fugir assim que fosse deixada pelos olhares da polícia, mas tudo isso se desvia de seus planos quando a oportunidade de ter uma nova vida de conforto e cercada de “amor” e cheia de segurança longe das ruas a faz levar a farsa adiante.

Vivendo a vida de outro alguém, ela começa a se transformar na garota, ela é, então, de fato, Rebecca Winter. Intrigada com alguns fatos sobre o desaparecimento de Rebecca, ela percebe que ninguém ao seu redor parece ser quem diz que é. O responsável pelo sumiço da garota ainda pode estar à solta e não vai desistir até conseguir pegá-la mais uma vez.


MINHA OPINIÃO

Atualmente, a maioria dos livros de suspense policial trazem “mais do mesmo”: uma esposa considerada louca, um marido ausente que pode ser o culpado (e vai ser), vizinhos estranhos e, é claro, quase sempre podemos descobrir o final antes mesmo de chegarmos lá. O que não acontece em “Única filha”, onde a autora criou uma trama tão intrigante que faz com que jamais imaginemos o desfecho antes de realmente chegarmos lá.

O primeiro ponto a se considerar sobre o livro é o fato de que, como em toda boa história de suspense, a autora utiliza um artifício que consegue prender o leitor e o faz se manter cada vez mais ligado aos personagens. Principalmente, se assim como nessa história existem dois ou mais protagonistas, intercalando os capítulos, hora contando o passado (capítulos sobre Rebecca Winter), hora contanto o presente (capítulos sobre a substituta). Não só como uma forma de manter a curiosidade e atenção do leitor a cada detalhe, é importante para a ambientação e descrição dos próprios personagens e suas características, fazer esse paralelo entre o tempo passado e presente.

Uma teoria interessante que é desenvolvida no livro, mesmo que de forma sutil, é a ligação entre os irmãos de Rebecca, os gêmeos Paul e Andrew. É comum ouvirmos que irmãos gêmeos possuem ligações diferentes, e essa situação está presente em pequenos detalhes, como por exemplo, a culpa que a mãe carrega por não ser tão apegada à filha quanto aos gêmeos, mas mesmo assim sempre sendo submissa aos dois; a impotência do pai quanto à relação familiar como um todo e a própria personalidade da protagonista, que procura viver conformada com a vida na casa e ao mesmo tempo passar a maior parte do tempo livre fora dela.

“Meu nome é Rebecca Winter. Onze anos atrás, eu fui sequestrada.”

Por outro lado, quando estamos conhecendo o presente e a vida da “substituta” na casa da família Winter, existem alguns problemas. Apesar de sua vida antes da “troca” não ser importante para a história, senti falta de algumas explicações, um nome, o motivo de ela ter saído do conforto de sua casa para ser uma rebelde… enquanto nos são apresentadas somente informações esparsas e desconexas. No entanto, o ponto mais interessante de se acompanhar é em como ela acaba se transformando realmente na garota a quem “imita”.

O paralelo entre seus pensamentos e a forma como realmente age é tratado de forma sutil, mas que possibilita ao leitor acompanhar o quanto a nova realidade influencia na personalidade da personagem, já que ela vive a vida de uma garota extremamente oposta a ela, que nunca foi meiga ou comedida e é claro, o medo de ser descoberta ou de que ao não conseguir conquistar a família (especialmente os gêmeos) tudo pode estar perdido, de alguma forma.

A culpa, a manipulação, a ingenuidade e a dúvida são os principais sentimentos envolvidos na trama, e é claro, acabam por envolver o leitor do início ao fim. Uma ótima pedida para quem quer dar uma chance ao gênero e para aqueles que buscam algo minimamente diferente do que estamos acostumados.

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ÚNICA FILHA

Autor: Anna Snoekstra

Editora: Harper Collins

Ano de publicação: 2017

Em 2003, Uma Adolescente De 16 Anos desapareceu. Rebecca Winter estava curtindo suas férias de verão. Trabalhava em uma lanchonete, tinha uma queda por um rapaz mais velho e saía com sua melhor amiga. Mas coisas estranhas surgiam ao seu redor: ela encontrou sangue em sua cama, passou a ter surtos de amnésia, sentia-se vigiada. Ainda assim, nada disso preparou Rebecca Winter para o que estava prestes a acontecer. Onze anos depois, a garota desaparecida foi substituída. Para fugir da prisão, uma jovem mulher declara ser a adolescente desaparecida anos atrás. A impostora assume a vida de Rebecca Winter. Dorme em sua cama. Abraça seu pai e sua mãe. Aprende os nomes de suas melhores amigas. Brinca com seus irmãos. Mas a família e os amigos de Rebecca não são quem dizem ser. Enquanto se esquiva do detetive que investiga o desaparecimento de Rebecca, ela começa a se dar conta de que o criminoso ainda está à solta – e ela, correndo risco de vida.

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