A Fúria do Assassino é o terceiro e livro final da Saga do Assassino da autora Robin Hobb. A publicação é de 2014 pela Editora Leya. Os dois primeiros livros, O Aprendiz de Assassino e O Assassino do Rei já foram resenhados aqui no blog, caso você queira conferir.

Sobre o livro

* Essa resenha contém spoilers dos livros anteriores

Veracidade desapareceu em busca do Antigos e ninguém sabe seu paradeiro ou se está vivo ou morto. Kettricken e o Bobo fugiram do castelo e sua localização também é desconhecida, bem como se conseguiram realmente escapar a salvo. Majestoso saqueou a Torre do Cervo e foi para Vara se refugiar e comandar seu falso reinado, enquanto isso os Navios Vermelhos assombram a costa dos Seis Ducados e forjam cada vez mais pessoas.

Breu e Bronco planejaram algo inusitado e perigoso para salvar a vida de Fitz e, mesmo tendo conseguido guardar sua alma dentro de Olhos da Noite, talvez trazer o garoto de volta a sua forma humana seja mais difícil do que parece. Após muito tempo dentro do lobo, os instintos animais tomaram prioridade e recuperar sua humanidade será uma tarefa que demandará tempo.

“Ergueram-me, para voltar a caminhar em forma de homem, pra recordar como é ter um Rei e estar preso a um juramento. Até hoje não sei se lhes agradeço por isso. Talvez, como o Bobo insiste, não tivessem alternativa. Talvez não possa haver agradecimentos nem culpas, mas apenas o reconhecimento das forças que nos reuniram e nos ligaram aos nossos inevitáveis destinos.”

O restante do mundo acha que Fitz está morto e ele não poderá jamais voltar a Torre do Cervo e para as pessoas que antes conheceu, pois sua manha o condenou ao isolamento. Sua ligação com Olhos da Noite é cada vez mais forte, assim como seu desejo por vingança contra Majestoso. Mas será que seu verdadeiro Rei está vivo? E se Veracidade precisa de ajuda? Qual caminho ele deve seguir?

Mais uma vez a luta pelo controle da Manha e a proteção contra o Talento ganham destaque, enquanto vemos a trama se desenrolar para um final incerto, caminharemos para lá das montanhas, em busca de um povo Antigo e desconhecido que ninguém sabe se realmente existe.

Capa e edição

Essa é a minha capa preferida de todas as da trilogia. Ficava olhando pra ela e pensando que ser gigantesco com rosto humano e corpo de cervo seria esse, e quando a resposta veio dentro da trama foi ainda mais significativo. Há alguns errinhos de digitação, mas nada que interfira muito e, sendo um calhamaço de mais de 800 páginas, é importante que a leitura flua.

Ao chegar perto do meio do livro é possível ver as marcas que a leitura vai dando na lombada devido ao grande número de páginas, porém quem está acostumado, assim como eu, com grandes livros já nem vai se importar, pois a trama é mais fascinante do que uma quebra ou outra que o livro possa ter.

Novamente temos, em cada começo de capítulo, a abertura falando sobre alguma lenda ou pessoa importante dos Seis ducados, ajudando a introduzir o que será tratado no capítulo, bem como desmitificando ainda mais o universo criado por Robin Hobb. Aqui, temos uma fala do futuro, ao contrários dos outros livros que parecia trazer as lendas do passado.

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Minha opinião

Que livro sensacional para encerrar essa Saga. Por muitos momentos eu me peguei pensando que não ia dar tempo de tudo que precisava acontecer, realmente se concretizar. Porém deu e no final já bateu aquela saudade enorme que faz com que nós leitores desejemos que a história continue, exatamente porque sabemos que ela acabou.

O que mais me fez gostar da narrativa da Robin Hobb é que aqui não temos um protagonista tradicional que sempre se safa das encrencas em que se mete e que sai ileso de todos os eventos. Não, Fitz sofre e perde muito durante as mais de 2 mil páginas que compõem a trama da Saga do Assassino. Acho que outro diferencial que pode ser levantado é que o romance também não é explorado da forma melosa e clichê que temos na maioria das tramas com personagens na adolescência. Aqui, o romance é super coadjuvante e coeso com a história, sem ter a atenção dos fatos mais importantes retirada.

Com os acontecimentos do fim do segundo livro eu fiquei segurando a respiração e protelando começar o último livro com medo do que viria pela frente. Ao mesmo tempo em que acho um diferencial da série o protagonista se ferrar, eu estava torcendo de todo o coração que as coisas começassem a dar certo para caminharmos em direção a um final feliz. Ele até vem, mas não contempla a todos os nossos personagens.

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Acho que durante a leitura dos livros, que comecei em 2014, foi possível ver o quando a trajetória foi tortuosa e em como os personagens ganharam forma e personalidade, crescendo à altura da narrativa, conforme as páginas eram percorridas. Sempre fui muito avessa a toda a lealdade do protagonista com o Rei Sagaz, colocando sua vida nas mãos de alguém que o usava como ferramenta sem se preocupar com as consequências. Fiquei muito feliz ao ter vislumbres de como seria o Fitz sem esse comprometimento, ainda leal, mas a causas mais pessoais e diferentes do que vínhamos observando.

Quanto ao final dado a trama, eu sempre fico com o sentimento de ‘quero mais’, porque não queria me desapegar da história ao mesmo tempo em que queria ver como as coisas seriam depois. Sem todas as tramóias e intrigas. Me despedi de Fitz Cavalaria e dos Seis Ducados com um mix de sentimentos, em um livro que já começou me emocionando no Prólogo, ao ver o conflito e sofrimento do protagonista ao ser trazido de volta para seu corpo, quando seu instinto não mais pertencia aquela raça. Não foi diferente durante ou no final, quando finalmente o desfecho bate à porta.

Esse é um livro cinco estrelas e que merece indicação aos fãs de fantasia.

E, para alegrar um pouco a coisa, fiquei recentemente sabendo que a editora pretende lançar outra trilogia da autora no segundo semestre de 2016 e, posso dizer com certeza, que quero continuar a ler Robin Hobb. Enquanto isso fico aguardando ansiosa por aqui o lançamento de The Liveship Traders.

A FÚRIA DO ASSASSINO

Autor: Robin Hobb

Editora: Leya

Ano de publicação: 2014

Rei Sagaz foi morto pelas mãos de seu filho Majestoso. E Fitz também está morto – ou assim acreditam tanto seus oponentes como seus amigos. Mas com a ajuda de seus aliados e a magia dos animais, ele emerge da sepultura, profundamente marcado no corpo e na alma. O reino também oscila em direção à ruína e somente o retorno de Veracidade – ou o nascimento do sucessor que a Princesa Kettricken espera ?-pode salvar os Seis Ducados. Mas Fitz não vai esperar. Impulsionado pela perda e por amargas lembranças, ele iniciará uma missão extrema: matar Majestoso. A viagem irá lançá-lo em águas profundas, enquanto desvenda correntes selvagens de magia dentro de si – cursos que irão afogá-lo ou torná-lo maior do que ele era. Robin Hobb conclui a trilogia Saga do assassino com um grande romance de formação. Mas todo o encanto neste mundo de faz de conta não consegue encobrir o ensinamento agridoce da história: o de que a busca pela verdade exige um preço e a solidão que só alguns podem ou irão pagar.

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