Alena é uma graphic novel do autor Kim W. Andersson, lançada em 2017 pela Avec Editora.

Sobre a história

Alena passou por um grande trauma quando, há um ano, sua melhor amiga Josefin morreu. Em uma situação que levanta questionamentos, pois ambas estavam sozinhas, Alena acaba sofrendo muito bullying e recebendo olhares que questionam o seu papel na morte da garota.

Estudante de uma escola elitista, com bolsa, isso acaba por não ajudar Alena, que é super introspectiva, no convívio diário. Isso tudo, porém, tem um agravante interessante. A menina segue vendo Josefin e conversando com ela, mesmo ela estando morta, e essa não está muito feliz com a postura sem reação que Alena vem apresentando e pode estar disposta a, de alguma forma, mudar isso.


Minha Opinião

Tinha ouvido falar várias coisas sobre Alena antes de iniciar essa leitura. O autor, inclusive, esteve em Porto Alegre na Feira do Livro de 2017 autografando a graphic novel, que é a primeira de horror europeu publicada por aqui pela editora, que tem a maioria de suas publicações voltadas para os escritores nacionais.

Sabendo que iria encontrar uma história sombria, adentrei a narrativa com bastante expectativa. Para uma trama me causar espanto ou terror, ela tem que ser realmente forte, e não foi exatamente esses sentimentos que tirei dessa leitura. A coisa que mais replicou em mim durante o meu contato com Alena foi uma repulsa enorme de tudo o que estava acontecendo.

Que o ser humano é uma espécie horrível e que adora causar dor, acho que a gente já sabe, né? Mas ver o quanto isso é capaz de machucar a vida de uma jovem que já está maculada por algo tão triste como a perda de sua melhor amiga, apenas agrava a sensação horrível que eu tive durante toda a leitura.

Alena é bastante passiva quanto aos ataques e maus tratos que sofre durante grande parte da narrativa e as consequências disso me deixaram muito irritada enquanto vagava pelas páginas, pois queria que ela tomasse uma atitude. Já Josefin, que assombra a protagonista, mesmo sendo a melhor amiga, também não é lá flor que se cheire e, se formos analisar a coisa, tinha uma relação de amizade um tanto abusiva e tóxica com Alena.

Como estamos falando de um cenário adolescente, é claro que há um certo romance e também uma descoberta que sempre flerta com esse período da vida. Isso, agregado ao bullying, os fatores familiares que permeiam a vida da menina, a forma como é tratada na escola e seus conflitos internos, fica fácil perceber que a coisa vai ir de mal a pior. E é ai que o autor usa das suas artimanhas para trabalhar bastante cenas de violência explicita e abuso sexual e psicológico.

Com isso, vale ressaltar que não é uma graphic novel leve e recomendada para todas as idades. Pelo menos uns 16 anos seria recomendável para o leitor aqui, quase beirando a necessidade de uma taxação de 18 anos. Outro tópico importante é que por trabalhar temas fortes, é um título com vários gatilhos que precisam ser levados em consideração na hora de ir em frente com essa leitura. Portanto, fique atento.

Porém, mesmo tendo uma experiência interessante com o título, confesso que esperava um pouco mais, pois enquanto as cenas chocavam pelo peso, vi a trama principal ser pautada por coisas corriqueiras e bastante superficiais. Alena também não é uma personagem muito sólida. Há um ponto no meio onde o autor parece não saber decidir se apresenta uma personagem frágil ou alguém pronta para enfrentar qualquer coisa, e isso acabou por prejudicar um pouco o resultado final.

Mas, digo que se você gosta de histórias mais sombrias, vale a pena conferir. O final trouxe um bom fechamento, mesmo que o desenrolar tenha tido seus altos e baixos. E, contato com obras que nos causem sensações tão intensas é algo que sempre considero valer a pena.

ALENA

Autor: Kim W. Andersson

Editora: Avec Editora

Ano de publicação: 2017

A vida de Alena é um inferno. Desde que começou a estudar em um colégio cheio de colegas esnobes, ela sofre bullying de Filippa e das outras meninas do time de lacrosse. A melhor amiga de Alena acha que já chega de aguentar todo esse abuso. Seja da conselheira, do diretor, de Filippa ou de qualquer outra pessoa nessa escola repulsiva. Josefin promete resolver o assunto por conta própria a menos que Alena dê o troco. Só existe um problema: Josefin está morta há um ano.

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