20
jul
2016

Hands Assemble Teamwork Friendship Togetherness Concept

Eu sempre fui uma pessoa de poucos amigos, mesmo quando cercada por muitas pessoas. É ai que mora o detalhe né. A quantidade de pessoas com quem você tem amizade é diferente da de amigos que você tem. Sei que muita gente vai entender o que quero dizer. Amigos de verdade são aquelas pessoas que você sabe que pode contar, independente do que for, e normalmente eles são poucos.

Se teve uma coisa que eu aprendi nesses meus 25 anos é que as pessoas vem e vão. Já tive muitas amizades desfeitas pelo tempo, pela distância ou por conflito de ideias. Minha vida muda a cada dia e com ela também muda a relação que tenho com algumas pessoas.

Lembro daqueles que me cercavam no fundamental e do como eu me esforçava pra pertencer a algum lugar, mesmo que eu fosse mal tratada ou menos prezada por algumas pessoas. “Ser parte” era mais importante do que ser respeitada. Quando o ensino médio chegou e eu ampliei um pouco meus horizontes, deixei de lado esse desespero, passei a tentar trilhar outros caminhos, a buscar novos amigos, mais verdadeiros, menos usurpadores da minha estima. Mas foi realmente quando a faculdade aconteceu na minha vida que eu aprendi o que amizade significava de verdade.

Uma linha foi delimitada entre quem eu era antes e quem eu iria me tornar. Eu conheci muita gente na universidade, mas conservei poucos amigos. Isso me fez mais auto suficiente e me preparou para o que viria depois. Quando eu sai da minha cidade e vim morar em POA eu não tinha nenhum amigo aqui, era solitário e silencioso. Os primeiros meses foram difíceis e eu me vi tentando me agarrar aos poucos fiapos que conseguia da amizade dos outros, mesmo que já tivesse aprendido a minha lição. Demorou alguns anos, mas eu fiz verdadeiros amigos que sei que vou levar pra vida toda.

Hoje, quando eu olho ao meu redor, ainda consigo contar nos dedos as pessoas que eu sei que estarão lá pra mim sob qualquer perspectiva, mas sou feliz em saber que mesmo poucos ele são sólidos, e eu agradeço muito por isso. Enquanto estou cercadas de muito mais pessoas que somente os amigos, sei que há muitos deles tão próximos de atravessarem a linha que também fico grata.

O Resenhando Sonhos e os livros me deram muitos amigos. “As pessoas dos livros” como eu digo toda vez que preciso explicar que tenho um compromisso na companhia de gente que adora esse mundo literário tanto quanto eu. Parece engraçado que eu tenha que explicar dessa forma, como se só os livros nos unissem, quando é tão mais do que isso, mas é um jeito simples de apresentar a situação. Sei que tenho muitos “amigos” perdidos pelo mundo, alguns que ainda nem conheço, mas que um dia farão parte da minha vida.

Tem gente que eu vejo uma vez por ano só e o sentimento é tão forte quanto se eu visse todo dia. E há quem eu vejo todo dia que não tem o mesmo peso. Tenho amigos que ainda não pude abraçar pessoalmente, amigos de tantos anos, mas que sei que vão resistir à distância e que o momento do encontro virá.

Amizade é algo estranho.

As vezes a gente luta tanto pra ter isso, que esquece que a gente também existe. Que pra ela existir é preciso que primeiro saibamos ser nós mesmos. É preciso existir sozinho, pra ter valor ao lado de alguém. Isso não vale só pro amor, vale pra amizade também. Aliás, amizade é amor com um pouco mais de letras.

O que quis dizer com meu monólogo é que eu entendo o conceito de amigo hoje de forma mais profunda, sem tirar o valor daquilo que me é dado de forma superficial. Meus amigos sabem que eu os amo, mesmo eu sendo do jeito que sou, fechada. Se eles são meus amigos eles entendem, aceitam e sabem que cada confidencia, comentário e até bom dia vem carregado de amor e gratidão.

Aos meus velhos, novos, atuais e futuros amigos, feliz 20 de julho, e que esse seja só mais um entre muitos dias que passaremos juntos – perto ou longe.

Relacionados

Destaques

Insta
gram

[jr_instagram id='3']

Parceiros