Após dois anos do lançamento de Cidade Invisível, fãs que adoraram a adaptação brasileira do folclore mesclado a um suspense e fantasia, a segunda temporada retoma com um avanço de também dois anos após Eric ser entregue a uma fonte de cura e por lá desaparecer sem ser jamais visto.

Durante estes anos, sua filha, Luna, ao lado da Cuca, tentaram buscar alguma pista por todo o Brasil que pudesse ajudar a encontrá-lo, até então serem levadas ao Pará. De lá elas tentam acessar um local protegido e inacessível. Porém, Luna descobre uma forma de conseguir encontrar seu pai. Mas para ter o que queria de forma fácil, ela deveria cumprir com o que se pedia na troca. E essa troca exigirá dela algo que não se esperaria.

Mantendo a essência da primeira temporada, esta segunda parte pôde trazer uma gama maior de personagens, inclusive trazendo um elemento fundamental para a cultura brasileira: os povos indígenas. A ambientação no Pará se somou com o envolvimento de etnias que participaram como atores e atrizes para comporem a trama da história. A participação de personagens indígenas em filmes e séries brasileiras é muito rara, quase inexistente. Ver uma série trazendo este protagonismo e inserindo elementos fantásticos que resgatam as culturas dos povos originários e da parte folclórica brasileira como um todo, torna a série com um conteúdo extremamente essencial e importante para a produção cinematográfica no Brasil.

Em outras palavras, eu posso garantir que a experiência do contato dos povos originários com elementos fantásticos e folclóricos me trouxeram uma ideia de identidade única que o Brasil possui e que pode se destacar a qualquer produção carregada de clichês da sociedade “europeizada”. Além da experiência única, é um momento de aprendizado, reconhecimento e contato com um grupo étnico que para muitos acaba sendo distante, mesmo vivendo em solo brasileiro. Além dos povos nativos como protagonistas, temos outros personagens icônicos do folclore que muitos já conhecem. Mas creio que eu não deva mencioná-los, já que poderia estragar a magia desta série.

Além desses elementos, não podemos deixar de lado exaltar o modo como as filmagens foram feitas, apresentando tanto a parte urbana do Pará quanto a mata atlântica. Une-se a isso à música usada em contexto com a trama, levando mais uma vez elementos da cultura indígena com a tradicional urbana. E para terminar, a série resolveu temperar a trama com críticas sociais, focalizando mais a luta de indígenas por seus direitos e liberdade.

Cidade Invisível – 1º Temporada

Apesar de tantas qualidades e o respeito que tenho pela série, creio que a segunda temporada pecou quanto a qualidade do suspense no quesito “te prender a todo custo”. Acho que o roteiro ficou um pouco bobinho, sem muitos elementos que de fato te deixariam preso para saber o que iria acontecer até o final, algo que foi muito diferente na primeira temporada onde o suspense era mais robusto e interessante de se acompanhar.

De qualquer forma, o que me conquistou nesta segunda temporada foi o fato de tornar uma série já “abrasileirada” em ainda mais “brasileira”.

CIDADE INVISÍVEL (2° TEMPORADA)

Diretor: Carlos Saldanha

Elenco: Marco Pigossi, Alessandra Negrini, Manu Dieguez.

Ano de lançamento: 2023

Na segunda temporada de Cidade Invisível, os mistérios e perigos da vida de Eric (Marco Pigossi) o perseguem até a Amazônia. Desaparecido por dois anos após os acontecimentos da primeira parte da série, o protagonista reaparece em um território de proteção indígena em Belém, no Pará. Em meio a um objetivo maior do que imaginava na região, ele precisa ficar e ainda proteger a filha, mas acaba afetando e sendo afetado pelo frágil equilíbrio entre o ambiente e as entidades.

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