Codinome Villanelle é do escritor Luke Jennings e inspirou a série Killing Eve. Ele foi lançado em 2020 pela Suma.

Sobre o livro

Villanelle é uma das assassinas mais perigosas do mundo. Chique, bonita e psicopata. Uma combinação que rende a ela um trabalho bem feito. Seus métodos são certeiros e sua falta de empatia contribui para que ela alcance todos seus objetivos. Mas, quem são os seus chefes? Essa é a pergunta que nos fazemos desde o começo, pois seus alvos sempre são pessoas poderosas, ricas ou influentes.

“Houve um silêncio demorado. As palavras dele confirmaram algo que ela sempre soubera, até nos momentos mais difíceis de sua vida: que ela era diferente, que era especial, que tinha nascido para voar longe.”

Do outro lado, Eve Polastri é uma ex-funcionária do serviço secreto inglês que hoje trabalha na agência de segurança nacional. Entre seus problemas no trabalho e algumas frustrações no âmbito familiar, essa mulher é muito inteligente e determinada, além de ser capaz de perceber o que muitos deixam passar.

Por isso, quando alguns assassinatos chamam a atenção da polícia e parecem apontar para uma nova assassina profissional, que ainda não consta nas listas, Eve é designada para descobrir quem é essa pessoa e, é claro, capturá-la. Durante esse percurso, descobriremos mais sobre a vida pessoal de Eve e sobre o turbulento passado de Villanelle. Quem ela é de verdade? Como tudo isso começou?


Minha opinião

Se você vive na internet, assim como eu, já deve ter esbarrado em comentários sobre uma série que é a queridinha do momento. Killing Eve está no ar desde 2018, mas recentemente deu o que falar, principalmente quando entrou no catálogo da Globo Play. Com Sandra Oh (Grey’s Anatomy) e Jodie Comer, a caçada entre uma agente e uma assassina promete prender os fãs de suspenses policiais recheados de ação. Como uma grande entusiasta do gênero, fiquei muito curiosa para conhecer essa história. Por isso, peguei o livro e depois a série.

O livro começa com um ritmo interessante, prende o leitor, apresenta a poderosa Villanelle. Uma sociopata, calculista e com muito bom gosto para roupas, comidas e armas. Logo de cara ficamos apreensivos e curiosos pelo seu passado e, quando menos esperamos, a história vai e nos entrega seu passado de bandeja. Mostrando como tudo começou, seu verdadeiro nome, motivações, treinamentos e etc. Ok, eu queria saber isso, mas não agora. Fiquei um pouco incomodada com essas informações que poderiam ser entregues no decorrer da narrativa em doses menores, não tudo de uma única vez.

Quando os assassinatos começam a acontecer, temos diversos elementos de ação e conhecemos qual a verdadeira face de Villanelle. Uma assassina sem piedade, cuidadosa e focada no que está fazendo. Confesso que achei um pouco exagerada a quantidade de mortes e a forma como elas são narradas. Quando o livro percorre o viés da ação, começo a ficar cansada da leitura. E como o que sustentaria a narrativa, pelo menos para mim, seria o suspense (que já é exterminado no começo por contar tudo sobre Villanelle), as partes de ação acabam tomando conta da história e a leitura se arrasta.

“Ela nunca viu esse homem na vida, mas reconhecida algo no rosto dele.Uma espécie de vazio. Leva um instante até que ela lembre onde já viu aquele olhar antes. No espelho. Em seu próprio rosto.”

Quando finalmente somos apresentados a Eve, já estamos saturados das tentativas de fazer a antagonista ser tão durona e não damos o devido valor a nossa “mocinha”. E ela é uma personagem forte, inteligente e perspicaz. No entanto, como conhecemos Villanelle primeiro, parece que o posto de mulher “mais forte do mundo” já foi ocupado por ela. Sendo assim, fica difícil para Eve tomar esse lugar para si. As duas são opostos, mas iguais em sua determinação e inteligência. Por isso, quando uma começa a “caçar” a outra, fica interessante essa dança que elas nos apresentam.

Outro ponto interessante é a escolha de uma mulher para assassina profissional. Estamos acostumados a ver homens nesses papéis. Villanelle nos apresenta o seu lado caçadora, a solidão da vida que leva, como é não ter uma família e nem um lar verdadeiro para retornar quando tudo isso termina. Sua vida não tem garantias. E isso me leva a um ponto que me incomodou: a quantidade de cenas de sexo com diversos parceiros, parceiras ou os dois ao mesmo tempo. Entendo a necessidade de mostrar o quanto ela é desprendida com essas coisas, como ela não tem nenhum sentimento, por isso sexo nada mais é que uma necessidade básica para ela e, também, a intenção que o autor teve de colocar uma mulher fazendo coisas que são “normais” para os homens, em uma mesma situação. E isso não me incomoda de forma nenhuma. O que me incomoda são cenas explícitas de sexo, não estou lendo um livro hot. Dispenso essas descrições, obrigada. Para mim, serviram apenas para usar e colocar Villanelle como um objeto, mas não vou entrar nessa discussão.

“Mas sabia que, para passar despercebida pelo mundo, era fundamental usar uma máscara de normalidade e disfarçar a dimensão de sua indiferença.”

Quando terminei a história, ela não apresentou tantas revelações. Por isso, entenda que aqui você encontrará mais um livro de ação. Que acredito funcionar muito bem em uma série, o que me leva a ela. Fui esperando encontrar tudo mais ou menos parecido com o que vi aqui, mas a série não segue os moldes do livro. Pelo pouco que assisti, não terminei a temporada, a série pega elementos do livro, mas não entrega; efetivamente, como se passa na trama. Além disso, Villanelle está muito diferente do livro. Falta aquele comportamento mais reservado e frio.

Infelizmente, nem o livro e muito menos a série me agradaram. Não posso dizer que darei continuidade aos dois. Mesmo assim, acredito que seja uma boa pedida para os amantes do gênero e daqueles que adoram ver uma caçada entre vilã e mocinha. Mesmo que, para mim, não possamos considerar Villa tão vilã assim. Ou podemos?

 

CODINOME VILLANELLE

Autor: Luke Jennings

Tradução: Leonardo Alves

Editora: Suma

Ano de publicação: 2020

Villanelle (um codinome, é claro) é uma das assassinas mais habilidosas do mundo. Uma psicopata hedonista, que ama sua vida de luxo acima de quase qualquer coisa… menos a emoção da caçada. Especializada em matar as pessoas mais ricas e poderosas do mundo, Villanelle é encarregada de aniquilar um influente político russo, e acaba com uma inimiga determinada em seu encalço. Eve Polastri é uma ex-funcionária do serviço secreto inglês, agora contratada pela agência de segurança nacional para uma tarefa peculiar: identificar e capturar a assassina responsável e aqueles que a contrataram. Apesar de levar uma vida tranquila e comum, Eve possui uma inteligência rápida e aguçada – e aceita a missão. Assim começa uma perseguição através do globo, cruzando com governos corruptos e poderosas organizações criminosas, para culminar em um confronto do qual nenhuma das duas poderá sair ilesa. Codinome Villanelle é um thriller veloz, sensual e emocionante, que traz uma nova voz à ficção internacional.

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