Atenção!

Está série contém cenas de automutilação e temas relacionados a exposição, bullying virtual, violência física e psicológica e não é recomendado para pessoas sensíveis.

Grupo de adolescentes da elite que possuem uma vida badalada tem sido o foco por muito tempo da nossa admiração. Essa temática já nos conquistou desde Gossip Girl, Pretty Little Liars e mais recentemente em Elite e alguns outro filmes do Noah Centineo e até mesmo musicais com High School Musical e Campo Rock.

E agora temos mais uma obra para completar essa hall de dramas do High School que é a aposta mexicana da Netflix Control Z. Uma premissa muito semelhante a Gossip Girl e PLL, voltada bastante para um mundo de tecnologia e até onde as redes sociais chegam quando usadas para o mal.

Seguindo o mesmo conceito das séries antes citadas, aqui os segredos são as armas que uns usam contra os outros, a trama segue Sofía Herrera (Ana Valeria Becerril), uma adolescente extremamente inteligente e observadora (como ela mesma se define) que após o ataque passa a focar em descobrir a identidade do hacker que vem expondo seus companheiros de sala. Ao seu lado nessa saga de busca pela identidade ela conta com Javier Williams (Michael Ronda), filho de um famoso ex-jogador de futebol, Ele passou a frequentar sua escola um pouco antes da aparição desse hacker e logo se atrai pela garota, após chegar à escola e de um dos alvos do hacker Raúl León (Yankel Stevan) que é filho de um político conhecido no estado.

Temos na série os alvos desse hacker a “Elite da escola” ou melhor dizendo os “donos” da escola, que se resume a um grupo muito seleto de amigos que inclui Isabela De La Fluente (Zión Moreno), Luis (Luis Curiel), Alex (Samantha Acuña), María Alexander (Fiona Palomo), Raul León (Yankel Steven), Gerry (Pato Gallardo), Pablo García (Andrés Baida) e Natalia Alexander (Macarena García). O que claro, causa um grande alvoroço e muito “pano pra manga” pro enredo da história.

A série trabalha assuntos importantíssimos e atuais como transfobia, bullying virtual e transtornos mentais, inclusive a protagonista sofre com isso, mas Control Z, infelizmente, encontra muitos problemas em trabalhar esses assuntos. Como possui muitos personagens e tudo é praticamente jogado para o público de uma vez só, a série que possui poucos episódios para trabalhar os problemas reais, acabam a serem só expostos e não levam a lugar nenhum. As discussões que poderiam tornar a série um grande destaque, acabam sendo superficiais e por vezes irresponsáveis por conta dessa abordagem fraca.

Há também um outro problema grandioso da série, que é a constante tentativa do roteiro em justificar as atitudes erradas tomadas pelos personagens. Na minha opinião a único alvo do hacker que realmente não merecia os desdobramentos da revelação era Isabela (que levanta uma boa discussão na série), mas todos os outro não tinham sequer um mínimo detalhe que creia eu, pudesse levar o público a ter empatia por eles. Os atos de transfobia, humilhação pública, agressão injustificada, preconceito social e atitudes de automutilação são contextualizados com o mínimo possível de informação e uma embasamento superficial de história pessoal, o que em nenhum momento justificam as ações cruéis tomadas pela maioria dos personagens.

Outro ponto que incomoda na série, é o tanto que os personagens de Control Z são inconstantes. Sei que isso não é uma grande novidade ao se tratar de personagens adolescentes, mais na série em questão tudo muda o tempo todo, as opiniões, atitudes, personalidade e temos que nos acostumar a cada novo acontecimento da série com um novo personagem, mesmo já sabendo quem previamente ele era. Até mesmo a nossa protagonista Sofi e seu companheiro Javier, que deveriam ser a referência para o público passam por atitudes injustificáveis e mudanças constantes deixando o público perdido com o que deveria ser levado a sério.

Mesmo em meio a grandes defeitos, podemos dizer que Control Z conquista seu mérito e o público. A história pode demorar para engatar mais seus episódios possuem uma dinâmica de mistério que fazem você querer ver onde essa história vai chegar. E não podemos esquecer que em meio a tudo isso, temos o elemento surpresa e motivador de toda série que é a caçada da protagonista pelo hacker. Outro ponto que nos convence na história é que mesmo odiando os personagens a atuação deles são PERFEITAS, e nos entregam pessoas que acabamos amamos odiar.

Control Z já provou que veio para ficar, com a sua segunda temporada já confirmada pela NetFlix podemos ver que tem muita história pela frente, mas também com aquele final não tinha como não ter. Porém, acho extremamente necessário que se tome alguns cuidados especiais na forma que irá ser conduzida os temas tão delicados que já foram abordados para que não tenhamos outras problematizações como na época do lançamento e até hoje nas novas temporadas de 13 Reasons Why. Sugiro que se aprofunde mais nos temas relevantes e sejam mais responsáveis já que conquistou a telinhas e o coração do público.

Então você que está com saudade das polêmicas da vida e gosta de um bom “fogo no parquinho” tenho certeza de Control Z é o entretenimento certo pra você, afinal quem não gosta de descobrir um bom segredo não é mesmo.

CONTROL Z

Diretor: Carlos Quintanilla, Adriana Pelusi, Miguel García Moreno

Elenco: Ana Valeria Becerril, Zión Moreno, Michael Ronda, Yankel Stevan, Macarena Garcia, Bernardo de La Rosa, e mais

Ano de lançamento: 2020

Quando um hacker começa a divulgar os segredos dos alunos para todo o ensino médio, Sofía, socialmente isolada, mas atenta, trabalha para descobrir a identidade secreta do transgressor

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