copa-falsomoralismo

 

Desde os protestos do ano passado a moda é ser contra a Copa, e pra mim ai já começou o problema. O problema não é a Copa acontecer ou não, o problema era que (e ainda é e continuará sendo) tudo que é feito no Brasil, é feito com corrupção e desvio de dinheiro. Então ser contra a Copa é uma afirmação errônea, já que o evento não tem nada a ver com a situação da política no Brasil, e quem rouba são os políticos adoráveis que todos ajudaram a eleger. Mas enfim, se aqui todo mundo é burro e sempre elege os mesmos candidatos e vende seus votos, querer que a massa faça essa simples conexão parece ser exigir demais.

Ontem (08/07/2014), o Brasil foi eliminado da Copa nas semifinais pela Alemanha. De forma HUMILHANTE, diz a imprensa. E foi ai, que pra mim, todo esse falso moralismo embutido veio a baixo.

Quando o Brasil tomou o quinto gol eu desliguei a TV porque eu estava envergonhada e triste, e sabe porque isso? Porque eu faço parte dos 5% (sendo bem generosa) que apoia a Seleção Brasileira e que acreditava sim, que poderíamos vencer ( e qualquer amigo mais próximo pode atestar isso). Parece que eu estou sendo um pouco drástica, mas não estou. Olhe ao seu redor, veja os seus amigos no facebook e twitter, conte nos dedos quais deles mantiveram o apoio ou não falaram mal do evento e da participação do Brasil. Contou? Encheu uma mão? Duvido.

Não sei bem dizer se é porque sou otimista ou patriota. Não gosto muito dessa palavra, mas talvez seja isso. Talvez eu prefira sentir orgulho de exaltar o que o meu país tem de bom, do que só reclamar e esperar pelo pior. Se isso é patriotismo eu não sei, mas se é, então patriota eu sou. As pessoas acham que só aqui existem problemas e fazem deles sua bandeira, mas ao invés de responder nas urnas, preferem praticar revoluções de sofá.

O que me incomodou mais não foi o Brasil perder (e olha que isso me incomodou pra %#@&#@%), foi ver o falso moralismo se espalhar pelas redes sociais. Até aqui eu só observei, e os 95% dos brasileiros restantes exaltava de queixo erguido que só queria que a Seleção continuasse na Copa para ter mais feriados. É, feriados, e isso inclui até nossos amados e imparciais jornalistas. Então me digam uma coisa, porque todo esse auê?

Se os sabichões descrentes já esperavam desde as oitavas que o Brasil não passasse, porque a surpresa? Ou deveria dizer, porque a decepção? Mesmo que a Seleção avançasse, o próximo e último jogo seria em um domingo, e domingo quase ninguém trabalha.

Então eu me dei por conta que talvez, não apoiar o Brasil é como manter a bandeira de dizer não a Copa. Não apoia o time, não apoia o evento. Mas sofre. Sofre porque sabe que o sonho do Hexa não vai se tornar realidade em 2014. Agora diga-me, não é isso um pouco de falsidade contra os teus próprios ideais? Não está sendo você um mentiroso? Pregando algo, sentindo e querendo algo diferente. Falso moralismo.

Não apoia o Brasil, mas não perde um jogo. Não apoia a Copa, mas tava lá bebendo na Fanfest. Não quer saber de nada dessa história, mas caiu na farra com os gringos. Não seria mais fácil se todos nos assumíssemos o que nós somos e o que realmente queremos sem ter de se esconder atrás de falsas bandeiras? Como queremos que os políticos sejam quem dizem ser, se em algo tão simples, como apoiar o próprio país, não somos verdadeiros, e preferimos entrar na onda do dito “formador de opinião” mais próximo?

E tudo isso é, como diria o Silvio Santos, porque onde uma vaca vai, tem sempre um boi pra ir atrás. Me desculpem, eu tô fora dessa.

 

A foto do cabeçalho da postagem é do Rapha Vargas do Mosaico em Azul (:

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