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O filme pode possui conteúdos que apresentam Violência, Depressão, Problemas Mentais e Assassinatos.

Não podemos negar que esse filme foi uma grande surpresa para todos. Coringa, o novo filme sobre a origem do famoso palhaço homicida é praticamente composto por poucas piadas que possuem quase nenhuma graça. Olhar por esse lado é surpreendente ao vermos que o diretor do filme é Todd Philips, o responsável pela trilogia “Se Beber Não Case”, que não fez do filme do palhaço uma tremenda palhaçada.

Fora o trabalho da direção ter sido incrível, vale ressaltar a fotografia do filme e sua trilha sonora impecável, que casava todos os sentimentos do personagem com a cena, sendo o acréscimo que faltava a essa história! Com esse combo você conseguia sentir o que o Coringa estava sentido, isso faz você viver e se emocionar com a história junto do personagem.

Neste novo filme, o Coringa é interpretado magnificamente por Joaquin Phoenix, que traz um grande acúmulo de desajustes e de melancolia; o filme se trata de um homem totalmente desconectado do mundo, que o tempo todo se esforçava demais para imitar e para viver uma falsa alegria. Alegria essa que o palhaço transmitia de forma pouco convincente, para o que seria uma pessoa considerada “normal”.

Arthur Flack, carinhosamente chamado em alguns momentos de Feliz por sua mãe; era tudo, menos feliz de verdade. O personagem é um cara tão machucado que sua gargalhada é realmente involuntária, uma condição psicologicamente doentia do tipo “Tourette”, que o aflige em momentos emocionais muito fortes e o faz rir sem controle algum.

Surpreendentemente o vilão desse filme não é o típico vilão esperado de filmes de super-heroi, ele mora com a mãe, uma idosa que possui limitações, (interpretada por Frances Canroy), em um apartamento sujo e com alguns visitantes indesejados (ratos) e tão abandonado a margem da sociedade que não havia outra solução sem ser vilão. o protagonista no filme é extremamente magro, pálido e o mais assombro é que sempre sua pele fica marcada quando esticada sobre os ossos de sua coluna e marcando sua caixa torácica, é completamente diferente dos outros Coringas que já vimos, pois a atuação que Phoenix dá ao personagem, carrega um tom mais doentio, mais lunático e até um pouco infantil.

O filme se passa 1981, na famosa cidade do nosso cavaleiro das trevas, Gotham City, que como se sabe é fortemente inspirada em Nova York. O filme se marca também pelas danças do personagem pela cidade, pela sua casa, seu banheiro, na escada ou atrás da cortina de um show, sempre levantando braços e pernas e se balançando ao som de uma ópera que somente se reproduz em sua cabeça.

Tentando ser um comediante de stand-up, e não conseguindo por conta da sua doença mental bem incapacitante (mesmo medicado), como esse homem se tornará o chefe criminoso capaz de governar os bandidos de Gotham City que já conhecemos? O filme responde essa pergunta, mostrando enfaticamente seu processo perturbador e mais interessante ainda, como sua história se liga ao adversário morcego de forma bem diferente do apresentado anteriormente, de maneira surpreendente e nada esperada pelo público.

Se você espera um fracasso DC como vem sendo feito no decorrer do tempo (menos em Aquaman na minha modesta opinião), em Coringa você pode esperar se surpreender muito. Esse filme supera as expectativas no quesito de apresentar uma história de alguém que é figuradamente feito para nós fazer rir, mas sentamos no cinema para dar risadas e ver sangue e o que acontece é que o filme nos faz pensar profundamente sobre a vida de forma geral.

Aqui vemos o homem que se obrigava a sorrir para agradar a mãe, que gargalhava por causa de uma doença psicológica, que era humilhado, espancado, e se liberta desse contexto de uma forma brutal e sangrenta, mas que nos liberta da visão de que a violência dele era só por maldade. Nada justifica os assassinatos e a entrada no mundo do crime, mas nos faz pensar que nenhuma solução a mais foi ofertada a ele.

No fim de tudo, o palhaço se torna o homem citado pelo Alfred em Cavaleiro das Trevas, “Alguns homens só querem ver o mundo queimar”, mas o jeito que isso é apresentado é bem diferente do anterior. Tenho certeza que sofremos a tentação de comparar os filmes e as atuações, eu mesmo fiz algumas comparações, mas de todos fico realmente marcado por Heath Ledger e Joaquin Phoenix, são Coringas diferentes, filmes diferentes e atuações diferentes que cumpriram o seu papel em representar o vilão e que realmente captaram a ideia do que é ser o vilão.

Um filme totalmente único, com um desfecho surpreendente, e com um final que é literalmente uma piada jogada na cara de quem está assistindo, por que afinal…

“Por que o mundo cria seus doentes mentais, e depois não sabem lidar com eles?”

Filme extremamente incrível, favoritado ganhador de alguns prêmios no Critic’s Choice Awards e concorrente ao Oscar de Melhor filme e Melhor Ator e mais 9 indicações. Vale a pena assistir e conferir a maestria que foi feita desse filme com o palhaço que não nos faz apenas gargalhar, mas sim pensar.

CORINGA

Diretor: Todd Philips

Elenco: Joaquim Phoenix; Robert De Niro; Zazie Brett; Frances Conroy; Brett Cullen; Shea Whigham; Bill Camp; Douglas Hosges e mais

Ano de lançamento: 2019

Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) trabalha como palhaço para uma agência de talentos e, toda semana, precisa comparecer a uma agente social, devido aos seus conhecidos problemas mentais. Após ser demitido, Fleck reage mal à gozação de três homens em pleno metrô e os mata. Os assassinatos iniciam um movimento popular contra a elite de Gotham City, da qual Thomas Wayne (Brett Cullen) é seu maior representante.

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