Da Morte Ninguém Escapa do autor M. J. Arlidge é o segundo livro da série Helen Grace, podendo ser lido individualmente, publicado em 2018 pela editora Record.

Sobre o Livro

Em Southampton, o corpo sem vida de um homem de meia idade foi encontrado em uma casa velha e abandonada, em um ponto de prostituição. Nota-se que foi um caso de assassinato de grande brutalidade, e não demoram para descobrir que a vítima era um pai de família e um nome importante dentro de sua igreja. O que um homem de bons costumes estaria fazendo naquele bairro?

Ainda, a polícia recebeu um telefonema de uma mulher desesperada por ter recebido um coração na porta da sua casa pertencente à vítima, que logo descobre-se ser marido da destinatária. A mesma está disposta a atrapalhar o trabalho dos policiais por não conseguir aceitar o fato que seu companheiro de anos, um homem de respeito, estaria em um bairro tão pecaminoso. 

A detetive-inspetora Helen Grace irá assumir esse caso e tentar descobrir quem é esse assassino cruel. Seus instintos dizem que esse não será o único crime e ela se mostra certa quando outros homens começam aparecer mortos com uma característica em comum, que mostra como o assassino escolhe suas vítimas e seu modus operandi: todos são homens casados com interesse em prostituição e todos tiveram o coração arrancado do peito.

“Aquela caixa ofensiva fora deixada sozinha. A tampa escorregou indolentemente até revelar a legenda ‘maldade’, escrita em carmesim no verso. Era a apresentação perfeita para o conteúdo tenebroso da caixa. Dentro dela, num ninho de jornais sujos, jazia um coração humano.”

Em paralelo, teremos um caso secundário onde uma prostituta foi assassinada. A responsável por essa investigação é Charlie, uma policial que foi a principal parceira de Helen em seu último caso, o qual causou a afastamento temporário de ambas anteriormente. Porém, esse assassinato não terá tanto destaque na obra, apenas servindo de uma maneira de ligar Charlie à investigação do brutal serial killer que Helen Grace precisa pegar.


Minha Opinião

O livro possui uma edição bem trabalhada, possuindo uma arte em sua capa que combina muito com a trama da obra. Composto por parágrafos curtos e com uma fonte grande que ajudam o livro fluir mais rapidamente.

A narrativa do autor é bem leve, fluindo bem e facilitando a leitura para quem não está acostumado com o gênero, trazendo assim uma obra legal para quem quiser conhecer livros policiais e não sabe lidar bem com histórias carregadas de cenas pesadas. O modo como o autor desenvolveu os crimes e a investigação é comum, porém manteve minha curiosidade e fez com que o livro e não fosse arrastado ou maçante.

Contudo, Helen Grace é uma das detetives que mais me desagradaram em livros policiais. Ela é uma mulher impulsiva e muito estressada, tratando seus companheiros de trabalho e familiares em luto com irritabilidade e grosseria, sem a capacidade de controlar seus “nervos”, assim gerando problemas de relacionamento com muitas pessoas.

Ela demonstrou  não saber conduzir uma investigação de assassinato por ser irresponsável com algumas informações confidenciais e levar a sua intuição a frente de tudo. Ela traçou um perfil do assassino com informações, como sexo e profissão, baseado em suposições, e ao conversar e interrogar as famílias das vítimas, releva esse perfil de opinião pessoal dela sem ter conversado com sua equipe anteriormente.

“Não importa o que já se tenha presenciado na vida, ninguém nunca se habitua à violência.”

É totalmente natural que um caso de investigação de assassinato ande um pouco mais devagar do que o esperado, mas a superior de Helen, Harwood, ameaçava-a tirar do caso por conta do atraso na investigação. Durante a leitura ficou claro o quanto as duas tinham desentendimentos, e o ódio entre elas não era algo escasso. Sendo assim inevitável perceber que Harwood queria tirar Helen sua posição no caso apenas por sua má relação com ela e arrumou o primeiro motivo que encontrou. 

Para mim o detetive principal ter problemas em manter sua posição na investigação é um clichê no gênero, mas que causa uma certa emoção e adrenalina no livro. Eu gosto muito quando eles ocorrem por motivos coerentes e uma simples demora no decorrer da investigação não me parece um motivo passível de tal punição. Levando em conta a personalidade da detetive-inspetora e, para mim, sua irresponsabilidade na condução da busca pelo assassino, Harwood possuía motivos coerentes para querer tomar tal atitude, sem precisar partir para algo tão banal. Porém ela também não estava sendo muito justa em querer prejudicar Helen por seus motivos pessoais.

Um aspecto que deixou a desejar por falta de explicação foi o fato de muitas vezes alguns personagens — principalmente os policias — terem dados importantes e não ser mostrado ao leitor qual era a fonte ou de onde veio tais conhecimentos como endereços e informações pessoais de algumas pessoas. 

Um ponto que gostei muito no livro foi o fato do assassino ter seus capítulos, onde mostrava o mesmo agindo. Isso dá ao leitor uma vantagem que os policias não têm e causa um maior aprofundamento do criminoso.

A maioria dos nomes dos personagens são comuns no Brasil, e achei uma curiosidade bem divertida, sendo o livro internacional. Entretanto, algo que me deixou um pouco confusa em relação a isso foi o autor ter usado alguns sobrenomes parecidos, fazendo com que eu trocasse os personagens de vez em quando.

Gostei muito do plot twist na história e do modo como é feita a descoberta do responsável pelos assassinatos, mesmo que isso não tenha sido entregue de uma forma que me deixasse boquiaberta ou surpresa. O final em si teve vários pontos positivos e que me agradaram, com exceção de apenas um. No entanto eu não detestei essa questão, foi apenas algo que não me surpreendeu como poderia, trazendo uma finalização cabível.

A trama do livro é muito boa e me agradou bastante, sendo um dos pontos mais atrativos e positivos da obra, havendo um bom desenvolvimento de um modo geral. É um história que pode agradar a muitas pessoas e boa para passar algumas horas. Recomendo para aqueles que gostam de livros policiais e com assassinos em série. Uma leitura que, para mim, foi agradável apenas possuindo algumas ressalvas.

DA MORTE NINGUÉM ESCAPA

Autor: M. J. Arlidge

Tradução: Claudia Costa Guimarães

Editora: Record

Ano de publicação: 2018

Um serial killer mata homens e arranca seus corações. Um novo caso para a detetive Helen Grace O corpo de um homem de meia-idade é encontrado em uma casa vazia em Southampton. Ele é apenas uma vítima, porém, pelas características do assassinato, a detetive-inspetora Helen Grace sabe que não vai ser a única. Mas o que um homem casado, com filhos e que teve uma vida feliz estaria fazendo tão longe de casa no meio da noite? Helen tem mais um importante caso nas mãos. Corpos masculinos estão sendo encontrados pela cidade e todos têm uma característica em comum: tiveram o coração arrancado. Não há dúvidas de que um novo serial killer está por trás desses assassinatos, e Helen precisa usar todo o arsenal da polícia para evitar que ele faça outras vítimas. A detetive consegue sentir a raiva por trás das mortes, mas não é capaz de prever o quão instável é o assassino… nem o que a aguarda ao fim da caçada.

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