Daisy Jones and the six é uma obra da autora Taylor Jenkins Reid, publicado pela Editora Paralela em 2019.
Sobre o livro
Uma banda, The Six, ganha uma notória fama nos anos 70. O sucesso estrondoso das composições originais já ganha destaque na mídia e faz com que os fãs só falem disso. Do outro lado da cidade, Daisy Jones é uma garota de uma beleza estonteante e com uma voz madura, pronta para alcançar toda a fama e sucesso.
Os produtores resolvem juntar esses dois elementos, os The Six e a Daisy Jones. O resultado não poderia ter sido melhor. Nasce então: Daisy Jones and The Six, garantindo a estabilidade nas paradas musicais e fazendo turnês por todo os Estados Unidos. Mas, após um dos maiores shows já feito pela banda, anunciam sua separação. Daisy Jones and The Six não existe mais.
Anos depois, com um trabalho minucioso, uma repórter vai atrás dessa história. Ela quer juntar os pedaços e entender o motivo que levou a banda mais comentada dos anos 70 ter sido desfeita do dia para a noite.
Minha opinião
Meu primeiro contato com a escrita da autora foi com Os Sete Maridos de Evelyn Hugo, e ficou como um dos melhores que li no ano de 2019. Minhas expectativas para ler Daisy Jones and The Six eram altíssimas, e acredito que o resultado final foi ótimo.
Daisy Jones é uma garota única. Dona de uma beleza espetacular, a menina chama atenção por onde passa. Inteligente no colégio e com o dom inato do canto, Daisy se mostra alguém determinada, e até mesmo impulsiva em muitos momentos. Mas, por trás de toda sua fachada, existe uma menina desamparada. Filha de pais riquíssimos, mas nem um pouco presentes, a garota é extremamente solitária, aprendeu desde cedo que não pode contar com sua própria família, e com 13 anos já vive em outra casa.
“Mas não tinha ninguém. Nem irmãos, nem familiares próximos em Los Angeles. Com pais tão fechados em seu próprio mundinho que ignoravam sua existência.”
Em nenhum momento do livro percebemos a tentativa de aproximação dos pais. Eles simplesmente estão ocupados demais vivendo suas vidas para tentar conversar com a menina. Logo cedo, Daisy conhece o mundo da música, e seu talento é notável, mas inserida nesse mundo a garota também descobre como curar suas feridas com o abuso de álcool e drogas.
“Ela não passava de uma menina desesperada para criar vínculos com as pessoas. Só que não tinha ninguém na vida dela interessado em saber quem Daisy era de fato, muito menos seus pais. E isso acabou com ela. Por outro lado, também foi assim que ela virou um ícone.”
Conhecemos também Billy e Graham, dois irmãos que se dedicam à musica desde muito cedo. Com um histórico de ressentimento pelo pai, que os abandonou muito cedo, os meninos procuram a todo momento – principalmente Billy- uma referência paterna em figuras como produtores, professores, etc. Eles têm um talento para música, seja tocando instrumentos, compondo ou cantando.
Então, os caminhos os levam até Karen, Warren, Ed e Pete. Forma-se então os The Six, uma banda promissora, e que com o árduo trabalho dos membros, começa a ganhar intensa notoriedade no meio musical. E com o passar do tempo, os produtores da banda decidem incluir Daisy Jones no meio disso tudo.
A leitura foi uma das maiores experiências literárias que já tive. Taylor Jenkins-Reid foi primorosa e autêntica na forma com que resolveu contar essa história. A autora optou por elaborar um livro sem narrador, baseado exclusivamente em diálogos, como uma entrevista, uma história oral da banda.
Acompanhamos desde o surgimento, a personalidade de cada um, as intrigas, os amores, o uso de álcool e drogas, até o fim derradeiro da banda. O formato como se fosse um documentário foi uma experiência sensacional, onde a narrativa foi feita por falas – dos membros da banda, dos produtores, dos fotógrafos, e até mesmo das esposas-, montando um quebra cabeças para o leitor, fazendo recortes da linha temporal dos acontecimentos.
Percebe-se também que a autora privilegiou o leitor com esse tipo de construção de narrativa, porque ela permite que, como é um formato de entrevista (vale lembrar que eles não estão juntos no momento que relatam os acontecimentos) cada um tem seu ponto de vista a partir das histórias vividas pela banda.
Ressalto aqui que o livro fala muito sobre álcool e o uso de substâncias ilícitas, e acredito que leitores sensíveis devem ter certa precaução.
Por ser um livro tão abrangente, acho que a experiência do leitor se jogar nessa história sem saber tantos detalhes é única e deve ser preservada. Então optei por não falar muito mais do que isso. Daisy Jones and The Six é um livro que fala sobre vidas, perdas, sucesso e escolhas que os personagem fizeram durante sua trajetória de estrelato.
Mais uma vez a autora me envolveu na sua história, de mesmo na metade do livro o ritmo tenha desacelerado um pouco, acredito que isso foi pensado de uma forma estratégica, uma vez que ela tentou mostrar o quão real a vida dos integrantes da banda era, apresentando até mesmo os momentos de estabilidade.
Daisy Jones and The six é um livro que merece ser apreciado, vivido e aplaudido por sua originalidade na construção da história.
DAISY JONES AND THE SIX:UMA HISTÓRIA DE AMOR E MÚSICA
Autor: Taylor Jenkins Reid
Tradução: Alexandre Boide
Editora: Paralela
Ano de publicação: 2019
Todo mundo conhece Daisy Jones & The Six. Nos anos setenta, dominavam as paradas de sucesso, faziam shows para plateias lotadas e conquistavam milhões de fãs. Eram a voz de uma geração, e Daisy, a inspiração de toda garota descolada. Mas no dia 12 de julho de 1979, no último show da turnê Aurora, eles se separaram. E ninguém nunca soube por quê. Até agora. Esta é história de uma menina de Los Angeles que sonhava em ser uma estrela do rock e de uma banda que também almejava seu lugar ao sol. E de tudo o que aconteceu ― o sexo, as drogas, os conflitos e os dramas ― quando um produtor apostou (certo!) que juntos poderiam se tornar lendas da música. Neste romance inesquecível narrado a partir de entrevistas, Taylor Jenkins Reid reconstitui a trajetória de uma banda fictícia com a intensidade presente nos melhores backstages do rock’n’roll.
