Deixada Para Trás é um livro de Charlie Donlea, mesmo autor de “A Garota do Lago”, publicado em 2017 pela Faro Editorial.

Sobre o Livro

Nicole Cutty e Megan McDonald, duas alunas de ensino médio que frequentam a mesma escola, desapareceram e as buscas da polícia parecem não chegar a nenhum lugar. Algum tempo depois, Megan McDonald é encontrada na estrada por um senhor e levada para casa após fugir de um bunker no fundo de uma floresta.

Um ano depois, o livro que Megan escreveu sobre seu sequestro, junto com seu psiquiatra, é um best-seller e todos estão encantados com sua história de fuga e superação. Entretanto, o livro não inclui um detalhe, o qual ninguém parece se importar: Nicole continua desaparecida.

“Fugir de algo implantado na memória era como tentar passar por um espelho sem ver o reflexo.”

Lívia, irmã de Nicole, é uma perita forense e deseja que sua irmã seja encontrada, mesmo que isso signifique ser responsável pela perícia do corpo. Ao invés disso, o que aparece em sua mesa é o corpo de um jovem ligado ao passado de Nicole, e sua morte, a qual é suspeita, leva Lívia remexer nos fatos do desaparecimento da irmã em busca de respostas.

Com a ajuda de Megan, juntas começam a desconfiar que alguns casos de outras garotas desaparecidas tenham relação com o de Nicole e Megan. Aos poucos, fragmentos da memória de Megan vão retornando a sua consciência, levando-as em direção a respostas que talvez possam ser piores do que a dúvida.


Minha Opinião

O livro é narrado a partir de duas perspectivas de tempo. Presente, um ano após o desaparecimento, onde acompanhamos Lívia e Megan em busca de respostas do que aconteceu e passado, onde conhecemos um pouco mais sobre Nicole e sua relação com Megan.

Nicole não é a mocinha do livro, e ao acompanhar alguns acontecimentos de sua vida antes do sequestro, isso fica bem claro. Ela é adolescente e age como tal. Entretanto, a escrita adulta do autor não faz com que os dilemas dela e de outros personagens sejam bobos e irritantes, como algumas pessoas sentem ao lerem livros protagonizados por jovens em idade escolar. Vale lembrar que esse não é um livro jovem adulto.

Apesar do fato do livro ser intercalado entre dois tempos diferentes, a história não fica confusa. As páginas que relatam o passado são em tons de cinza, ficando bem visual o tempo que se está sendo lido. O presente, de início, me prendeu mais a atenção, entretanto os trechos do passado não foram nem de longe chatos e os mesmos são de extrema importância para o desenrolar dos fatos e para resolução fazer sentido, afinal tudo está ligado. E, com o passar da história, me vi totalmente imersa na leitura, ambos os tempos se tornaram igualmente interessantes, tornando o livro viciante.

Nenhum personagem é perfeito, todos tem seu lado bom e ruim, cometem acertos e erros, e isso os deixa mais reais, mais palpáveis. Razão pela qual a história se torna ainda mais impactante.

“Continue fazendo tudo o que todo o mundo quer, e um dia você vai acordar e se dar conta de que sua vida passou e você não fez nada do que gostaria de ter feito.”

Outro ponto ao qual ler esse livro traz satisfação é tudo estar fechado e bem amarrado. Houve algo em especial que me fez desconfiar de um personagem, e mesmo sendo algo que talvez nem fosse tão relevante, era algo que para mim precisava ser explicado. E foi, de uma forma bem simples, mas totalmente plausível, o que fez eu me sentir ainda mais enganada. Desse modo, todos os pontos, dúvidas e questões abertas durante a história são esclarecidos e explicados até seu final, inclusive os pequenos detalhes.

Durante a leitura, em diversos momentos, é possível pensar que o livro parece previsível, para chegar ao final e concluir que a história poderia ser tudo, menos óbvia. Charlie Donlea usa de técnicas para o leitor desconfiar de inúmeras pessoas e assim desviar a atenção de quem é realmente o culpado. Reparei esse detalhe em outros livros do autor, e mesmo assim eu sempre caio na dele, fazendo papel de trouxa, o que, nesses casos, é uma sensação ótima.

Sendo assim, o plot twist do livro é totalmente inesperado, surpreendente e, arrisco dizer, um dos melhores que já li. Ao final da leitura, o que melhor define o que eu estava sentindo era êxtase. Eu estava extasiada por ter realizado a leitura de um dos melhores livros de suspense dos quais já li, ter encontrado uma reviravolta impressionante e uma história arrebatadora. Charlie Donlea entrou para a lista de meus autores favoritos, e falo isso sem pensar duas vezes.

Por isso, recomendo esse livro para pessoas que gostam de histórias de suspenses, investigação, e para aqueles que querem conhecer ou experimentar um pouco mais o gênero.

Também quero mencionar que se você leu A Garota do Lago do autor e gostou, redobro a recomendação. Porque eu havia achado esse livro perfeito, mas Deixada Para Trás conseguiu superá-lo.

DEIXADA PARA TRÁS

Autor: Charlie Donlea

Tradução: Carlos Szlak

Editora: Faro Editorial

Ano de publicação: 2017

Nicole e Megan são alunas do último ano da high school de Emerson Bay, uma cidadezinha na Carolina do Norte. Certa noite de verão, elas desaparecem de uma festa à beira do lago. A polícia realiza uma busca intensa, mas não encontra nenhuma pista. Quando já haviam perdido as esperanças de encontrá-las com vida, Megan aparece, milagrosamente, ao conseguir escapar do cativeiro escondido nas profundezas da mata. Um ano depois, Megan lança um livro contando o seu martírio naquelas duas semanas, e, imediatamente, ele se torna um best-seller e a converte de uma heroína local em celebridade nacional. Trata-se de um relato triunfante e inspirador, exceto por um detalhe inconveniente: Nicole continua desaparecida. Livia, irmã mais velha de Nicole, aluna de patologia forense, espera que um dia, em breve, o corpo de Nicole seja encontrado, e caberá a alguém como ela analisar a evidência e determinar finalmente a causa da morte de sua irmã. Em vez disso, a primeira pista do desaparecimento de Nicole surge de outro corpo que chega ao necrotério onde ela trabalha. É de alguém ligado ao passado de Nicole. Então, Livia entra em contato com Megan para contar a descoberta, e pedir mais detalhes da noite em que as duas foram sequestradas. Como outras garotas também desapareceram, Livia começa a acreditar que existe uma forte ligação entre todos aqueles casos. No entanto, Megan sabe mais do que revelou em seu livro. Lampejos de memória surgem, apontando para algo mais sombrio e monstruoso do que o descrito em suas arrepiantes memórias. Quanto mais ela e Livia se aprofundam, mais se dão conta de que, às vezes, o terror verdadeiro está em encontrar exatamente o que estávamos procurando.

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