Depois Daquela Montanha é um livro do autor Charles Martin. A publicação é de 2016 pela editora Arqueiro, com nova capa em 2017 para promover o filme.

Sobre o Livro

Ben Payne é um médico ortopedista que depois de uma viagem para participar de um congresso, estava retornando para casa. Porém o aeroporto lotado já dava indícios de que o mau tempo seria responsável pelo cancelamento de diversos voos, o de Ben inclusive. Mas ele não podia esperar, precisava voltar para seus pacientes, para sua família. Sentada de frente para ele no saguão lotado, estava Ashley. Jornalista, com um olhar aguçado e também cheia de motivos para retornar para casa – afinal, no dia seguinte seria o ensaio para seu casamento. É por este motivo que ela concorda com a proposta inusitada de Ben. O desconhecido acredita que fretar um pequeno avião é uma ótima ideia, pois desta forma ambos poderiam chegar em seus destinos em tempo de honrar seus compromissos. Por que não, certo?

Eles decolam, na companhia de um piloto simpático e de um cachorro baixinho. O mau tempo ali não foi problema algum, mas o coração… Ah, o coração. Resolve parar nos momentos mais inusitados. Antes de infartar o piloto consegue, agindo de maneira muito heroica, pousar o avião no topo de uma montanha. Mas um pouso de emergência assim nem sempre é livre de riscos, e Ben percebe que, embora vivo, se encontra em um lugar inóspito. O piloto, morto. Ashley, não está por perto. E agora? Utilizando seu conhecimento profissional e sua vontade de continuar vivo, Ben trava uma batalha contra a montanha congelada, contra a neve, contra a dor e a fome. Além disso, precisa cuidar de Ashley, que encontra depois muito machucada, e do cachorro, bem assustado e faminto.

“Quando o pior é uma possibilidade, é bom mantê-lo em perspectiva. Sem que a gente se esconda dele. E, se e quando acontecer, é melhor ter pensado nele de antemão. Desse jeito, a pessoa não é esmigalhada quando o pior se torna realidade.”

Em uma luta contra o tempo, os protagonistas buscam maneiras para sobreviver enquanto procuram ajuda. Mas pernas machucadas e costelas quebradas não deixam a situação mais fácil, então eles precisam usar todas as ferramentas disponíveis para lidar com a tragédia e permanecer vivos. Mesmo que essas ferramentas se resumam a força de vontade, fé e bom humor. Mas será que apenas isso os manterá a salvo?


Minha Opinião

Sem fôlego. Foi assim que me senti durante essa leitura.  Após o prelúdio a história começa despretensiosa, com dois desconhecidos que resolvem voltar para casa em um voo fretado durante uma tempestade que parou o aeroporto em que estavam. Ben era mais reservado, prático e objetivo, sem dúvidas características conquistadas ao trabalhar como ortopedista especialista em traumas. Ashley se mostrava observadora, cheia de perguntas e muito irônica; sem dúvidas ser uma jornalista também influenciava no seu jeito questionador. Assim como Ben ela precisava voltar para casa, estava com o casamento marcado e não via a hora de enfim dizer Sim para o homem de sua vida.

Eles conhecem Grover, o piloto que topa pilotar mesmo em condições adversas. É interessante saber mais sobre este personagem, que tem papel fundamental na história e que, mesmo após morrer, de certa maneira, influencia e permanece presente na narrativa. A história começa tranquila dando amostras da personalidade de todos os personagens para que depois o leitor perceba o quanto essas características podem ser o diferencial entre a vida e a morte. Após o acidente a narrativa se transforma, e a partir deste ponto fica cheia de tensão e angústia.

O fato de Ben ser médico vem bem a calhar, então logo de cara ele já sabe o que ele tem. O que Ashley tem. A questão é que a 3.500 metros de altura não há muito o que fazer sobre isso, então ele improvisa. É curioso ver as soluções que ele encontra para lidar com os problemas que surgem. É mais curioso ainda ver o quanto Ashley e seu senso de humor conseguem amenizar um pouco o drama da situação, porque ela é o tipo de personagem que costuma fazer piada e rir dos próprios problemas. Sem dúvida um recurso psicológico para ajudar a lidar com a dor, tanto física quanto emocional.

“Talvez juntar os pedaços seja contínuo. Talvez a cola demore a secar. Talvez os ossos demorem a se consolidar. Talvez seja bom o fato de a criatura confusa que sou, ainda estar em desenvolvimento. Talvez a caminhada seja longa e árdua para sair do local do desastre. Talvez a distancia seja diferente para cada um de nós. Talvez o amor seja maior que a minha confusão.”

A questão emocional é algo muito presente durante toda a narrativa. O relacionamento de Ben com a esposa, para quem ele grava áudios com regularidade, mas de quem não costuma falar muito. A relação entre os protagonistas, dois completos estranhos, mas que passam a ver o pior e mais degradante lado um do outro. Mas o mais bonito também. Isso porque, mesmo nessa situação toda, o humor está sempre presente. A fé é outro ponto constante: fé um no outro e na sua capacidade de sobreviver, fé em um ser superior, porque sem dúvidas a situação poderia ser muito pior; e fé na vida, que merece ser vivida e é isso que os instiga a tentar sair dali.

“Esperar por alguém faz isso . Transforma minutos em horas, horas em dias e dias em vidas.”

Depois Daquela Montanha é um livro incrível, mas que pode assustar quem não está acostumado ou não gosta de narrativas que se passem – em sua maior parte – em um único cenário. O ritmo é em boa parte lento, mas não poderia ser diferente se levarmos em consideração a situação dos protagonistas. A história contada sob o ponto de vista de Ben, mescla passado e presente, e se divide entre o que está acontecendo e suas reflexões que vão para o gravador. Todas as partes fazem sentindo, embora por algum tempo não pareça, então não aconselho ‘pular’ ou ‘fazer leitura dinâmica’ aqui. Sem dúvidas este é um livro que precisa ser lido, principalmente se o leitor está em busca de algo engraçado, sensível, angustiante e surpreendente.

DEPOIS DAQUELA MONTANHA

Autor: Charles Martin

Editora: Arqueiro

Ano de publicação: 2016

O Dr. Ben Payne acordou na neve. Flocos sobre os cílios. Vento cortante na pele. Dor aguda nas costelas toda vez que respirava fundo. Teve flashes do que havia acontecido. Luzes piscavam no painel do avião. Ele estava conversando com o piloto. O piloto. Ataque cardíaco, sem dúvida.
Mas havia uma mulher também – Ashley, ele se lembra. Encontrou-a. Ombro deslocado. Perna quebrada.
Agora eles estão sozinhos, isolados a quase 3.500 metros de altitude, numa extensa área de floresta coberta por quilômetros de neve. Como sair dali e, ainda mais complicado, como tirar Ashley daquele lugar sem agravar seu estado? À medida que os dias passam, porém, vai ficando claro que, se Ben cuida das feridas físicas de Ashley, é ela quem revigora o coração dele. Cada vez mais um se torna o grande apoio e a maior motivação do outro. E, se há dúvidas de que possam sobreviver, uma certeza eles têm: nada jamais será igual em suas vidas.
Publicado em mais de dez países, Depois Daquela Montanha chegará às telas de cinema em 2017, com Kate Winslet (de Titanic) e Idris Elba (de Mandela) escalados para os papéis principais de uma história que vai reafirmar sua crença na vida e no poder do amor.

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