Créditos: http://www.sarafratini.com/

Hoje é o Dia Internacional da Mulher e, por muito tempo, essa foi uma data para parabenizar as pessoas do sexo feminino esquecendo completamente a verdadeira bandeira por trás. Felizmente (ou infelizmente para alguns), já estamos vivendo um tempo diferente, onde mesmo que não tenhamos alcançado completamente a igualdade de direitos, lutamos constantemente por isso e damos mais atenção ao valor de certas datas. O que devemos fazer hoje não é parabenizar com um vazio cumprimento, mas celebrar as pequenas vitórias e a luta constante.

Para isso, montamos por aqui uma lista não só de livros escritos por mulheres, mas de autoras que usaram suas histórias para nos apresentar personagens fortes e marcantes. No vídeo eu conto pra vocês quais são as minhas indicações e abaixo você pode conferir as dos outros colaboradores aqui do Resenhando Sonhos.


INDICAÇÕES DA ANA LUIZA

Vulgo Grace – Margaret Atwood

Escrito por Margareth Atwood o livro traz uma personagem não convencional e extremamente forte. Além de a autora ter atribuído à sua protagonista uma importância e imponência normalmente atribuída a personagens masculinos, como a inteligência e a perspicácia, Grace retrata a mulher como um ser corajoso, dono de si e capaz de realizar grandes feitos (bons ou ruins) sem esperar que alguém a aprove e jamais permitir que lhe digam o que fazer ou pensar.

Sillas Marner, o tecelão de Raveloe – George Eliot

Escrito sob um pseudônimo masculino em uma época onde livros escritos por mulheres sequer chegavam a ser publicados, a obra por si só revela a coragem de uma mulher ao perseguir seus sonhos. Quanto à joia do livro, Dolly Winthrop é retratada através da figura convencional das mulheres de seu século mas que por seus pensamentos, estava bem à frente de seu tempo. Esbanjando autoridade, astúcia e sem papas na língua ela é capaz de convencer a todos que detém o poder sobre sua casa, sua família e ainda consegue tempo para reflexões inteligentes, a leitura e cuidar de seus próprios interesses.


INDICAÇÕES DA GEÓRGEA

Onde Cantam os Pássaros – Evie Wyld

Jake White é uma velha senhora que mora sozinha em uma fazenda onde cuida das suas ovelhas. De tempos em tempos alguma ovelha some de maneira inexplicável e ela também precisa lidar com os habitantes da cidade que são muito curiosos quando o assunto é sobre o seu passado.Uma mulher que não tem nada de frágil, que transmite uma força tanto fisicamente quanto psicologicamente e que lida com a solidão de maneira única. Conforme avançamos na narrativa, descobrimos como ela foi ficando tão forte, quais adversidades fizeram dela uma rocha, uma sobrevivente. Uma mulher com um passado triste, mas que serviu para moldar todo o seu caráter.

 Tem Alguém aí? – Marian Keyes

Quem me conhece pensa que eu não sou das mais fãs do gênero “Chick lit”. Mas a autora Marian Keyes me acompanha desde a adolescência e já li TODOS os seus livros. Esse é o meu preferido e que mais me fez refletir. Nele conheceremos a irmã Anna Walsh, depois de acompanharmos algumas aparições dela nos outros livros das irmãs, eu já tinha uma opinião formada sobre ela. Aqui percebi o quanto estava enganada. Uma personagem completamente sensível e com um coração gigante, que passa por dificuldades e um grande trauma, mas não desiste diante deles. Ela reúne forças para enfrentar seus medos e infortúnios. Ela que parece tão frágil e desequilibrada, acaba por nos mostrar o vigor que esconde dentro de si. Esse livro tem um final surpreendente e uma personagem que serve de exemplo para todas nós!


INDICAÇÕES DA KRISNA

Mulheres que correm com os lobos – Clarissa Pinkola Estés

Este é um livro sobre mulheres, mas, principalmente, sobre a compreensão do feminino. Através da contação de histórias que nos são  de certa forma comuns ( O patinho feio e sapatinhos vermelhos, por exemplo), a autora e psicanalista Clarissa Estés propõe uma reflexão acerca do processo de transformação do sagrado feminino, com mudanças impostas por uma sociedade que oprime e modifica aquilo que temos de mais essencial; para em seguida nos guiar rumo a uma ressignificação da nossa essência e um resgate da nossa força. Um livro que indico para todas as mulheres, para ler com calma e levar o tempo necessário para digerir o conteúdo das páginas.

As Boas Mulheres da Chin -Xinran

Através do olhar e da voz da jornalista Xinran, diversas mulheres numa China opressora puderam contar suas histórias. Utilizando seu programa de rádio, ela corajosamente desvelou sofrimentos, humilhações violências que marcaram a vida de muitas mulheres, a dela inclusive. Que marcam até hoje. Um livro que serve como um tapa na cara de quem lê e uma dose extra de empatia, resistência e subversão, características que nos são necessárias para que levantemos a cabeça e sigamos em frente.

Não Conte Para a Mamãe – Toni Maguire 

Este é um livro forte, que não indico com frequência. Fala sobre abuso, de diversos tipos, e mostra a história real de uma família que se tornou algoz de uma garotinha. Conta a história de um pai que deixou marcas profundas em uma criança que só queria ser amada. Conta a história de uma mãe que, por motivos muitas vezes incompreensíveis mas ainda assim muito presentes, resolveu vendar os olhos diante da perda da inocência de uma menininha. Mas, acima de tudo, o livro conta a história de uma criança que viveu um inferno que a acompanhou até a vida adulta, e que ainda assim foi capaz de encontrar a própria voz, a própria luz e a coragem para seguir em frente, apesar de tudo.


INDICAÇÕES DA MAÍRA

A Canção das Águas – Sarah Tolcser

Lançamento de fevereiro da Plataforma 21, é um dos livros jovem adulto que mais me surpreenderam positivamente nos últimos tempos. Protagonizado por Caroline Oresteia, uma jovem e destemida marinheira, a veremos em sua primeira missão solo, a qual tem como objetivo, entre outras coisas, salvar seu pai da cadeia. Acho que o grande diferencial desse livro é que não só Caroline é uma protagonista extremamente poderosa, mas é cercada por personagens femininas incríveis, cada uma a seu modo. Sarah Tolcser, em sua estreia no mundo da ficção, constrói personagens femininas fortes, complexas e profundas, nos mostrando o que tanto sentimos falta em outras obras destinadas ao público jovem.

Lobo por lobo – Ryan Graudin

A duologia  conta a história de Yael, uma jovem judia que, em um mundo paralelo onde Hitler ganhou a Segunda Guerra Mundial, luta com a resistência para assassiná-lo e abrir espaço para um revolução. Há algo sobre ela, no entanto, que faz com que seja possível que ela atinja seu objetivo: vítima de experimentos científicos quando foi presa em um campo de concentração, ela tornou-se capaz de transformar seu rosto e corpo no de qualquer outra pessoa. Chamada de monstro por muitos, Yael, ao longo de toda esta duologia, luta para manter sua humanidade em um mundo que parece ter esquecido o significado dessa palavra e mostra que sua força não está apenas no quão perigosa ela pode ser para os seus inimigos, mas também na sua capacidade de resistir à dura situação a qual foi imposta ainda criança.

Persépolis – Marjane Satrap

Persépolis uma HQ bastante diferente do que estamos acostumados para ver, de uma autora iraniana que, ainda criança, viu sua vida mudar com a revolução islâmica de 1979 e a consequente onda de conservadorismo que tomou conta. Nascida em uma família moderna e bastante privilegiada, Marjane se vê obrigada a seguir preceitos que iam contra toda a sua educação anterior e, até quando acaba sendo enviada para a Europa, na esperança de que uma vida mais livre a aguardasse lá, sente-se perdida, mas nunca deixa de lutar. Durante os pouco mais que 20 anos de sua vida que Satrapi relata nesta obra, acompanhamos seu crescimento e, principalmente, sua luta em encontrar seu lugar no mundo, que não parece estar nem no ocidente, mas também não exatamente no oriente. O que iremos observar nesta HQ é uma personagem que nos mostra que a força está em reconhecer que precisamos abrir nosso espaço quando não o encontramos em parte alguma.

 


INDICAÇÕES DO REINALDO

O Teste – Joelle Charbonneau

Malencia representava uma jovem adolescente em busca por reconhecimento e prestigio em meio à sociedade. Apesar de rolar um romance ao longo dos três livros, seu foco estava o tempo todo em se graduar na Universidade e ser escolhida para ser uma das futuras construtoras da nova sociedade. Não arredava o pé dos desafios, era muito inteligente e observadora, e sabia fazer as escolhas certas nos momentos certos. Não aceitava a manipulação imposta pela Cidade e lutou até o fim para trazer a verdade à tona.

 

Trilogia Firebird – Claudia Gray

Meg era uma jovem estudante de Artes motivada e sempre bem disposta com as pessoas. Admirava os pais por serem cientistas aplicados, mas reconhecia a sua incapacidade de se igualar à eles. Mas lutava com unhas e dentes quando sua família estava em perigo, e fazia qualquer coisa para salvá-los, até mesmo dar a própria vida em troca.  Sabia reconhecer suas falhas e erros, e buscava sempre corrigi-los.


Eu não necessariamente acho que você precise delimitar a sua leitura em busca de autoras mulheres ou personagens assim, mas se essas dicas ajudarem você a preencher a “cota”, olhar o cenário com outros olhos ou buscar mais leituras semelhantes, já está cumprido o papel. Espero que tenham gostado <3

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