É Assim que Acaba é um romance da autora Colleen Hoover. Seu lançamento é de 2018 pela Galera Record.

Sobre o Livro

Lily passou boa parte da sua vida em um lar cheio de problemas, daqueles que deixam cicatrizes que nos acompanham por toda a vida. No meio do inferno ela conheceu Atlas, um jovem que era para ela um porto seguro, e com quem ela dividiu o próprio coração; uma pena que o destino tenha afastado os dois da maneira que fez. Felizmente isso não a impediu de construir a própria vida, com muito esforço, e então alcançar os objetivos aos quais se propôs. Ela estudou, se formou, montou o próprio negócio e levava uma vida feliz, independente das marcas, dores e incertezas que o passado deixou.

“Todos os humanos cometem erros. O que determina o caráter de uma pessoa não são os erros que cometemos. É como nós pegamos esses erros e transformamos em lições em vez de desculpas.”

Em um dia esquisito, no alto de um prédio, ela conhece Ryle. Ele é lindo, divertido, a aceita do jeito que ela é, é um neurocirurgião talentoso e um amante esforçado. É claro, esse acréscimo à sua vida mostra todos os indícios de que veio deixar algo que já era bom, ainda melhor. O fato de Ryle não gostar de se relacionar seriamente com ninguém quase não parece um problema, e eles seguem aproveitando tudo o que um romance arrebatador pode oferecer. Até que Atlas volta… E traz com ele questões do passado que Lily gostaria que tivessem ficado lá para trás.


Minha Opinião

Eu sou fã da Colleen Hoover. Adoro o dom que ela tem de transformar uma coisa comum em algo fascinante. Ela não precisa de subterfúgios ou de superlativos, ela não precisa colocar em seus livros personagens megalomaníacos e de beleza rara para encantar seus leitores e prender sua atenção, pelo contrário. Ela acerta ao desnudar a humanidade e ao nos mostrar que um livro pode, e deve, falar sobre questões que se aproximam mais de uma vida ‘real’, por assim dizer. E é isso que ela faz neste livro.

Lily é uma mulher que, com certeza, se parece com alguém que conhecemos. Ela passou por maus bocados quando era mais jovem, porque seu lar não era exatamente o melhor lugar para se viver. Ela vivenciou coisas e precisou lidar com situações que ao mesmo tempo em que a fizeram sofrer, serviram como uma espécie de motivação para que ela seguisse em frente e fizesse as coisas do próprio jeito. Encontrasse sua felicidade e seus motivos para seguir adiante, porque valia sim a pena continuar vivendo, apesar de tudo. Às vezes a gente faz isso, não é? Utiliza as tristezas como uma espécie de trampolim para mudar nossa vida, para sair daquela zona de conforto ou, como no caso dela, de desconforto.

“Verdades nuas nem sempre são bonitas.”

Quando a gente começa a ler o livro não tem muita ideia desse passado carregado da protagonista. Ele vai se revelando aos poucos, conforme ela lê seus antigos diários e compartilha conosco tudo o que viveu. Concomitante a isso vemos a vida atual dela entrar cada vez mais nos eixos, a medida em que ela alcança sucesso profissional e pessoal. É por isso que ao Conhecermos Ryle, ficamos extremamente felizes por ela. Ele é um cara tão incrível e cheio de potencial, a trata  tão bem e, mesmo com suas particularidades, engrandece de tal maneira a existência de Lily que ficamos até com certa raiva quando seu antigo amor, Atlas, aparece em cena.

A relação que ela teve com ele, quando ainda eram jovens, foi construída através de um sentimento de empatia e reciprocidade que pouco vemos por aí. Era algo puro, capaz de transformar a dor em esperança e elevar um simples sentimento romântico ao patamar de grande amor. Mas ele sumiu, e levou com ele uma parte do coração da protagonista. Então vejam só a situação em que Colleen Hoover nos coloca, ao apresentar dois personagens importantes para a protagonista: ela faz com que a gente se apaixone, que a gente crie expectativas, que a gente comece a imaginar mil e uma coisas para em seguida nos dar um soco forte no estômago. Daqueles que nos faz ficar sem ar. Daqueles que a gente sente a dor ecoar por todo o corpo, o tipo de dor que nos deixa sem chão. E sabem o que acontece depois disso? Ela nos faz ter que escolher lados.

“Evitar que seu coração perdoe alguém que você ama é realmente um inferno de muito mais difícil do que simplesmente perdoar essa pessoa.”

Claro que não é simplesmente tomar partido por um ou outro, isso seria extremamente fácil. Ela nos faz parar para refletir sobre todos os pequenos detalhes apresentados durante a narrativa, de modo que a gente perde a noção do que é certo ou errado. Bom ou ruim. Essa dicotomia, aliás, está presente em boa parte da narrativa. Neste livro, que fala sobre o amor, sobre tristeza e, principalmente, sobre a necessidade de seguir em frente da melhor maneira possível, nós somos convidados a enfrentar nossos maiores medos e vergonhas; e experimentar a partir daí toda a glória que acompanha a palavra paz. Pelo menos comigo foi assim.

É difícil falar sobre este livro sem revelar demais, e fazer isso, com esta história, seria cometer um pecado terrível. É provável que muita gente já saiba do que se trata a narrativa, principalmente porque desde que foi lançado lá fora esta obra vem rendendo muitos comentários, principalmente por ter um toque meio autobiográfico. E isso foi, sem dúvidas, uma das partes que mais mexeu comigo nessa história.

Esse toque extra de realidade que é capaz de transformar um simples romance em um dos melhores livros que a gente já leu na vida. Mesmo assim, não foi um livro fácil de ler, de digerir, isso porque para mim também tem um Q de “eu entendo, já passei por isso”.  Então doeu, machucou, mexeu com sentimentos que eu havia guardado e que vieram à tona conforme eu imaginava as lágrimas de Lily escorrendo. O medo dela se transformou no meu. A dor dela me lembrou da minha.

“Se a vida quer deixar você para baixo, quer saber o que deve fazer? Continue a nadar, continue a nadar…”

Eu sei que muitas pessoas podem não compartilhar da mesma opinião, até porque o gostar ou não de uma história depende de fatores diversos; o momento da leitura é um deles; a subjetividade do leitor é outro. Alguns poderão pensar que É assim que acaba é apenas mais um romance. Outros dirão que o livro romantiza determinadas situações que são ‘inrromanticáveis’, e eu sei que essa palavra não existia, mas acabei de criar. Há ainda pessoas que acreditarão que esta é uma obra que promove reflexão acerca do que é socialmente bem aceito e o que deveria ser imediatamente eliminado da face da terra, e que estende essa discussão para questões que envolvem o que é bom ou mau, o que é bonito ou feio,  até que ponto devemos estender determinada situação porque achamos que somos merecedores dela, ou que não seremos capazes de seguir em frente caso ela chegue ao fim.

Independente da ideia que vocês já façam da história, leiam este livro. Com calma, respeitando o tempo necessário para respirar e para permitir que o coração se acalme. Leiam este livro sem levar em consideração comentários anteriores (a não ser que estejamos falando desta resenha, claro).  E depois de ler, deem uma atenção especial aos agradecimentos, mesmo que não seja um costume que faça parte dos seus hábitos literários. Ali nos agradecimentos muitas coisas fazem sentido. É ali nos agradecimentos que, depois de sofrer tanto durante a narrativa, a gente sente o processo de cura começar a se estabelecer.

É Assim Que Acaba é um livro forte, doído, e que promete tocar até o coração mais gelado. Através do ponto de vista de pessoas muito comuns, daquelas que a gente encontra com facilidade ao nosso redor, a autora fala sobre o amor e sobre tudo aquilo que ele é capaz de construir. Ou de despedaçar.

É ASSIM QUE ACABA)

Autor: Colleen Hoover

Editora: Galera Record

Ano de publicação: 2018

Lily nem sempre teve uma vida fácil, mas isso nunca a impediu de trabalhar arduamente para conquistar a vida tão sonhada. Ela percorreu um longo caminho desde a infância, em uma cidadezinha no Maine: se formou em marketing, mudou para Boston e abriu a própria loja. Então, quando se sente atraída por um lindo neurocirurgião chamado Ryle Kincaid, tudo parece perfeito demais para ser verdade. Ryle é confiante, teimoso, talvez até um pouco arrogante. Ele também é sensível, brilhante e se sente atraído por Lily. Porém, sua grande aversão a relacionamentos é perturbadora. Além de estar sobrecarregada com as questões sobre seu novo relacionamento, Lily não consegue tirar Atlas Corrigan da cabeça — seu primeiro amor e a ligação com o passado que ela deixou para trás. Ele era seu protetor, alguém com quem tinha grande afinidade. Quando Atlas reaparece de repente, tudo que Lily construiu com Ryle fica em risco. Com um livro ousado e extremamente pessoal, Colleen Hoover conta uma história arrasadora, mas também inovadora, que não tem medo de discutir temas como abuso e violência doméstica. Uma narrativa inesquecível sobre um amor que custa caro demais.

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