Eu Sobrevivi Ao Holocausto é da holandesa Nanette Blitz Konig, hoje com 87 anos e sobrevivente do período nazista. O livro foi lançado em 2015 pela editora Universo dos Livros.

Sobre o Livro

Nanette Blitz Konig tinha um vida normal, uma família bem posicionada economicamente e, como tantas outras crianças na década de 30 viu sua vida se transformar em um inferno de uma hora para a outra. Como a primeira medida do nazismo houve o segregamento. Assim, ela e tantas outras crianças judias foram obrigadas a abandonar suas escolas e irem estudar em locais especiais, somente para essa comunidade. Foi no Liceu Judaico que Nanette conheceu Anne Frank e foi nesse período que ela viu a menina ganhar seu famoso diário.

“O que sentir nesse momento, além de medo? Não há outra sensação que eu me recorde de conviver tanto nesse período; o medo havia se tornado o meu melhor amigo.”

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Porém a amizade não durou muito tempo, já que Anne logo desapareceu e Nanette juntamente com sua família foi levada para o primeiro de vários campos de concentração pelos quais passaria. Aos poucos a garota vê sua família sendo despedaçada e conhece a verdadeira crueldade do holocausto, quando o que eram apenas boatos no início da guerra se tornam a realidade do seu dia a dia.

Hoje, aos 87 anos, Nanette vive no Brasil e conta sua história para o mundo, assim como seu reencontro com a garota que foi sua amiga no Liceu e que emocionou tantas pessoas com seu diário e que, no meio de toda aquela tragédia e perdas que Nanette vivia, foi um sopro de vida e esperança. Elas estavam no mesmo campo de concentração, Bergen-Belsen, quando Anne morreu e ela foi uma das últimas amiga a ver a menina viva.

Minha opinião

Eu gosto bastante de ler sobre a temática do holocausto e nazismo. Sempre me emociono com as histórias, assim como cada vez que leio me surpreendo mais com a crueldade humana. Nunca é fácil ler um livro com esses relatos, é um soco no estômago, um choque, mas ao mesmo tempo é bom para nos fazer refletir sobre o que muita gente passou durante aquela época.

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Eu Sobrevivi ao Holocausto possui um dos mais emocionantes prefácios que eu já li, é um daqueles textos que te tocam e enchem os olhos de lágrimas por tudo que aquela pessoa passou, e saber que tudo isso ficou marcado nela pra sempre, não há o que fazer, não há como ajudar a aliviar a dor.

E como ela estava presente, a dor. Só não mais forte que a coragem e a esperança de um povo que contava as horas sempre, como podendo ser as últimas em que estaria vivo ou que estaria com a família e aqueles que amava. Muita gente perdeu tudo e todos e sobreviveu sozinho, por persistência ou sorte. Ninguém sabia como o jogo funcionava ou como os próximos que desapareceriam eram escolhidos, era uma roleta russa, podia ser você ou podia ser a pessoa que dormia ao seu lado. Como é possível lidar com isso?

A história que Nanette conta é um pouco narrada e um pouco refletida. Conforme ela nos conduz pela sua história pessoal de luta e medo, também para pra contar como se sentia e insere os pensamentos que hoje vivem em sua mente como um corte na narrativa. Saber que ela sobreviveu e que teve uma vida depois não diminui em nada os horrores que ela passou, apenas ajuda o leitor a acreditar que há esperança, como vemos todas as pessoas mencionadas no livro acreditarem em algum momento

“Bergen-Belsen  ficaria marcado pela eternidade como ‘O Campo do Horror’.”

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Quando Nanette finalmente foi resgatada, ao fim da guerra, ainda demorou anos para se recuperar, vivendo em um hospital psiquiátrico tentando retomar o controle sobre sua vida e seu corpo. Foi para a Inglaterra morar com parentes e lá conheceu aquele que viria a ser seu futuro marido e com quem ela imigraria para o Brasil nos anos 50 para construir uma nova vida. Foi aqui, em terras tupiniquins, que essa Holandesa acabou por encontrar um pouco de paz e formou uma família, tentando se reinventar depois de tantos horrores que passou.

Nanette sobreviveu, mas jamais esqueceu aquilo que viveu e leva os anos em que esteve enclausurada, com medo, doente e sofrendo, marcados na alma e na memória. Assim, ela escreve para que nós, jovens ou não, mas simplesmente pessoas que não vivenciaram o holocausto, possam também jamais esquecer essa tragédia e batalhar por um mundo onde ela nunca venha a se repetir.

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Como sobreviver a um campo de concentração? Estaria essa sobrevivência condicionada ao acaso do destino? Em um emocionante relato, Nanette Blitz Konig conta a história de um período em que ela e milhões de judeus foram entregues à própria sorte com a mínima chance de sobrevivência. Colega de classe de Anne Frank no colégio, Nanette teve a juventude roubada e perdeu a crença na inocência humana quando esteve diante da morte diversas vezes – situações em que fora colocada em virtude da brutalidade incompreensível dos nazistas. Hoje, aos 86 anos, Nanette vive no Brasil e expõe suas lembranças mais traumáticas aos leitores. As cenas vivenciadas por ela fizeram os mais experientes oficiais de guerra, acostumados a todos os horrores possíveis, chorarem ao tomar conhecimento. Em uma luta diária pela sobrevivência, Nanette deveria suportar o insuportável para manter-se viva. Através de um depoimento ao mesmo tempo sensível e brutal, ela questiona a capacidade de compaixão do ser humano, alertando o mundo sobre a necessidade urgente da tolerância entre os homens.

 

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