Greenwich Park é um livro de suspense, escrito por Katherine Faulkner. Essa obra foi enviada para os assinantes da TAG Inéditos em 2022, com edição exclusiva, e comercializado no mesmo ano para o público pela Editora Record.

Sobre o Livro
Após dois abortos espontâneos, Helen finalmente consegue seguir adiante com sua sonhada gravidez. Tomando todos os cuidados necessários, sua vida vai muito bem e feliz ao lado de seu marido, de seu irmão Rory e de sua cunhada Serena, que também está grávida.
Com 24 semanas de gestação, Helen escreve a si mesma e cunhada para um curso de gravidez. Contudo, o outro casal não aparecem para a primeira aula e nem mesmo seu marido, que precisou ficar até mais tarde no trabalho. Sozinha, ela acaba conhecendo Rachel. Mesmo não se sentindo confortável com a garota, principalmente pela forma que ela trata sua gravidez bebendo e fumando, Helen acaba conversando com ela. Com o passar dos dias, Rachel parece estar em todo lugar que Helen está, e ela simplesmente não consegue evitá-la.
“Eu sei que ele estaria aqui se pudesse, que está arrasado por me deixar na mão. Que essa reunião de última hora foi um simples inconveniente.”
O maior problema é que Helen não conhece quase nada sobre Rachel, que parece estar cada vez mais infiltrada em sua vida, ao ponto de ela não ser capaz de desfazer essa amizade e afastá-la. Quem, afinal, é Rachel e por que ela está em todos os lugares e quer tanto participar da vida de Helen?
Minha Opinião
Por se tratar de um livro que, de certa forma, possui um foco na maternidade, o passar do tempo é contado através das semanas de gestação de Helen que, apesar de algo simples, achei diferente e criativo.
Já o desenrolar da história em si é um tanto mais monótono, no sentido de não haver grandes acontecimentos e reviravoltas, sendo o foco mais voltado para o suspense em si: “o que está acontecendo?”. A autora vai mostrando alguns acontecimentos suspeitos ou pequenos mistérios que de forma isolada não parecem grande coisa, ou algo relevante a ser levado em consideração, mas que constroem um grande todo.
Assim, Katherine Faulkner entrega as pistas e pontos aos poucos, durante todo o desenvolvimento. Por isso, apesar de ser uma história mais parada e também não haver nenhum grande acontecimento que me deixou surpresa, o livro conseguiu manter a minha curiosidade e atenção durante a leitura, sendo fluída e interessante.

Isso também me gerou diversas dúvidas e foi excelente para criar teorias, sempre me perguntando o que estava acontecendo e não conseguindo chegar a lugar nenhum, devido quando alguma informação era entregue na história, não parecer ter nenhuma relação com os fatos já conhecidos. Dessa forma, por tudo o que pontuei, o clima de mistério e tensão se mantém por toda a leitura.
A partir de aproximadamente sessenta por cento do livro, o clima de ansiedade se intensifica porque os capítulos são interrompidos em momentos cruciais, como quando algum personagem vai fazer alguma revelação, e o próximo capítulo está em outro momento. Contudo, quando essa informação é entregue posteriormente, nada é dito ou explicado totalmente. Esse recurso funcionou para mim criando ainda mais tensão para o ápice onde tudo será revelado.
Entretanto, esse momento não foi tão extasiante para mim. Foi uma boa história, mas não há nada inovador. É surpreendente por eu não ter conseguido pensar na resolução, mas não foi algo que me tirou o fôlego, chocou ou outras emoções que livros do gênero são capazes de despertar. Na minha experiência, o desenvolvimento e a forma de contar a história foram melhores que a história em si e apesar de envolvida, saí da leitura sentindo o peso das 400 páginas.

Além disso, o final possui um ponto em aberto, mas não completamente. A autora abriu um ponto que fica pela interpretação do leitor se determinado acontecimento realmente ocorreu, mas eu gostaria que tivesse uma explicação do como.
“Você não está entendendo, respondeu ela. Nem você nem ele. Na verdade, eu não ligo para o dinheiro. Embora ele vá ser útil. Eu quero justiça. Quero que vocês digam a verdade.”
Já a revelação dos acontecimentos, o plot twist, é contado por um personagem e não mostrado na narrativa. Essa questão é quase neutra, mas normalmente pende mais para o negativo do que para o positivo. Não chega a estragar a experiência, mas eu sinto mais o impacto se tivesse sido descrito, até mesmo uma reviravolta no meio de uma cena, mesmo quando se trata de uma frase, sabe? Depende muito do livro também, mas nesse o mostrar no meio da narrativa funcionaria melhor que o contar.
Assim, Greenwich Park se mostrou um livro envolvente cheio de tensão resultado por um bom desenvolvimento e com uma história boa apesar de não ser inovadora ou não ter me causado grandes surpresas. Recomendo o livro para aqueles que gostam de fazer teorias durante a leitura e de suspenses envoltos em mistérios.


GREENWICH PARK
Autor: Katherine Faulkner
Tradução: Marina Vargas
Editora: Record
Ano de publicação: 2022
A vida de Helen é um paraíso. O marido arquiteto é um charme, sua casa é uma obra-prima da arquitetura vitoriana, e o precioso bebê que carrega no ventre está sendo aguardado com muito amor. Até que seu caminhos cruza com Rachel na primeira aula do curso para grávidas. Rachel não parece muito maternal: fuma, bebe e demonstra pouco interesse pela maternidade. Ainda assim, Helen se aproxima da jovem. Quem sabe Rachel só esteja precisando de uma amiga? E, pensando bem, a própria Helen se sente um pouco solitária… Pelo menos Rachel é uma pessoa legal de se ter por perto. Fã Helen rir, é uma ótima ouvinte e a distrai de seus medos e preocupações. O problema foi Helen falar muito e ouvir pouco. Afinal, quem é essa pessoa que vai lentamente se infiltrando de um jeito irremediável na vida de Helen é de sua família?