A Guardiã de Histórias é da autora Victoria Schwab e esse é seu primeiro livro publicado no Brasil. O lançamento é da editora Bertrand e a autora também escreve pelo pseudônimo V. E. Schwab.

Sobre o livro

Mackenzie recebeu a chave do Arquivo de seu avô quando tinha 12 anos, mas já vinha sendo treinada a mais tempo. Desde que ele abriu mão e morreu ela vem conduzindo de forma oculta a sua missão: levar a história das pessoas para o Arquivo.

Nessa fantasia contemporânea há um lugar entre esse Arquivo e o Exterior, que é o Estreito. É pra esse lugar que as histórias que escapam vão e tentam sair para o mundo real ou aguardam ser capturadas novamente.

“Tão lindo que, por um momento, esqueço que as paredes estão cobertas de corpos. Que as estantes e os armários que compõem as paredes, embora adoráveis, guardam Histórias. Em cada gaveta, um suporte de bronze com etiquetas cuidadosamente impressas com um nome e datas. Tão fácil se esquecer disso.”

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O Arquivo é uma grande biblioteca de histórias. Cada pessoa conserva em seu corpo os segredos de sua vida, porém, as vezes, essas histórias acordam. Agora, mais do que nunca, algo de errado está acontecendo. Muito mais histórias estão acordando inesperadamente e Mackenzie está tendo que lidar com uma carga extra de trabalho.

Além disso, há um ano atrás, seu irmão mais novo morreu e isso a abalou muito. Desde então, ela tem tentado encontrar histórias do irmão para não esquecê-lo, mas isso não é permitido no Arquivo e ela não tem acesso ao seu corpo para revisitar sua memória. Pra piorar, ela e sua família se mudaram para um antigo prédio que antes era um hotel e lá, além de toda a bagunça no estreito, os mistérios que o local oculta e um vizinho estranho, ela também terá que lidar com a saudade e a solidão que a coroe.

Minha opinião

A ideia da trama desse livro é sensacional. Imaginem um lugar gigantesco, infinito, onde existem corpos em gavetas, classificados, identificados e em cada um desses corpos está presa a história da vida dessa pessoa. Esse é o Arquivo e nossa protagonista tem a chave dele.

Ela é apenas uma dos muitos guardiões que existem e que ajudam a manter as histórias em seus devidos lugares, patrulhando os estreitos. Porém, no momento atual ela está uma verdadeira bagunça. Ela sempre foi forte e honrou muito a decisão do avô de lhe passar a chave, foi aceita antes da idade e se esforçou para não decepcioná-lo, mas seu irmão morreu. Desde então ela tem buscado memórias para não se esquecer dele, só que ela não pode fazer isso dentro do arquivo, ela não pode ter acesso ao irmão lá, não é pra isso que Guardiões existem.

“Imagine um lugar onde, como livros, os mortos repousam em prateleiras.”

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A mudança de casa e de ares não ajuda muito, pois ela acha que se distancia cada vez mais das coisas que a lembravam dele. Mas ela é forte, pulso firme e muito decidida e, talvez por eu ter captado toda essa vibe dela, não consegui engolir o arco que acontece entre ela e um personagem do livro e que é muito importante para o desfecho da história.

Eu consegui visualizar a personagem muito bem, mas toda vez que ela interagia com esse outro personagem em questão, que é o envolvimento amoroso dela no livro, eu via uma pessoa completamente diferente imergindo. Pra mim, a garota responsável e devota a honra do avô e ao trabalho que herdou não teria aquela postura. Talvez a de investigar e esperar, mas jamais a de se envolver (quem leu entenderá melhor). Dai acabei ficando de pé atrás com a história.

A escrita da Victoria Schwab é super fluída e leve, depois que se entra pra dentro do mundo é difícil sair sem ter terminado de ler e isso vai muito de encontro a tudo que já tinha ouvido falar sobre a autora, que tem um enorme sucesso internacional, e em breve terá outro livro seu de sucesso publicado por aqui. Um tom mais escuro de magia foi lançado sob seu pseudônimo e sairá aqui no Brasil pela Record.

Apesar de eu ter adorado a proposta de história e de o fato dessa biblioteca ser ao mesmo tempo louco e creepy e, claro, uma proposta fantasiosa do que aconteceria conosco, nossa consciência e memórias depois da morte, ao chegar ao fim do livro não fiquei com aquele desespero de seguir acompanhando a série. Acredito que The Archived seja composta por três livros, mas não tenho total certeza.

the-archived_finalcoverAlgo que não posso deixar de mencionar aqui é a capa. Vi muita gente elogiando, mas vou ter que discordar dessa vez, pessoal. A chave tem grande importância na história e acho bacana estar em destaque, mas não sei qual a justificativa para a mudança da capa, especialmente porque a original é tão mais bonita. Não sei como serão as continuações ainda, mas espero que sigam a unidade já que a troca já foi feita. Talvez, se eu não conhecesse a outra não teria implicado tanto, mas já tendo conhecido o livro previamente, quase não reconheci o título por haver tamanha discrepância entre elas.

Mas Tamirez, não é você que não gosta de rostos em capas? De forma sutil assim gosto. E esse ar sombrio da parte de trás que representa os Estreitos, acredito eu, tem tudo a ver com a sensação que sentimos toda vez que ela entra nesse lugar atrás de caçar suas histórias. Essa capa passa tão mais, conta tão mais histórias e dá mais profundidade à trama, enquanto achei a nacional bastante simplista e sem muito apelo. Mas essa sou eu sendo chata, como já é de costume!

The Unbound, segundo volume, ainda não tem data de lançamento por aqui, mas esperamos que tenhamos notícias para o primeiro semestre de 2017.

Tendo dito tudo isso, gostei bastante do meu primeiro contato com a autora, adorei a proposta do livro, mas por vezes achei que Mackenzie não agia conforme a personalidade criada pra ela na história, o que me tirou um pouco da imersão da leitura. Ela parece ser uma personagem bem forte que ainda revelará muitas facetas na continuação dessa série.

Para os fãs de fantasia contemporânea, fica aqui a indicação de livro de uma autora que ainda era inédita entre nós brasileiros, mas que parece estar chegando com força total ;)

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Imagine um lugar onde, como livros, os mortos repousam em prateleiras. Cada corpo tem uma história para contar, uma vida disposta em imagens que apenas os Bibliotecários podem ler. Aqui, os mortos são chamados de Histórias, e o vasto domínio em que eles descansam é o Arquivo. Mackenzie Bishop é uma implacável Guardiã, cuja tarefa é impedir Histórias geralmente violentas de acordar e fugir do Arquivo. Naqueles domínios, os mortos jamais devem ser perturbados, mas alguém parece estar, deliberadamente, alterando Histórias e apagando seus trechos essenciais. A menos que Mac consiga juntar as peças restantes, o próprio Arquivo sofrerá as consequências.

 

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