H.P. Lovecraft: Medo Clássico – Volume 1 é a primeira parte da coletânea de contos do autor, lançada pela editora Darkside em 2017.

Ao lado de ninguém menos que Edgar Allan Poe, Howard Phillips Lovecraft é considerado um dos grandes mestres do terror. Mas há muitas diferenças que distanciam um autor do outro. A primeira delas e, acho eu, a mais marcante, é o fato de que H. P. construiu o assustador através da invenção de seus próprios monstros, com criações fantásticas; enquanto Poe buscava o medo na mente daqueles que retratava em suas obras.

Lovecraft nasceu em Rhode Island, nos anos 1890, teve uma saúde frágil e, mesmo não frequentando a escola com regularidade, se mostrou extremamente inteligente desde cedo. Sua mente era rodeada de mistérios e muitas de suas criações vieram de seus próprios pesadelos, o que instiga até hoje estudos sobre a sua obra e os simbolismos que estão implícitos nela.

Um desses simbolismos é o próprio fato de como seus contos de cruzam com alguns elementos em comum, como por exemplo o famoso – e imaginário? – Necronomicon, um livro que seria quase como uma bíblia de uma das crenças apresentadas pelo autor. Muito se especulou sobre a tal obra, que aparentemente nunca foi escrita realmente por Lovecraft, e serviu mais pra instigar a mente de seus leitores em uma busca por pistas.

Nessa edição da Darkside, que pode ser encontrada em duas versões, a Cosmic Edition e a Miskatonic, encontramos nove contos, sendo eles: Dagon, A cidade sem nome, Herbert West: Reanimator, O depoimento de Randolph Carter, O cão de caça, O Chamado de Cthulhu, Nas montanhas da loucura, A sombra vinda do tempo e A História do Necronomicon. Três deles, aliás, tem textos exclusivos já aqui no site, do especial que fizemos ano passado e é só clicar nos links para conferir.

Além dos contos, também há uma introdução da editora contextualizando e textos de apoio no final, sobre a relação com a cultura pop, o elo com Edgar Allan Poe, que aliás é citado em alguns de seus contos, um pouco sobre a sua vida e anotações raras deixadas pelo autor. Algo que chamou minha atenção e da qual eu concordo é no texto sobre Poe, o fato de haverem inúmeras comparações entre os dois, muitas vezes não levando em consideração que tendo sido Poe seu predecessor, é claro que há inspiração e referência, mesmo que Lovecraft tenha seguido um caminho bem diferente.

Ainda sobre a dupla, como já comentei, minha relação é muito melhor com H. P. por sua escrita ser mais “fácil” e não conter toda a parte rebuscada da de Poe. Então, desde o meu primeiro contato, sempre tive mais interesse em conhecer mais de sua obra.

Fora os mais conhecidos Dagon e O chamado de Cthulhu, que são muito legais e instigantes, ressalto Herbert West: Reanimator, que me lembrou muito Frankenstein de Mary Sheley e O depoimento de Randolph Carter que em certo momento fez até com que eu me arrepiasse. Já Nas montanhas da loucura foi um leitura bem lenta e massante, pois é bastante descritivo antes de termos realmente algum contato com os elementos mais tradicionais de suspense do autor.

Então, se você é um já fã de Lovecraft, acho que qualquer uma das edições é uma boa pedida, pois tem um trabalho gráfico muito bonito, e se é um novato, há bons contos aqui para começar a adentrar o mundo de um dos mestres do terror, que é cheio de surpresas e monstros aterrorizantes.

H.P. LOVECRAFT: MEDO CLÁSSICO #1

Autor: H.P. Lovecraft

Editora: Darkside

Ano de publicação: 2017

Uma homenagem àquele que foi tão bem-sucedido na tarefa de pensar o impensável, a edição da DarkSide é feita de fã para fã: da capa dura à nova tradução com notas comentadas de Ramon Mapa, grande estudioso da obra, dialogando com as ilustrações de Walter Pax, que parecem ter saído do próprio Necronomicon. A obra também conta com uma seleção de cartas e documentos coletados pelo historiador Clemente Penna na Brown University especialmente para esta edição, tudo feito com cuidado e carinho para que os verdadeiros adoradores do filho de Providence tenham em mãos a edição definitiva do mestre. H.P.

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