Hamlet é do autor William Shakespeare e foi lançado em 2015 pela Penguin, selo da Companhia das Letras.

Sobre o livro

O jovem príncipe Hamlet sempre foi visto como uma pessoa séria e mais retraída. Após a morte de seu pai e o rápido casamento da mãe Gertrudes com seu tio Cláudio, ele parece estar ainda mais arredio. Por isso, não é de estranhar que o jovem tenha um comportamento diferente e passe a agir como louco.

“Senhor, eu estava costurando em meu quarto, quando o nobre Hamlet, o casaco desatado, cabeça descoberta e meias desligadas, caídas como argolas junto aos tornozelos, branco como sua blusa, os joelhos se batendo, e com um olhar de aparência miserável de alguém que foi expulso do fundo infernal pra falar de horrores, surgiu à minha frente.”

Não demora para que muitos passem a tomá-lo como alguém que perdeu o rumo, inclusive sua paixão, a jovem Ofélia. O que poucos sabem é que o suposto fantasma de seu pai apareceu para ele. Nessa aparição ele alega que foi assassinado pelo próprio irmão, que após isso desposou sua esposa. Hamlet não sabe se acredita nas palavras da aparição, por isso, decide passar a imagem de uma pessoa que enlouqueceu após ser dilacerada pela dor.

Conforme ele coloca seu ardiloso plano em ação para descobrir a verdade, veremos o quão sujas e mentirosas são as pessoas à sua volta. Quanto mais Hamlet entra nesse mundo de segredos, mais ele vai descobrir o quanto existe maldade entre os seus.


Minha opinião

Certamente você já ouviu falar sobre essa história que foi escrita entre 1599 – 1600 pelo tão conhecido William Shakespeare. Recheado de monólogos filosóficos, temos aqui uma história que gira em torno da vingança. A tradução é das mais elogiadas dentre os leitores. Além de contar com uma introdução, também temos um capítulo intitulado “Hamlet e seus problemas”, escrito por T. S. Eliot. Além de ser cheio de notas sobre o texto e sobre a tradução. Tudo isso serve para ajudar aquele leitor, que não é tão acostumado com algumas palavras, a decifrar esses diálogos tão complexos.

Hamlet é extremamente perspicaz. É até interessante observar o quanto o autor conseguiu criar uma trama tão atual, se formos pensar nos tempos modernos. A vingança é tema de vários filmes e novelas, e sempre estamos prontos para torcer pela vitória do mocinho. No entanto, ao contrário do que estamos acostumados a ver por aí, Hamlet não consegue passar tanto essa imagem de bom moço – pelo menos para mim. A visão que eu tive dele, foi de uma pessoa dilacerada pela dor e o ódio. Tudo isso unido a várias dúvidas despertou nele um desejo gigante por vingança. E isso acaba fazendo com que ele seja tão real. Ele não tenta manter uma história de amor com sua amada ou faz atos de caridade, ele apenas age para alcançar o seu intento.

“O bom e o mal não existem, é o pensamento que os faz assim.”

A narrativa é dividida em cinco atos e apenas no terceiro teremos aquela famosa frase. “Ser ou não ser, eis a questão”. Em um encontro com sua amada Ofélia, não com uma caveira, como muitos pensam erroneamente. A cena com o crânio de Yorick, o bobo do rei, acontecerá apenas no último ato e tem uma essência diferente. O relacionamento entre Hamlet e Ofélia também foi algo que me intrigou bastante. Sabemos que naquela época as mulheres eram vistas como propriedade dos pais (talvez não só naquela época), por isso, é humilhante e exasperante ver a forma como ela é tratada tanto pelos homens da família, quanto por Hamlet. Seu desfecho foi dos que mais me deixou triste.

Poucas pessoas sabem, mas naquela época era considerado incesto um casamento entre cunhado e cunhada. Por isso, a união entre o irmão do rei falecido, com a atual rainha, não é muito bem vista pelas pessoas. Sem contar que foi um ato realizado às pressas. Isso despertou minha curiosidade e não demorou para que eu começasse a considerar a rainha uma cúmplice desse assassinato. Esses costumes da época são tão estranhos, se observados agora, mas, se pensarmos com calma, esse tipo de casamento também não é bem visto na nossa sociedade, a mulher ainda é vista como propriedade, ainda é humilhada por familiares machistas e ainda precisa provar seu valor a todo o momento. Por isso, acho que Shakespeare não estava tão atrasado assim.

“Hamlet querido, larga estas cores sombrias, e te permite olhar o rei como um amigo. Não fiques para sempre, com olhos velados, mudos, procurando o teu nobre pai no pó. Tu sabes que é normal – tudo que vive, morre. Atravessando a vida para a eternidade.”

Não é de espantar que ele seja considerado um dos maiores escritores de todos os tempos. Para a época que ele escreveu, a riqueza de detalhes e toda a elaboração de uma trama cheia de reviravoltas, são muito modernos para a época. E prepare-se para um final cheio de tragédias e revelações nessa trama cheia de intrigas, mentiras e segredos. Onde esse príncipe não mede esforços em busca da verdade. Vários diálogos vão te levar a refletir sobre a vida, o mundo e as pessoas. Não deixe de ler essa obra incrível.

HAMLET

Autor: William Shakespeare

Tradutor: Lawrence Flores Pereira

Editora: Penguin Companhia

Ano de publicação: 2015

Um jovem príncipe se reúne com o fantasma de seu pai, que alega que seu próprio irmão, agora casado com sua viúva, o assassinou. O príncipe cria um plano para testar a veracidade de tal acusação, forjando uma brutal loucura para traçar sua vingança. Mas sua aparente insanidade logo começa a causar estragos — para culpados e inocentes. Esta é a sinopse da tragédia de Shakespeare, agora em nova e fluente tradução de Lawrence Flores Pereira. Mas a trama inventada pelo dramaturgo inglês vai muito além disso: Hamlet é um dos momentos mais altos da criação artística mundial, um retrato — eletrizante e sempre contemporâneo — da vida emocional de um homo sapiens adulto.

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