Jornada ao Presságio Vermelho é uma fantasia medieval do autora Carvalho Rodrigues, lançado em 2017 pela Autografia.

Sobre o Livro

Leonel conseguiu escapar de uma seita fanática com a ajuda de um desconhecido. Porém, no meio do caminho algo sombrio e perigoso escapou para o mundo, o colocando em uma posição difícil. Agora, será necessário ajudar a consertar a situação e tentar conter o mal que assombra Arrhênia.

Alana, por outro lado, é uma garota que procura aventuras. Contrariando os desejos da família ela sai com um grupo para viver algo muito diferente da sua vida normal e perseguir algo que se relaciona com sua irmã. Assim, enquanto ambos tentam encontrar seu novo lugar no cenário que se fez, terão também que travar suas próprias batalhas.


Minha Opinião

Jornada ao Presságio Vermelho nos apresenta uma jornada do herói com um protagonista que se insere na trama de forma secundária e sem tanta segurança do que está fazendo, e esse é um dos pontos que me chamou a atenção. Leonel não é dono da razão ou tem todo o potencial necessário para vencer o mal, muito pelo contrário, ele está completamente despreparado para a missão, mas entende que muito depende dele, principalmente porque ele teve o seu papel no problema. O bacana é que ele fraqueja, comete alguns erros e se mete em encrencas de uma forma não pretensiosa, o deixando realmente mais “humano” e adolescente.

E, nas mãos dele vai parar uma espada que contém um poder que vem de algo muito peculiar: o coração de sete dragões. E esses dragões conversam com Leonel quase como um subconsciente do garoto, dando algumas broncas e alertando sobre coisas. Enquanto eu fazia a leitura, parecia que ouvia uma voz “forte” vindo deles, então acho que a construção da sensação em volta dessa interação foi bem executada.

Na outra ponta temos a Alana, que é uma menina completamente ligada no 220v e que, às vezes, até extrapola um pouco o limite do bom senso, logo percebendo que pode ter ido longe demais, principalmente por estar atrás e algo perigoso: vingança. Achei interessante o contraste entre os dois personagens, porém ela sendo mais inconsequente, acabei gostando mais do Leonel. Entre os personagens, também quero ressaltar o Anakar, que foi o meu preferido, mas acabou aparecendo bem pouco, apesar de ter certo peso dentro da trama.

“Mas até onde justiça é outra forma de ilusão de controle para vivermos em sociedade?”

O mundo desenvolvido aqui tem uma identidade própria e, ao mesmo tempo em que conhecemos bastante dele, também não foi o suficiente para que eu me sentisse completamente confortável. Um artifício legal que o autor usou foi intercalar a trama principal com histórias paralelas que envolvem coisas do passado. Esses pequenos capítulos ajudam a dar um ritmo mais dinâmico para o livro que tem suas mais de 600 páginas e, para mim, em alguns momentos, me deixaram mais curiosas do que o plot principal. Aos poucos, Carvalho Rodrigues vai juntando as pontas e dando sentido pra algo que pareceu aleatório num primeiro momento.

E esse é bem um livro de jornada. Os personagens vão ir de um lugar a outro, passando por um longo caminho e, portanto, é importante ter em mente isso e que vamos ter pequenas coisas não tão relevantes, enquanto nos dirigimos ao real objetivo, que só é alcançado ao final da história que, vale dizer, não é fechada, deixando portas abertas para uma futura continuação. E eu até poderia explicar para vocês o que é o presságio vermelho, mas acho que é muito mais legal descobrir durante a leitura e entender como isso se encaixa dentro do mundo desenvolvido aqui.

Achei a escrita do autor bem fácil e, mesmo sendo um livro grande, não foi uma leitura difícil. Até comentei nas vezes que mencionei o livro, que achei semelhante à forma de escrita do Rick Riordan e mencionei Percy Jackson, não pela história desenvolvida, mas pela forma leve como o autor conta um monte de coisa e insere lendas. Portanto, essa acaba sendo uma boa leitura para intercalar escalonando de um livro mais simples antes de alcançar uma fantasia épica mirabolante. Acho que a leitura também funciona super bem pra leitores mais jovens que vão acabar se identificando em idade e comportamento com o protagonista.

Quanto à edição, esse foi meu primeiro livro da editora e, apesar de ter folhas brancas, foi uma boa experiência. Tinha ouvi falar sobre alguns problemas de revisão, mas não achei grandes problemas aqui. O livro também conta com um mapa no final, nos ajudando na ambientação, já que os personagens, como mencionado, irão de um lugar a outro várias vezes. Também gostei muito da capa e acho que combina com a história.

Então, caso você esteja procurando um autor nacional de fantasia, fica aqui a dica. Acho que ainda dá pra desenvolver várias coisas com o que foi deixado pelo autor e, sendo um livro de leitura fácil, facilita também o contato de leitores mais iniciantes a se apegarem à leitura.

JORNADA AO PRESSÁGIO VERMELHO

Autor: Carvalho Rodrigues

Editora: Autografia

Ano de publicação: 2017

Leonel escapou de uma seita fanática, mas durante a fuga acidentalmente libertou uma criatura assassina que desde então vem espalhando terror em Arrhênia. Enquanto convive com a culpa, o rapaz encontra um mago maltrapilho, este lhe oferece uma opo rtunidade de redenção. Ao receber do homem a espada Lamento de Fafnir, cujo poder vem do coração de sete dragões, o jovem inicia sua jornada, passando por caminhos tortuosos, enfrentando criaturas mortais e conhecendo heróis aventureiros.
Aventureir os como Alana, uma jovem cheia de energia que percorria o reino em busca de glória até descobrir que sua irmã foi assassinada por traficantes de drogas e políticos corruptos de sua cidade natal.
Em busca de vingança, Alana e seus amigos se unem a Leonel para encontrar a única maneira de destruir o Alce Negro e trazer paz novamente ao reino de Arrhênia: o Presságio Vermelho.”

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