Joyland é do renomado autor Stephen King e foi lançado no Brasil em 2015 pela editora Suma de Letras.

Sobre o Livro

O cenário é a Carolina do Norte no ano de 1973. O jovem Devin Jones está em suas férias de verão e procura um emprego para tentar superar os problemas durante o período de break da faculdade. Sua namorada e grande amor se afastou e lhe abandonou, destruindo alguns de seus sonhos e o deixando de coração partido. É ai que ele bate à porta de Joyland, um parque local que sempre contrata novos funcionários durante o verão, pois é quando tem seu maior número de visitas e funciona com força total.

No seu caminho para esse parque ele sempre cruza por duas figuras: uma mulher na casa dos 30 lendo e um garotinho em uma cadeira de rodas, com um cachorro aos pés. Eles moram em uma casa grande e parecem se manter afastados de todos. Devin, que é um jovem simpático, acena para eles e sempre recebe de volta o olá do menino.

“Vocês receberam um presente valiosíssimo este verão: estão aqui para vender diversão. Em troca dos dólares suados dos clientes, vão distribuir felicidade. Crianças vão voltar para casa e sonhar com o que viram e fizeram aqui.”

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Porém, há uma sombria lenda cercando Joyland. Alguns contam que viram o espírito de Linda Gray no túnel do terror, uma jovem que foi assassinada há anos atrás enquanto fazia o passeio com um suposto namorado. O assassino nunca foi capturado e várias pessoas afirmam ter visto a jovem rondando enquanto faziam seu passeio ou limpavam o túnel. Intrigado com tudo isso e com a magia do lugar, Devin quer encontrar nas distrações do parque uma forma de superar o amor perdido e, quem sabe, desvendar esse mistério que ronda Joyland.


Minha Opinião

Uma das minhas metas literárias para 2016 foi conhecer os livros do Stephen King. Comecei o ano com Sobre a Escrita, seu livro não ficcional sobre suas técnicas e sua jornada enquanto escritor, porém faltava o contato com as obras de ficção. Acabei escolhendo Joyland pois ganhei ele de um inscrito lá do canal e gostei bastante da proposta do livro.

Com apenas 250 páginas, King toma seu tempo ambientando o leitor. São praticamente 200 somente criando o clima da trama, o que, para leitores mais ágeis como eu, pode ser um pouco maçante. Conforme questionei isso, recebi como resposta dos leitores do autor que essa é também uma marca da sua escrita, portanto já tenho que ir me preparando para me deparar com isso nas próximas leituras.

Porém, mesmo sabendo da prolixidade da escrita, é impossível não apontar que esse pode ser sim um problema, independente de ser ou não uma característica do autor. Algo super interessante que adorei ter encontrado nesse livro foi a semelhança de escrita em alguns aspectos com a do Carlos Ruiz Zafón, um dos meus autores preferidos.

Toda a construção sombria, a inserção do elemento fantástico sem soar falso e a beleza da escrita são pontos que posso dizer ter visto em Joyland e que me lembraram as construções do outro autor. A diferença fica realmente na aceleração da história. Enquanto Zafón já começa com acelerando a história, King toma eu tempo para criar o clima do livro.

“Um pequeno conselho: não se aventure na roda-gigante em uma noite chuvosa.”

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Devin é um personagem encantador. Ele é jovem, inocente em vários fatos, porém não é bobo e sabe se virar nas situações. Por mais que tenha tido o coração partido, o livro não fica no mimimi ou nos sentimentos pelos quais ele está passando. Isso se mostra na postura dele em alguns momentos da trama, sem que o assunto precise vir a tona de forma explícita.  Todos os personagens são bem construídos e pra isso, com toda a certeza, vale o tempo de construção que King toma. Não há vazio ou desvio de personalidade. Os personagens são todos sólidos, quase ao alcance dos dedos do leitor.

A aura do livro também é super bacana, no parque de diversões tudo parece mágico, porém há também o elemento sombrio, que seria esse espírito que poderia estar entre eles e que algumas pessoas já avistaram. Porém, Linda Gray não tem o foco do livro, ela serve para dar o tom, enquanto Devin tem toda a atenção do leitor e é pelo olhar dele que vamos acompanhar a história.

No fim não temos um final feliz ou satisfatório para todos. Esse é um livro com um fim que vai partir alguns corações e certamente deixar a todos tristes com o desfecho. Também acabaremos desvendando o mistério de Gray e seu possível assassino, atando todas as possíveis pontas soltas. Não vi as respostas vindo na minha direção, o que é sempre bacana, pois proporciona ao leitor o choque e toda a verdadeira experiência com um livro que tem como propósito nos deixar tensos e curiosos.

A capa tem muito significado na história, pois apresenta uma das chamadas “Garotas Hollywood”. Jovens bonitas contratadas para andarem pelo parque com uma máquina fotográfica, fotografando aqueles que brincavam ou passeavam por Joyland, para depois oferecer a venda da foto. O nome se refere portanto a beleza que todas elas tinham.

Eu gostei bastante do livro, mas não foi aqui ainda que meu amor pelo King se formou. Acredito que minha próxima leitura do autor seja O Cemitério e já estou mais preparada para o tipo de escrita que posso encontrar. Se você é fã do King e já está acostumado com a prolixidade, com toda certeza a aura mágica e sombria de Joyland vai te conquistar!

JOYLAND

Autor: Stephen King

Editora: Suma

Ano de publicação: 2015

Carolina do Norte, 1973. O universitário Devin Jones começa um trabalho temporário no parque Joyland, esperando esquecer a namorada que partiu seu coração. Mas é outra garota que acaba mudando seu mundo para sempre: a vítima de um serial killer.
Linda Grey foi morta no parque há anos, e diz a lenda que seu espírito ainda assombra o trem fantasma. Não demora para que Devin embarque em sua própria investigação, tentando juntar as pontas soltas do caso. O assassino ainda está à solta, mas o espírito de Linda precisa ser libertado — e para isso Dev conta com a ajuda de Mike, um menino com um dom especial e uma doença séria.
O destino de uma criança e a realidade sombria da vida vêm à tona neste eletrizante mistério sobre amar e perder, sobre crescer e envelhecer — e sobre aqueles que sequer tiveram a chance de passar por essas experiências porque a morte lhes chegou cedo demais.

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