Acredito eu, que para a grande maioria dos brasileiros (se eu puder ousar à dizer a maior parte do mundo) não tiveram um 2020 muito bom. Mas, mesmo em meio a um mundo de acontecimentos caóticos, tivemos coisas boas que surgiram em meio a esse caos.

Esse ano tivemos a grata surpresa de termos na Netflix o lançamento de Julie and The Phantoms, uma releitura de uma séria queridinha aqui mesmo do Brasil chamada Julie e os Fantasmas. Nessa releitura tivemos a distribuição mundial pela própria Netflix, adaptada por Dan Cross e David Hoge (High School Musical) e dirigido por Kenny Ortega (High School Musical, Descendentes, Hannah Montana: O Filme).

E como era de se esperar, essa série foi justamente feita para as pessoas que cresceram consumindo as comédias familiares da Disney ou Nick como as já anteriores citadas como High School Musical, Hannah Montana, No Ritmo e etc…O que na minha opinião foi super assertivo e garantiu o sucesso e aclamação, tanto com a nova geração, como com essa (mas ainda secretamente surtam vendo Camp Rock e etc).

A nossa história que não foi tão assistida aqui no Brasil era protagonizada pelos cantores Mariana Lessa, Bruno Sigrist, Marcelo Ferrari e Fábio Rabelo, passou por uma repaginada e hoje é protagonizada pelos estreantes Madson Reys como Julie, Charlie Gillespie como Luke, Owen Joyner como Alex e Jeremy Shada como Reggie.

As escolhas foram muito certeiras, não só no elenco, já que também a Netflix escolheu para dirigir a adaptação o Ortega, que para séries e filmes musicais é o melhor do ramo (na minha opinião). Uma vez que ele consegue certeiramente misturar a encenação e as músicas, fornecendo ao telespectador cenas que casam muito bem, e em Julie é o que emociona o telespectador e nos faz querer mais.

A história de Julie and the Phantoms gira em torno da infelicidade de Julie, que após ter perdido a sua mãe, passa por um período de luto bem complicado onde ela infelizmente desiste da música. Mas, tudo isso muda quando ela encontra um CD antigo na garagem de sua casa em meio as coisas de sua mãe, e logo após de dar play recebe a visita de três fantasmas: Luke, Alex e Reggie. Os mesmos, morreram na década de 90, após ingerirem um cachorro-quente envenenado, e nunca conseguiram alcançar o sucesso, ou até mesmo realizar o show daquela noite.

Depois de serem despertados misteriosamente por Julie, os fantasmas percebem que receberam uma nova chance ao descobrirem que de uma forma inexplicável conseguem se tornar visíveis ao tocarem com a Julie. Assim eles tem a ideia de formar uma banda, dizendo pra galera que são hologramas da Rússia e de lá eles tocam com a jovem moça.

Vale lembrar que a série tem um público alvo muito jovem (na faixa dos 13 anos), portanto, já temos ideia de que tudo vai ser trabalhado muito ludicamente, e que qualquer expectativa que vá além disso, pode ser radicalmente frustrada. A série é sim muito boa, mas o seu conceito, linguagem, textos e até mesmo as relações criadas são muito ingênuas e cômodas para o drama da história.

A única coisa que me incomodou de verdade na série foi o tanto de perfeição que existe. Os personagens são perfeitos, a escola: perfeita, família: perfeita, até mesmo os vilões são perfeitos, o que acaba fazendo com que nada de muito emocionante aconteça, o que se torna um pouco maçante demais.

Até temos alguns outros plosts que são criados, como a própria questão do porque eles serem fantasmas, o relacionamento de Alex e Willie (Booboo Stewart), o vilão Caleb Convigton (Cheyenne Jackson), mas é tudo tão perfeito e cauteloso que só fica no imaginário mesmo de quem assiste, sem muita explicação ou aprofundamento nos assuntos (pelo menos não nessa temporada).

Acaba que o verdadeiro foco da série é: MÚSICA. Sem sombra de dúvidas as músicas apresentadas na série são muito boas (algumas até entraram para minha playlist). Eles possuem letras fácies de decorar, são profundas, casam muito bem com a realidade da série e de muitas pessoas fora dela. A produção de tudo isso dentro do contexto cinematográfico, à consagra como o propósito da série.

Apesar de claramente tudo ser perfeito demais, comercial demais, um tanto quanto infantilizado demais, eu acabei gostando muito da experiência de assistir a série. A história é o famoso clichê de que tudo vai dar errado e depois tudo vai dar certo, mas é um clichê musical o que já bastou para me convencer a amar essa série.

Fora tudo isso temos questões importantes de serem abordadas, principalmente com o público infanto-juvenil, que são: as relações familiares e o luto em si (já que estamos falando de morte e de pessoas mortas) o que pra mim também vale muito.

Julie and The Phantoms cumpre muito bem o seu papel no ano de 2020 com uma temporada curta de 9 episódios e com em média 30 minutos cada, que entretêm, distraem e produzem bons hits. A amizade entre os personagens, os diálogos, o apoio, a sororidade entre a protagonista e sua melhor amiga é lindíssima e tudo acaba ganhando muito destaque quando você verdadeiramente entende a mensagem passada.

Então finalizo dizendo mais uma vez enfatizando que se você é fã de Descendentes, High School Musical e sente falta de música nos seus dias, eu dou a dica para assistir e dar uma chance para Julie and The Phantoms, pois tenho certeza que boas risadas, músicas para mexer o esqueleto e algumas emoções você encontrará nela.

JULIE AND THE PHANTOMS

Diretor: Kenny Ortega

Elenco: Madson Reys; Charlie Gillespie; Owen Joyney; Jeremy Shada; Booboo Stewart e Cheyenne Jackson

Ano de lançamento: 2020

A adolescente Julie encontra sua paixão pela música e pela vida enquanto ajuda os Phantoms, um trio de caras fantasmas, a se tornarem a banda que eles nunca foram capazes de ser.

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