Atenção!

A série aqui apresentada possui temas relacionados a Luto e cenas de Violência e Morte e não é recomendado para pessoas sensíveis ao tema.

A magia e seus diversos mundos e histórias fornecem a nós universos ricos, que se apresentam nos mais diversos formatos, mitologias, temáticas, etc. Temos filmes, músicas, livros e séries que retratam a magia e o que podemos ter com o uso dela, seja isso benefício quanto malefícios.

O desafio hoje em dia é trazer algo original que não seja mais do mesmo, desafio que foi aceito pela Netflix ao adaptar Locke & Key, uma HQ escrita por Joe Hill e desenhado por Gabriel Rodrigues e que fazem parte do hall de lançamentos de séries da plataforma nesse ano de 2020.

A história traz uma boa mistura de fantasia, terror, mistério como também segredos, que felizmente funcionam muito bem. Existem no enredo diversas homenagens a autores e obras clássicas que trazem um sentimento de nostalgia para os espectadores. Locke & Key vem para conversar um pouco com os fãs de Stranger Things, Crônicas de Nárnia e até mesmo Coraline, mostrando um novo universo para desbravarmos, o que na minha opinião (sendo fã de tudo isso) cumpre bem seu papel.

Na história acompanhamos três irmãos: Tyler (Connor Jessup), Kinsey (Emilia Jones) e Bode Locke (Jackson Robert Scott), que ao mudarem de cidade para a casa antiga da família junto de sua mãe Nina (Darby Stanchfield) após a trágica morte de Rendell (Bill Heck), pai das crianças, descobrem que tanto a nova casa, como sua família, tem muito mais segredos do que eles podiam imaginar.

É na casa nova que eles descobrem chaves mágicas que possuem poderes inimagináveis. Poderes esses que os acabam conduzindo a diversas aventuras e enrascadas, onde os filhos Locke não esperavam nem mesmo em seus sonhos viver. Temos chaves que permitem coisas, como: entrar na própria mente, visitar qualquer lugar que puder imaginar e controlar outras pessoas. Tudo o que qualquer adolescente podia querer, mas também um poder que qualquer adolescentes podia utilizar para destruir tudo.

Na história temos a famosa receita de “crianças versus forças sobrenaturais” que já vimos anteriormente ser trabalhada até mesmo pela Netflix, mas o diferencial aqui é a forma como a qual os problemas, aventura e mistérios se apresentam ao público, fazendo dessa narrativa uma receita perfeita que logo conquista quem vê e te faz querer prosseguir a história cada vez mais. Seja torcendo pelas crianças ou só querendo saber qual é a próxima revelação, a gente não consegue parar de ver.

Mas é claro que tamanho poder e responsabilidade, não ia aparecer e a vida ia seguir fácil né… Nessa história temos sim vilões, e a vilã aqui é Dodge (Laysla De Oliveira), que inocentemente entra na vida dos protagonistas, mas que no desenrolar da história revela-se uma pessoa que está ligada ao passado do seu pai, ligada as chaves e que vai ser um grande obstáculo na vida feliz que a família tem o objetivo de ter depois de tanta tragédia e dificuldade.

Uma das poucas críticas que eu trago para a série é o tanto de coisas que poderiam ter um maior impacto nessa história, mas infelizmente são retratadas de maneira superficial. Não sei se isso se dá por ser uma adaptação (não li ainda a HQ), mas eu senti que as cenas de peso da série são corridas demais e quase não permanecem impactantes o suficiente para comover ou sensibilizar quem vê. Em contrapartida, ainda acredito totalmente que vale a pena continuar e insistir porque nos episódios finais a série ganha carga emocional, coerência e impacto suficiente para sustentar a trama (até mesmo deixando o gancho para mais uma temporada, que é o objetivo).

Algo que temos visto bastante nas produções cinematográficas é de que as histórias tem se preocupado muito mais em não somente apresentar os protagonistas com profundidade, mas também aprofundar os personagens secundários que compõem a trama. E para a alegria geral da nação, a série distribui muito bem o foco entre seus protagonistas e coadjuvantes, que fornecem ao espectador diversas formas de se enxergar a história, os desdobramento e impactos dela.

A produção aqui é muito inteligente e não só aposta naquilo que já funciona com o público de fantasia, ou até mesmo na nostalgia que se tem com as histórias que já nos emocionaram, mas temos uma abertura inteligente para a inclusão de elementos atuais, a cultura pop e também as tecnologias do século XXI.

No episódio final fica claro que tanto a produção quanto a Netflix querem uma coisa: novas temporadas para a série. E sinceramente não é para menos, já que a série pode conquistar o público de outras séries que vem chegando ao fim como O Mundo Sombrio de Sabrina e até a queridinha Anne With An E. A única indicação seria para melhorarem a forma de contar a história e não se perder tanto como foi o início da jornada aqui.

E se você que chegou até aqui e não viu a série ainda, espero ter te convencido a ver. Sei que a jornada inicial poder ser difícil, mas a série é boa demais e os episódios finais valem completamente a pena. Tenho certeza de Locke & Key vai ser mais uma para repertório de séries boas para seguir acompanhando, como também prestigiar mais um universo repleto de mistérios e aventuras.

LOCKE & KEY

Diretor: Carlton Cuse, Joe Hill

Elenco: Connor Jessup, Emilia Jones, Jackson Robert Scott, Darby Stanchfield, Laysla de Oliveira, Griffin Gluck, Petrice Jobes, etc.

Ano de lançamento: 2020

Após o assassinato do pai, três irmãos se mudam com a mãe para uma casa antiga onde descobrem chaves mágicas que revelam poderes e segredos.

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